Northrop F-20 Tigershark

Fonte: Area 51

Ano: 1982
País: EUA

    - Última variante da família F-5 - Considerado "o avião perfeito para dogfight" - Em muitos aspectos era superior ao F-16

O último tigre: O F-20 é a versão mais sofisticada do F-5E, desenvolvida pela Northrop a partir de 1980. A aeronave, equipada com aviônicos digitais, F-B-W e sistemas avançados de armas, é propulsado por um único turbofan de baixa diluição General Electric F404, considerado o melhor e mais flexível motor de caça do mundo. O primeiro F-20 voou em 30 de agosto de 1982, demostrando ótimos índices de operacionalidade, confiabilidade e facilidade de manutenção. As encomendas, porém, não aconteceram de modo expressivo, o que não justificada a produção da aeronave. Com a aprovação das vendas do F-16 Fighting Falcon ao exterior, a posição do Tigershark tornou-se ainda mais crítica. Embora fosse superior ao seu principal concorrente em vários aspectos, apresentava a desvantagem de não ter sido encomendado pelas Forças Armadas dos EUA. Em 1986 o programa do F-20 foi cancelado. Durante os testes, o F-20 excedeu Mach 2, registrou 97 % de razão de missões efetuadas e um tempo de prontidão inferior a um minuto. O sistema de navegação inercial é extremamente preciso, e o sistema de pontaria permitiu uma enorme eficiência no disparo de armas, com uma margem de acerto de 10m no lançamento de bombas não guiadas. A aeronave voou com um canhão de 30 mm, disparou mísseis Sparrow e lançou diversos tipos de bombas. Oito missões consecutivas de bombardeio ar-terra e doze interceptações simuladas foram executadas em dois períodos de 12 horas. Apesar da excelência desse avião, seu custo de operação baixo e sua facilidade de operação o projeto foi engavetado, principalmente pela falta de credibilidade nos EUA (que já usava o F-5 mais para treinamento do que para combate) e pelo fato de não ser um avião novo, mas sim uma variação, que levou à célula do Tiger ao seu limite, isso não aconteceria com o F-16 que se desenvolveu consideravelmente desde seu lançamento no mercado.

Características Gerais:

Motor: Um turbofan GE F404-GE-100 de 8.165 kg de empuxo;

Velocidade Máxima: 2.125 km/h;

Teto de serviço: 17.315 m;

Alcance: 3.000 km;

Pesos: Vazio: 5.965 kg / 12.700 kg;

Envergadura: 8.15 m;

Comprimento: 14.40 m;

Altura: 4.20 m;

Área: 17.30 m2;

Armamento: dois AIM-9 Sidewinder nos lançadores nas pontas das asas, dois canhões de 20 mm ou um de 30 mm no nariz, cinco pontos fixos para uma carga de armas de quase 4.000 kg entre mísseis de médio alcance, casulos de foguetes, bombas guiadas e não guiadas, etc.

O projeto do F-20 Tigershark surgiu como uma evolução natural do F-5E.

http://ziprpg.tripod.com/guerra/f20.htm

Utilizando um tubofan F404 de 8 toneladas de empuxo e aviônica moderna deu mostras de poder rivalizar com caças como o F-16 e F-18, a um custo mais acessível. Se mostrou imbatível como caça de reação rápida podendo estar no ar, com todos os sistemas a postos, em apenas 60s. É também, sem dúvida, o caça moderno com menores custos de manutenção por hora voada.

Veja abaxo alguns dados comparativos:


F-5E

F-20

F-16C

Velocidade
máxima (alto)

1.64

2.00

2.00

Velocidade
máxima (baixo)

0.95

1.20

1.20

Razão de
subida (m/s)
174 273 254
Raio de ação
caça (hi-hi)
<> 713 925
Carga máxima
externa (tons)
3.2 4.0 9.3
Peso vazio (tons) 4.4 6.1 8.2
Peso de decolagem
(configuração caça)
5.7 7.3 10.5
Peso máximo de
decolagem
6.7 8.5 12.0

Pela tabela acima percebe-se que o F-20 coloca-se em uma categoria intermediária entre o F-5 e o F-16. O desempenho em combate aéreo está em igualdade com o F-16, porém em raio de ação e capacidade de carga está em um nível inferior, semelhante ao AMX.

