Embraer também recebe subvenção de europeus, diz a Bombardier
Valor Econômico - Via Aeronauta
O construtor aeronáutico canadense Bombardier avisou ontem que não recebe sozinho subvenções europeias. E apontou que sua concorrente Embraer igualmente obtém ajuda europeia, através do governo de Portugal para um investimento em Évora.
"Estamos atentos a essa ajuda que a Embraer recebe dos portugueses", afirmou um porta-voz da empresa canadense, reagindo às informações de que o construtor brasileiro se queixou na Comissão Europeia contra subsídios dados pelo Reino Unido para a Bombardier produzir asas do material composite na Irlanda do Norte.
A Embraer instalou em Évora uma unidade para fabricação de estruturas metálicas (asas) e outra para produção de materiais compósitos (caudas), num investimento inicial de € 148 milhões e criação de 570 postos de trabalho. "Comunicado do governo e publicações da imprensa mostram que a Embraer recebe subvenções", disse o porta-voz da fabricante canadense.
O governo de Portugal indicou aos brasileiros que a ajuda é compatível com a legislação de concorrência europeia. Para a Embraer, porém, esse não seria o caso com os subsídios que a Bombardier recebe dos britânicos.
O porta-voz canadense evitou comentários sobre o desenvolvimento de uma nova briga entre os dois construtores de jatos regionais sobre subvenções para lançamento de novas aeronaves, tema que está causando uma guerra comercial entre os gigantes americano Boeing e europeu Airbus.
A Embraer aguarda a publicação de decisão da Comissão Europeia, que confirmou ajuda do Reino Unido equivalente a US$ 184,5 milhões para a Bombardier, para decidir se recorre à Corte Europeia de Justiça.
Desde o ano passado, quando a Bombardier anunciou que lançaria os novos jatos regionais C series, de 110 a 130 assentos, a Embraer ameaçou questionar os subsídios na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Como nota o jornal "The Gazette", de Montreal, o que está em jogo é enorme - estimativa de dezenas de bilhões de dólares em vendas de jatos regionais nos próximos 20 anos.
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