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Empresários de Caruaru criam companhia aérea

Jornal do Comercio Pernambuco

Nordeste Aviação Regional (Noar) já recebeu aprovação jurídica e aguarda da Anac a autorização das rotas de voos. Objetivo é operar ainda este ano

O Nordeste vai ganhar uma nova companhia aérea especializada em rotas entre cidades com distâncias menores do que 400 quilômetros. A Nordeste Aviação Regional (Noar) já recebeu a aprovação jurídica da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e está esperando a autorização das rotas dos voos. A meta é começar a operar até o final do ano. A sede jurídica da empresa será em Caruaru e os sócios já possuem negócios no município. O investimento inicial, que varia de acordo com a quantidade de rotas aprovadas pela Anac, vai de R$ 35 milhões a R$ 55 milhões.

A companhia já tem quatro aeronaves do modelo 410 da Let (fabricadas na República Checa). As rotas pretendidas não podem ser divulgadas antes da aprovação da Anac, mas o objetivo é ligar as capitais do Nordeste a cidades de pequeno e médio portes como Campina Grande (Paraíba), Caruaru (Pernambuco), Arapiraca (Alagoas), Sobral (Ceará) e Parnaíba (Piauí). “O projeto da companhia não concorre com as grandes empresas como Tam e Gol. Queremos oferecer um complemento”, diz um dos sócios da empresa Vicente Jorge de Espíndola Rodrigues.

O grupo dirigido por ele em parceria com Luiz de França Leite, que tem negócios em vários Estados do Nordeste, terá 65% de participação na Noar. Outra parte da sociedade será formada pelos proprietários da rede de supermercados Bonanza. Há ainda um sócio do Paraná que prefere não ter o nome divulgado. “Não temos nenhum sócio no ramo político. Ouvi boatos de que o deputado federal Inocêncio Oliveira teria participação na companhia. Isso não é verdade”, garante Rodrigues. O grupo dele engloba empresas como a Vale do Ipojuca Empreendimentos Imobiliários, a TV Asa Branca, afiliada da Rede Globo, e a Faculdade Vale do Ipojuca.

Cada aeronave do modelo 410 da Let tem capacidade para 19 passageiros. Mesmo com poucos assentos, Rodrigues diz que a empresa quer conquistar o público das classes A, B e C. “As passagens devem custar entre duas vezes e meia e três vezes o preço das tarifas cobrados pelas empresas de ônibus. O público é pequeno porque se você passar de 50 passageiros, a Gol e a Tam tomam o seu mercado”, completa. A sede operacional da empresa deve ser instalada em qualquer uma das nove capitais do Nordeste. A escolha vai depender do espaço disponível dentro do aeroporto.

A Noar está esperando a emissão por parte da Anac do Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo (Cheta). Esse documento é emitido depois de uma análise operacional completa da companhia que inclui certificação das aeronaves, treinamento da tripulação e da equipe em solo, plano de segurança, voo de teste, além de outros itens. Tudo tem que estar de acordo com os padrões brasileiros e internacionais de segurança.