Uns e outros
Eliane Cantanhêde - Folha de São Paulo Via NOTIMP FAB 12/09/2009
Você ouviu falar na "Operação Luxo", da PF, com a prisão do almirante-de-esquadra da reserva Euclides Janot? Pois é. Com a enxurrada de escândalos que atola o Congresso, essa notícia passou praticamente despercebida. Não deveria.
Janot é da elite militar. Foi diretor-geral de Material (responsável por licitações e compras), comandante de Operações Navais e chefe do Estado-maior da Armada, segundo cargo na hierarquia. Só não chegou a comandante da marinha porque na última hora caiu na "expulsória" (por idade ou tempo).
Hoje sócio da empresa Internave, prestadora de serviços de logística em instalações portuárias e petrolíferas, ele é suspeito de envolvimento em licitações fraudulentas da... marinha e da Petrobras. E tem como parceiros os donos do estaleiro Inace, de Fortaleza, com quem tem estreito relacionamento desde os tempos de diretor de Material da marinha. Eles, aliás, também foram presos.
O que diz a PF? Tão valente contra políticos, juízes, procuradores e policiais, a PF amarelou ao falar sobre o almirante, limitando-se a uma nota bem econômica. E a marinha? Eis aqui algumas respostas a um e-mail enviado à Força na segunda e que só chegaram na sexta: A marinha foi ou está sendo ouvida de alguma forma nas investigações realizadas pela PF? "Não."
Pelas informações disponíveis publicamente, o almirante teria ajudado a fraudar licitações da Petrobras e da própria marinha. As cifras seriam milionárias. As informações são suficientes para a abertura de sindicância ou investigação interna na Força?
"A marinha só se pronunciará, se for o caso, após a divulgação oficial, pela instituição competente, dos resultados das diligências." Dois pesos e duas medidas. Contra o Sarney, vale tudo. Imagine o que os oficiais andam falando dele por aí. Mas por que do Sarney pode e do Janot não pode?
Três empresários presos pela PF são libertados
Marcos Cavalcante - O Povo
Pelo menos três dos cinco empresários presos na Operação Luxo, da Polícia Federal, estão soltos. Os habeas corpus foram em favor de Elisa Maria Gradvohl; seu esposo, Gil Bezerra; e o filho do casal Robert Gil Gradvohl, todos sócios da Indústria Naval do Ceará (Inace). Segundo o advogado Cláudio Queiroz, que representa a família Gradvohl, as garantias foram concedidas pelo desembargador federal Paulo Roberto de Oliveira Lima, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).
Segundo o advogado, a saída da carceragem da sede da Polícia Federal (PF) ocorreu na fim da noite da última sexta-feira. “Eles foram soltos por falta de fundamento da prisão. As investigações da PF não têm nada que levasse a isso”, diz Cláudio Queiroz.
Os três passaram quatro dias presos, desde o início da Operação Luxo, desencadeada pela PF na última terça-feira, 30. Além de Elisa, Gil Bezerra e Robert Gil, também foram presos na operação José Antônio do Carmo Oliveira, sócio da empresa Marimar; e Euclides Duncan Janot, almirante reformado da Marinha e sócio da Internave (RJ). O POVO não conseguiu localizar nenhum represente da Marimar para confirmar se José Antônio foi solto.
A operação
A Operação Luxo investiga vários esquemas que passariam, segundo a PF, por licitações fraudulentas com a Marinha do Brasil e a Petrobras. Entre os pontos mais graves levantados nas investigações estão o contrabando de mercadorias que chegavam sem notas fiscais, escondidas em malas e contêineres, e a falsificação de notas fiscais. Segundo informações da PF uma empresa sediada nos Estados Unidos falsificava as notas fiscais, aplicando nas mercadorias importadas valores até 95% abaixo do preço de compra, fraudando a alfândega brasileira.
Pelas informações disponíveis publicamente, o almirante teria ajudado a fraudar licitações da Petrobras e da própria marinha. As cifras seriam milionárias. As informações são suficientes para a abertura de sindicância ou investigação interna na Força?
"A marinha só se pronunciará, se for o caso, após a divulgação oficial, pela instituição competente, dos resultados das diligências." Dois pesos e duas medidas. Contra o Sarney, vale tudo. Imagine o que os oficiais andam falando dele por aí. Mas por que do Sarney pode e do Janot não pode?
Atualmente, a Inace está construindo dois navios de 500 toneladas, cinco lanchas, dez barcos off-shore, dois rebocadores e oito iates de luxo (Foto: Cid Barbosa)
Três empresários presos pela PF são libertados
Os três integrantes da família Gradvohl presos pela Polícia Federal, na última terça-feira, conseguiram habeas corpus e já estão em liberdade
Marcos Cavalcante - O Povo
Pelo menos três dos cinco empresários presos na Operação Luxo, da Polícia Federal, estão soltos. Os habeas corpus foram em favor de Elisa Maria Gradvohl; seu esposo, Gil Bezerra; e o filho do casal Robert Gil Gradvohl, todos sócios da Indústria Naval do Ceará (Inace). Segundo o advogado Cláudio Queiroz, que representa a família Gradvohl, as garantias foram concedidas pelo desembargador federal Paulo Roberto de Oliveira Lima, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).
Segundo o advogado, a saída da carceragem da sede da Polícia Federal (PF) ocorreu na fim da noite da última sexta-feira. “Eles foram soltos por falta de fundamento da prisão. As investigações da PF não têm nada que levasse a isso”, diz Cláudio Queiroz.
Os três passaram quatro dias presos, desde o início da Operação Luxo, desencadeada pela PF na última terça-feira, 30. Além de Elisa, Gil Bezerra e Robert Gil, também foram presos na operação José Antônio do Carmo Oliveira, sócio da empresa Marimar; e Euclides Duncan Janot, almirante reformado da Marinha e sócio da Internave (RJ). O POVO não conseguiu localizar nenhum represente da Marimar para confirmar se José Antônio foi solto.
A operação
A Operação Luxo investiga vários esquemas que passariam, segundo a PF, por licitações fraudulentas com a Marinha do Brasil e a Petrobras. Entre os pontos mais graves levantados nas investigações estão o contrabando de mercadorias que chegavam sem notas fiscais, escondidas em malas e contêineres, e a falsificação de notas fiscais. Segundo informações da PF uma empresa sediada nos Estados Unidos falsificava as notas fiscais, aplicando nas mercadorias importadas valores até 95% abaixo do preço de compra, fraudando a alfândega brasileira.
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