Segurança & Defesa
No dia 8 de julho, no polígono de tiro do Centre d’Essais de Lancement de Missiles (CELM), em Biscarosse (sudoeste da França), foi realizado o disparo de um VL Mica, de lançamento vertical, configurado para defesa de área. O míssil registrou um impacto contra o alvo, voando a poucos a dez metro cima da superfície do mar, a uma distância de aproximadamente 15km.
O ensaio, realizado como parte do programa SALVE (Sol-Air à Lancement Vertical, ou Superfície-Ar de Lançamento Vertical), foi demonstrar a capacidade do VL Mica de proteger zonas litorâneas contra ataques lançados a partir do mar. O míssil utilizado era dotado de um “seeker” com imageador infravermelho, e foi operado a partir de um Centro de Operação Tático localizado a 6km do lançador.
Esse foi o 15º lançamento consecutivo e bem sucedido do MICA a partir de um lançador vertical, e o teste confirmou a capacidade do míssil e de seus sistemas (modo de guiamento terminal, “seekers” infravermelho e eletromagnético, espoleta de proximidade, etc.). O evento foi assistido por seis delegações estrangeiras. O VL Mica já foi enco¬mendado em configuração naval por dois clientes de exportação, e um outro cliente o adquiriu na configuração terrestre.
VL MICA - O MICA de lançamento Vertical
Fonte: Sistemas de Armas
O VL MICA (Vertical Launch) é um míssil antiaéreo que combina um míssil MICA padrão com cabeça de busca ativa ou passiva com um lançador vertical do míssil Sea Wolf.
Foi projetado para preencher os requisitos de um míssil antiaéreo de curto alcance (SHORAD) de baixo custo, capaz de defender meios vitais contra ataques de saturação por aeronaves de ataque e mísseis anti-navio. Os sistemas atuais de defesa de ponto (PDMS - Point Defense Missile System) têm limitação de canais de fogo ou usam lançadores conteiráveis que não podem cobrir todas as direções.
O VL MICA é um sistema muito simples pois usa o próprio radar ou optrônicos de vigilância já instalados na plataforma que está protegendo (navio, aeroporto, etc), para alimentar o míssil com dados para designação de alvos. Estas são as únicas informações que ele precisa da plataforma lançadora para ser disparado.
O TVC permite que o míssil tome a direção do alvo logo após ser ejetado do tubo. A cabeça de busca IR ou RF permite que cada míssil engaje um alvo sem necessitar de um canal de tiro/designador no lançador/navio.
O alcance contra alvos manobrando é de mais de 10 km e atinge a altitude máxima de 9-11 km. O VL MICA pode engajar mais de 8 alvos em 12 segundos. O míssil não terá datalink como a versão ar-ar devido ao pequeno alcance de disparo. Dados atuais citam alcance de até 20km e capacidade de puxar 50 g´s a 7km de distância e 30 g´s a 10 km.
O VL MICA foi revelado durante a Feira Asian Aerospace em 2000. Os primeiros usuários devem ser UAE, Qatar e Taiwan, que já usam a versão aérea. A Arábia Saudita deve instalar o VL MICA nas suas fragatas La Fayette.
O VL MICA não é apenas um projeto, pois já está operacional. Já foi lançado, verticalmente, durante a fase de desenvolvimento do MICA e a definição e interface com o container lançador já foi feita. O primeiro disparo foi em 2001 no estande de tiro Centre d'Essais des Landes. Em fevereiro de 2005 foi realizado um teste do VL MICA com um míssil de produção MICA EM com um acerto direto contra um drone a cerca de 10km.
O VL MICA participa do programa Low Level Quick Reaction Missile (LLQRM) indiano para defesa de bases aéreas.
Impressão artística do VL MICA em um cenário terrestre
O uso de cabeça de busca IIR e RF dará a capacidade de enfrentar as mais severas contramedidas e as forças atacantes não saberão ao certo qual guiagem será empregada.
Na aplicação naval, o VL MICA irá compreender um container de lançadores modulares (8,16
ou mais) e um sequenciador. Em terra, o sistema estará disponível em duas versões: uma móvel montada em um veículo da classe 5 toneladas, ou fixa, onde o disparo é feito de silos controlados remotamente. A versão terreste incluirá um centro de operações táticas, que poderá controlar mais de quatro lançadores de oito mísseis cada.
A versão terrestre será usada para defesa de forças de manobras, alvos de alto valor para o inimigo e defesa de área. Ele é organizado em um Centro de Operações Táticas (TOC - Tactical Operations Centre), radar tridimensional e lançadores (3 a 6). Os lançadores e radar são conectados via rádio UHF e TOC e radar são conectados por fibra ótica.
O programa agora está sendo conduzido por requerimentos das forças armadas francesas para defesa aérea de médio alcance. A MBDA recebeu um contrato em 2006 para integrar o VL MICA no sistema de Comando&Controle CETAT da Força Aérea e no MARTHA do Exercito. O contrato também cobre quatro disparos sendo dois para cada sistema. O VL MICA deve substituir o Crotale da Força Aérea e Marinha e o Roland do Exército.
Em 2007 foi realizado a primeira venda do VL-MICA para um país no Oriente Médio. O VL MICA irá equipar três patrulheiro oceânicos da classe Khareef que será armado com dois lançadores de seis mísseis.
Mock-up do VL MICA no container lançador. O container é compacto e pode ser instalado em um sistema maior como o Mk 41 e o Sylver. O container completo com o míssil instalado pesa cerca de 400kg.
Detalhes do container com a ejeção dos gases e do lançador terreste. O casulo pesa menos de 300kg.
Primeiro lançamento de teste do VL-MICA. Os primeiros testes do MICA ar-ar também foram verticais.
O primeiro teste do VL Mica lançado de navio foi em abril de 2006 com o sensor IIR trancado no alvo no modo LOAL. O alvo era um drone voando muito baixo simulando um míssil antinavio que foi atingido diretamente. O míssil era de produção e não versão de teste.
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