China e Rússia realizam exercícios militares conjuntos
Da EFE Via G1
O Exército chinês anunciou que os exercícios militares conjuntos que China e Rússia realizarão na quarta-feira estão destinados à luta antiterrorista por causa das revoltas de Xinjiang, apesar de os uigures muçulmanos dessa região negarem ter ligação com qualquer grupo terrorista.
Em entrevista ao jornal "China Daily", o tenente-general Wang Haiyun, ex-adido militar chinês na Rússia e estrategista internacional do Exército chinês, disse que as manobras conjuntas, chamadas "Missão de Paz 2009", ajudarão os países a lutar contra o terrorismo, "em particular depois dos distúrbios de 5 de julho".
Nesses choques, os piores na China em duas décadas, 192 pessoas morreram, 1.700 ficaram feridas e mais de 1.400 uigures foram detidos, segundo o Governo chinês, por causa dos ataques cometidos por esta etnia de credo muçulmano e língua turca contra os colonos chineses que chegaram à região nos últimos anos.
A China assegura que estes ataques foram preparados com antecedência por grupos independentistas uigures vinculados a células terroristas da Al Qaeda, e culpou especialmente o líder uigur no exílio, Rebiya Kadeer, que, em Washington, negou as acusações, assim como o grupo que lidera, o Congresso Mundial Uigur.
O general Wang lembrou hoje que tanto Rússia como China são membros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), que tem como um dos objetivos a luta contra "o terrorismo, o separatismo e o extremismo".
"A Rússia, um grande país com grupos étnicos e situações políticas complexas, enfrenta desafios similares" aos de Xinjiang, afirmou o tenente-general chinês, que acrescentou que as revoltas de 5 de julho na região oeste chinesa "impulsionaram até certo ponto a cooperação antiterrorista entre China e Rússia".
Os dois países, que compartilham uma fronteira de 4.300 quilômetros, iniciarão estas manobras conjuntas bienais de cinco dias de duração na quarta-feira, e nelas participarão 1.300 soldados de cada um dos exércitos.
A Missão de Paz 2009 começa com um diálogo estratégico na região de Khabarovsk, no extremo leste russo e a 30 quilômetros da fronteira chinesa, em manobras que também terão por cenário o comando militar de Shenyang, capital da província de Liaoning, nordeste da China.
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