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FIM DE ÉPOCA - Super poderio militar dos EUA já é desdenhado

Vantagem militar será nano-satélites, sistemas antimísseis e laser .

Fonte: Monitor Mercantil

"A capacidade dos EUA de projetarem seu poderio militar em nível mundial se reduz dramaticamente, porque seu pesado armamentismo militar que dispõem se provará ineficaz para o enfrentamento de futuras ameaças", adverte Andrew Krepinevitz, conselheiro-supremo do Pentágono, um dos arquitetos da estratégia para os EUA enfrentarem a guerra de guerrilhas no Iraque e no Afeganistão e presidente do think tank Center for Estrategic e Budgetary Assessments, em Washington.

Ele afirma que "os EUA não são, adequadamente, armados para enfrentarem potências emergentes como a China, países inimigos como o Irã, assim como, até ameaças provenientes de forças como Hezbollah, ou organizações terroristas como Al Qaeda - e, destaca que - Washington gasta bilhões de dólares para sistemas bélicos, considerados peleontológicos antes sequer entrarem em serviço".

"Durante as últimas décadas - diz Krepinovitz - a vantagem que os EUA mantinham em tecnologia e recursos militares e econômicos, os tornava capazes de assumirem compromissos militares no exterior e, paralelamente, garantirem a segurança interna. A alta estratégia norte-americana pressupõe que esta vantagem continuará eternamente. Contudo, a primazia militar dos EUA já começou a definhar, pois não leva em consideração as novas ameaças estratégicas, como a disseminação de armas de precisão e ameaças vindas do espaço".

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Porta-aviões, destróieres, aviões bombardeiros de curto alcance e bases militares avançadas como as de Guam e Okinawa no Oceano Pacífico tornam-se cada vez mais vulneráveis às tecnologias e as táticas que desenvolvem os adversários dos EUA. Estes, em sintonia com a ascensão de novas forças e países inimigos, limitarão a possibilidade dos EUA de concluírem missões em regiões como o Leste Asiático e o Golfo Pérsico onde são atingidos interesses vitais norte-americanos.

Ainda, até as tecnologias anteriores, nas quais, os EUA predominavam como, por exemplo, o Sistema Mundial de Satélites para localização de posição que dirige as "bombas inteligentes" aos seus alvos, já são, facilmente, neutralizados por países como a China, a qual, desenvolve avançados sistemas de tecnologia espacial. O governo de Beijing já dispõe mísseis balísticos e tecnologia laser que poderão destruir satélites de baixa altitude, dos quais, depende o exército.

Krepinovitz sustenta que "para conservarem os EUA sua primazia deverão investir em evoluídos nano-satélites, sistemas antimísseis e, na defesa baseada em energia laser. Somente, assim poderão enfrentar os ataques que seus adversários desfecharão com suas armas "inteligentes".

Krepinovitz, junto com o brigadeiro, Van Ryper, incluem-se no grupo de especialistas em temas de defesa, responsáveis para localização de pontos fracos e faltas no texto da "Revisão Quadrienal de Defesa" (Quadrennial Defense Review), elaborada a cada quatro anos pelo Pentágono e entregue ao Congresso dos EUA.
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Krepinovitz esclarece ainda que "o secretário de Defesa dos EUA Robert Gates, avalia, corretamente, a necessidade de criação de um exército norte-americano "mais equilibrado", o qual, poderá se desempenhar melhor em ameaças assimétricas e conflitos como aqueles no Iraque e no Afeganistão, mas, simultaneamente, estar preparado, também, para as guerras do futuro".

Entretanto, sublinha que, "os responsáveis norte-americanos, na realidade, não levam em consideração as reais ameaças futuras e, em decorrência disso, a possibilidade de surpresas estratégicas cresce".

"Aquilo que é necessário - continua - é um reexame total da doutrina estratégica dos EUA, semelhante daquela que foi formulada nos primeiros anos da Guerra Fria. Nas guerras do futuro, as armas "inteligentes" estão disponíveis até em ameaças não estatais, como o Hezbollah no Líbano e o Hamas na Faixa de Gaza.

Além disso, potências tradicionais, como a China e a Rússia já dispõem a tecnologia e a possibilidade de transferi-las para outros países. Mas, os EUA continuam gastando dólares em aviões bombardeiros de curto alcance que decolam de vetores avançados como os porta-aviões, os quais, são expostos ao perigo de um ataque inimigo com mísseis, submarinos e, aviões teleguiados".

"O Corpo dos Fuzileiros Navais dos EUA (USMC) desenvolve um veículo anfíbio de batalha (EVF), o qual tem a possibilidade de, também, combater na terra. Mas, os EVF - informa Krepinovitz - estarão ameaçados pelas bombas "inteligentes", plantadas à beira das estradas e ruas e detonadas por controle remoto de navios de guerra inimigos que estarão longe das costas.

Também, as bases militares norte-americanas, como a Victory no Iraque e a Bagram no Afeganistão, as quais, proporcionam segurança as forças terrestres norte-americanas, com o passar do tempo se tornarão vulneráveis aos ataques com mísseis e, estes mísseis serão substituídos por armas de precisão absoluta, as quais, já estão disponíveis no mercado aberto, então as consequências serão catastróficas".

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