Lula inicia viagem de cinco dias aos EUA
Presidente participa da 64ª Assembléia-Geral das Nações Unidas
AGÊNCIA BRASIL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja hoje de manhã para os Estados Unidos, onde fica até sexta-feira. Ele vai participar da 64ª Assembléia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, e da reunião de chefes de Estado e de Governo do G-20 Financeiro, em Pittsburgh.
O embarque da comitiva presidencial está previsto para as 9h, na Base Aérea de Brasília. A chegada a Nova York, primeira parada da agenda, está programada para as 17h15min. À noite (20h15min), Lula recebe o presidente da Exxon Mobile, Rex Tillerson, e o empresário brasileiro Eike Batista. Depois (20h30min), participa da cerimônia de entrega do prêmio Woodrow Wilson for Public Service.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca hoje, em Nova York, para cumprir uma extensa agenda de compromissos nos Estados Unidos. Ainda hoje, Lula receberá o Prêmio ao Serviço Público do Centro Internacional Woodrow Wilson. O presidente participará, na quarta-feira, da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), e na quinta seguirá para Pittsburgh, onde será realizado o encontro do G-20. O presidente do Woodrow Wilson, Lee H. Hamilton, de acordo com declarações divulgadas pelo instituto, afirmou que a escolha de Lula se deve à sua contribuição "decisiva para acabar com o regime militar e para abrir o caminho para a democracia em seu país".
Amanhã, Lula deve se encontrar com pelo menos oito chefes de Estado. Por enquanto, está confirmada pelo Itamaraty apenas uma reunião, com o premiê da Espanha, José Luis Zapatero. Está prevista uma entrevista apenas com jornalistas esportivos estrangeiros, em que Lula deve falar sobre a candidatura do Rio para sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
A decisão sobre a sede acontece no início de outubro, na Dinamarca, e uma das concorrentes é Chicago, onde vivia o presidente dos EUA, Barack Obama. Amanhã, Lula participará de jantar oferecido pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, com a presença de todos os chefes de Estado que estão em Nova York.
Conforme a tradição da Assembleia-Geral das Nações Unidas, o presidente brasileiro será o primeiro a discursar, às 9 horas (10 horas em Brasília) de quarta-feira. Obama falará em seguida. Lula deverá usar seu discurso para criticar o embargo econômico imposto pelos EUA a Cuba, que ele considera "anacrônico". O presidente americano renovou por mais um ano o embargo à ilha. A chamada Lei de Comércio com o Inimigo vige desde 1917 e proíbe qualquer tipo de intercâmbio com os países considerados uma ameaça aos EUA. Atualmente, só Cuba é afetada.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, chegou antes a Nova York e hoje manterá encontros bilaterais na missão brasileira na ONU. Amanhã, ele deve participar da conferência climática. Depois da viagem de Lula para Pittsburgh, o ministro permanecerá em Nova York, onde se reunirá com a secretária de Estado, Hillary Clinton, e o chanceler da Holanda para discutir a violência contra as crianças.
No discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) na semana que vem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai cobrar o fim do embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba, além de defender que países ricos aceitem reformas no FMI (Fundo Monetário Internacional) e no Banco Mundial.
Segundo o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, o embargo a Cuba traz preocupação ao presidente Lula. "O assunto do embargo a Cuba é um assunto que preocupa o presidente Lula de maneira muito especial. O presidente, no seu discurso nas Nações Unidas, pretende fazer uma menção explícita à necessidade do fim do bloqueio a Cuba pelos Estados Unidos, um bloqueio que o presidente considera anacrônico e que é condenado pela opinião pública no continente", disse.
No início da semana, Obama emitiu comunicado informando que foi prorrogada por mais um ano a Lei de Comércio com o Inimigo, que impede intercâmbio comercial com países considerados uma ameaça. A decisão tem efeitos práticos apenas contra Cuba.
Nesta quarta-feira, Lula disse que pretende conversar com o presidente americano sobre o embargo a Cuba na reunião de líderes do G20 --grupo de países desenvolvidos e principais emergentes-- na próxima semana, nos EUA.
O porta-voz presidencial disse que em relação à crise financeira internacional, Lula pretende tratar das indefinições que ainda persistem no cenário econômico após 12 meses do período considerado mais delicado.
"O presidente Lula defenderá que é essencial renovar o ímpeto de reforma do sistema financeiro e rejeitar a leniência com o capitalismo financeiro desregulado. O presidente alertará para o fato de que, passados 12 meses, os progressos obtidos no combate à crise contrastam com a persistência de muitas indefinições", disse Baumbach. "O fato de que foi possível evitar o colapso total do sistema não pode ser razão de comodismo e inércia. O presidente também considera prematuro suspender as medidas anticíclicas."
A reunião anual com os líderes dos países na Assembleia Geral da ONU é tradicionalmente aberta pelo discurso do representante do Brasil, desde o primeiro encontro, em 1947, quando o primeiro orador foi o chefe da delegação brasileira, Oswaldo Aranha.
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