O protótipo da nova fonte de energia que será estudada no Ceará exigirá investimento de cerca de R$ 12 milhões
Depois de alguns anos de estudos, deverão ter início, em janeiro de 2010, as obras de construção da primeira usina de ondas do mar da América do Sul, a ser instalada no Ceará. A fase de pesquisas, entretanto, não terminou: a unidade a ser criada será um protótipo para analisar a viabilidade de se investir nesse tipo de energia por aqui. A previsão é de que as obras durem entre 24 e 30 meses, com a usina entrando em operação logo após esse prazo.
De acordo com o diretor de Energia da Secretaria de Infra-estrutura do Estado (Seinfra), Renato Rolim, será definido, ainda este mês, o cronograma físico-financeiro do equipamento. A expectativa é de que o investimento necessário seja de R$ 12 milhões, ficando R$ 1 milhão com o Governo do Estado e o restante com a nova parceira da empreitada, a empresa Tractebel Energia.
´Antes, o projeto era com a Eletrobras, mas não teve sucesso. Com os recursos que serão aportados pela Tractebel, através do programa de incentivo à pesquisa e desenvolvimento, nós ampliamos a capacidade da usina, que passará a ter uma potência instalada elevada de 50 quilowatts (kW) para 100 kW´, explica. Com essa capacidade, informa, é possível gerar energia para 80 famílias, dentro do programa Luz para Todos. ´Esta é uma usina piloto. Tem que ser colocada em pequena escala, para que depois possa ser elevada à larga. Portugal e Holanda já possuem usinas desse tipo em larga escala, mas ainda estamos começando os estudos por aqui´.
A princípio, a planta irá iniciar as operações com três braços, com potência entre 10 kW e 12 kW. ´Depois de seis a oito meses, verificando que o local é adequado, nós colocamos os restantes, ampliando a capacidade´, informa.
A equipe à frente do projeto, que inclui ainda Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (Coppe) da UFRJ, definiu o lado leste do quebra-mar do Terminal Portuário do Pecém como a localização adequada para o equipamento. Rolim explica que, com a ampliação do porto, programada para o recebimento de novos projetos, como a siderúrgica, a refinaria, além do Terminal de Regaseificação e, possivelmente, um estaleiro, foi preciso redefinir o local dessa usina.
O equipamento terá também incorporado a si um protótipo de uma usina de dessalinização de água do mar. ´Isto é uma tendência mundial. O Ceará pode, daqui a uns 70, 100 anos, precisar do aporte de águas, e não temos rios suficientes onde tirar água, e poderá ser necessário retirar água do mar. Tudo isso é no âmbito da pesquisa´, esclarece o diretor da Seinfra.
Ele também aponta que a energia das ondas não é fonte viável para a atual realidade, mas para cerca de 50 anos, por não se ter ainda uma idéia precisa de quanto ela irá custar. Por esta razão, explica, a usina está sendo empreendida como estudo de viabilidade.
PARA NUTEC
Biodiesel do peixe ajudará a suprir demanda nordestina
Em 2010, todo o óleo diesel vendido no Brasil deverá ser composto de 5% de biocombustível (B5). Esta meta, além de ser um desafio na questão ambiental, é uma preocupação a mais para os produtores de insumos que geram o biodiesel.
Nesse contexto, a produção de óleos e gorduras residuais, como o biodiesel de vísceras de peixe, passam a ter maior importância na cadeia produtiva. “Precisamos desenvolver e implantar, de forma logísticamente viável, equipamentos e processos de extração desse insumo para produzir óleo refinado e suprir usinas de biodiesel no Nordeste”, afirma Ricardo de Albuquerque Mendes, diretor de Inovação Tecnológica do Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec).
Segundo ele, o Ceará precisará produzir 2 bilhões de litros de biocombustível por ano para atender à demanda. Por isso, O Nutec, através do Laboratório de Referência em Biocombustíveis (Larbio), tem investido nas pesquisas do Projeto Biodiesel Peixe, para implantar a tecnologia de extração de óleo das vísceras do animal, transformando o insumo em combustível. “O peixe é composto 10% de vísceras, delas extraem-se 50% de óleo resultando na produção de 90% de biodiesel”, explica Mendes.
Atualmente, o Ceará possui capacidade de produção 20 mil toneladas de tilápia por ano, mas esse potencial pode chegar a 167 mil. De acordo com o diretor do Nutec, fazendo uso em maior escala da tecnologia para desenvolver e implantar unidades de extração e beneficiamento da gordura das vísceras de peixe, o Projeto pretende minimizar o problema ambiental referente ao destino dos resíduos sólidos e contribuir para que a criação de tilápia em tanque-rede continue sendo uma atividade viável.
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Figura 1: Modelo na escala 1:6,5 em teste no Tanque Oceânico da COPPE/UFRJ. |
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Figura 2: Câmara hiperbárica. |
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Figura 3: Turbina hidráulica em operação. |
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Figura 4: Ocorrência de altura significativa (Hs). |
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Figura 5: Altura de Onda Média. |
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Figura 6: Potência em função da altura significativa (Hs). |
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Figura 7: Ocorrência de período médio de ondas (T) |
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Figura 8: Potência média do recurso energético. |
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Figura 9: Arranjo dos flutuadores da usina de ondas a ser instalada no quebra-mar. |
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Figura 10: Detalhes dos flutuadores e bombas hidráulicas. |
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Figura 11: Conjunto câmara hiperbárica, turbina e gerador elétrico. |
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Esquema ilustrativo do arranjo de equipamentos que compõem a usina. |
* Coordenador do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE/UFRJ, onde é professor titular de Estruturas Oceânicas e Tecnologia Submarina.
** Colaboradores: Paulo Roberto da Costa, Marcelo Martins Pinheiro, Eliab Ricarte, André Mendes, Paulo de Tarso Esperança
2 Comentários
Estou pesquisando sobre essa geração de energia, vi que sua matéria é bem interessante e que tem imagens de um video que eu vi a algum tempo atras mas nao acho mais.
Por favor, se por um acaso tiver um link ou video e puder me mandar eu desde já agradeço.
e-mail repruol@gmail.com