F-20 voando baixo,sobre o deserto norte-americano, portando 5 bombas de 227kg, tanques subalares e mísseis Sidewinder. Apesar de otimizado para combate aéreo, o F-20 pode transportar uma boa carga de armas, incluindo bombas inteligentes e mísseis guiados de todo tipo, atendendo plenamente às necessidades de ataque de forças aéreas menores.

Porém, o insucesso comercial do Tigershark não se deveu a esta análise fria dos números. O fato é que caças como o F-18 e principalmente o F-16 já haviam conquistado a confiança dos possíveis compradores. Além disso, as encomendas das Forças Armadas dos EUA garantiram uma escala de produção que reduzia os custos unitários. Assim, F-20 só seria viável se recebesse ao menos uma grande encomenda. Em isto não acontecendo o projeto foi abandonado.

Hoje, pouco mais de dez anos após o abandono do projeto, a mudança do panorama geopolítico talvez traga nova esperaça ao F-20. A Rússia está em franca decadência e existem fortes dúvidas se sua indústria bélica sobreviverá. Os EUA hoje se preparam para rápidas intervenções militares, apoiadas pela ONU, onde os atores principais serão aviões furtivos e armas inteligentes. Durante a Guerra do Golfo, caças como o F-16 e o F-18, mesmo que presentes em grande número, foram meros coadjuvantes ao lado de F-117, F-15E e mísseis Tomahawk, estes sim determinaram a rápida derota iraquiana. O caminho escolhidos pelos norte-americano é o de derrotar seus inimigos com pequenos grupos de vetores de alta tecnologia, garantindo pouco impacto negativo na opinião pública ao arriscar o mínimo possível a vida de militares americanos. Não surpreenderá se grandes lotes de F-16/F-18 sejam repassados a outros países. Porém, estes caças de segunda mão não poderão permanecer mais de duas décadas em operação, e já se começam a estudar aeronaves para substituí-los, assim como a seus contemporâneos (Mirage 2000,por exemplo).

Três caças vêem sendo desenvolvidos na Europa Ocidental com esta finalidade: Eurofighter 2000, Rafale e Gripen. Além de haverem dúvidas do quão melhor é o desempenho destas aeronaves em relação à geração anterior de caças, seu desenvolvimento está sendo absurdamente caro e demorado, especialmente nos dois primeiros. Mesmo o Gripen, uma aeronave moderna, mas mais modesta, é bem mais caro que os aparelhos da geração anterior. Mesmo que continuem a ser produzidas versões atualizadas do F-16 e Mirage 2000, haverá uma enorme lacuna entre estes e uma opção mais barata, que se restringe a treinadores a jato adaptados, como o Hawk 200. É importante notar que a esta altura caças F-1, MIG-21 e F-5 modernizados estarão definitivamente fora de operação.

Esse contexto coloca o F-20 novamente como uma opção interessante, oferecendo ótimo desempenho, especialmente para países em desenvolvimento como o Brasil, que desejam desenvolver sua base industrial aeronáutica.

http://uscockpits.com/Jet%20Fighters/F-20%20Tigershark.jpg

Qualquer país que se interesse em adquirir uma licença de produção deste caça certamente o fará a um baixo custo (o F-20 hoje é um projeto esquecido). Poupando-se os gastos com desenvolvimento de um caça novo, o F-20 seria uma
aeronave economicamente viável e lucrativa para nosso país. A sofisticação tecnológica do projeto não difere muito do AMX e não teriamos dificuldade de produzí-lo aquí. Além disso, países como Chile e Argentina certamente se interessariam em uma parceria na produção, o que marcaria também um grande avanço na integração econômica e política da América do Sul.

Os militares brasileiros hoje reconhecem que não é possível desenvolver e produzir um novo caça para atender às nossas necessidades. E a demanda por caças modernos na América Latina supera uma centena de unidades, apenas para repor as unidades já existentes, suficiente para justificar uma produção licenciada. O F-20 teria sido muito mais que uma aeronave adequada às nossas necessidades! Seria um ótimo negócio!