A MELHOR BIOGRAFIA JÁ LANÇADA SOBRE STALIN!!!



O ditador soviético Josef Stalin, foi um ótimo filho, um aluno exemplar, possuía uma simpatia sem igual, uma excelente voz para a musica e uma inteligência admirável. Como vocês podem ver, e possível dizer um monte de mentiras falando apenas a verdade.
Josef Stalin foi também um dos maiores genocidas do século, só podendo ser comparado a Hitler e Mao Tse tung.

Stalin tornou-se uma das figuras mais odiadas na historia, desde então centenas de biografias do ditador soviético foram escritas e publicadas. Algumas excelentes como a soberba biografia de Dmitri Volkogonov, intitulada Stalin Triunfo e Tragédia (dois volumes), outras de fontes não muito confiáveis com Stalin um novo olhar do historiador revisionista Ludo Martins.

No entanto os livros O jovem Stalin e Stalin a corte do czar vermelho, do historiador inglês Simon sebag Montefiore, são de longe a mais completa e abrangente biografia já escrita sobre o ex ditador soviético. Em O jovem Stalin, Montefiore relata de forma impressionante toda a infância e a juventude rebelde de Josef Vissarionovich Djungaschvilli – que ficou conhecido na historia como Stalin – abordando seus primeiros anos de vida em Tiflis – capital da Georgia – onde o menino pobre, filho de um pai alcoólatra, era constantemente espancado pelo pai. Seguindo depois para o trágico primeiro casamento de Stalin, para sua vida de revolucionário, assaltante de bancos, as inúmeras prisões que sofreu, passando pelo exílio em Turukansk na Sibéria, e terminando com uma ótima narrativa dos momentos mais tensos da revolução russa de 1917. Uma das características dos livros de Montefiore e a de sempre começar a narrativa em uma época bem adiantada e que marcou a vida do ex líder sovietico. Em Stalin a corte do czar vermelho o livro começa na noite de 8 de novembro de 1932, onde durante uma festa no Kremlin a segunda esposa de Stalin, Nadia Alilluieva cometeu suicídio com um tiro no coração. No capitulo seguinte o livro volta um pouco no tempo e começa a narrar a tragetoria de Stalin de 1930 ate a sua morte em 1953.

O mesmo acontece em O jovem Stalin onde a narrativa começa na cidade de Tiflis (capital da Geórgia) em 1907 durante um audacioso assalto a banco planejado e executado por Stalin e sua gangue, que na época era conhecida como “Drujina”. Jornais de todo o mundo divulgaram o assalto em primeira pagina. O Daly Mirror publicou sobre o titulo de “Chuva de bombas em Tiflis”. Stalin e sua gangue utilizaram varias granadas de extremo poder destrutivo apelidadas de “maças” que culminaram com a morte de cerca de 50 pessoas. A quantidade de dinheiro conseguida com o assalto foi bem alta, e financiou por bastante tempo o partido bolchevick de Lênin, porem quase custou a carreira de Stalin, pois o governo georgiano divulgou que as notas estavam em números seqüenciais, vários integrantes do assalto foram presos. O livro conta sobre a família de Stalin, o seu nascimento a sua infância na violenta Gori, onde a roda de uma carroça passou sobre o seu braço esquerdo quando ele tinha 6 anos de idade, e teve conseqüências para toda a vida. Seguindo para a vida de clandestino, os exílios, as enumeras prisões e fugas. O autor também derruba mitos como o de que Stalin fazia parte da policia secreta do Czar a Okrana. A vida amorosa do ditador também e muito abordada como os filhos ilegítimos decorrentes destes amores passageiros. Uma historia impressionante e inédita que so veio a publico com a recente abertura dos arquivos da Geórgia a pedido do próprio autor. Tecendo uma imagem negra sobre a juventude de Stalin que o mesmo por anos tentou apagar. Este e sem duvida um livro indispensável para qualquer pesquisador sobre a vida de Josef Stalin.

Em Stalin a corte do czar vermelho – sem duvida a obra capital de Montefiore – a vida do ditador no poder e apresentada com uma riqueza de detalhes inigualável em outras biografias de Stalin. O livro não se prende apenas no ditador, mas em todos que o cercam no seu dia a dia, revelando personalidades quase tão perversas quanto o próprio Stalin. A obra apresenta Stalin de diversos ângulos: Como estadista, general, pai de família rígido e moralista, como um esposo de modos rudes, como jardineiro (atividade que Stalin adorava), hipocondríaco, leitor voraz, vingativo, seus hábitos, suas manias e reconstrói desta forma um retrato da vida política e particular de Stalin, que não e encontrado em nenhuma outra obra. Montefiore também descreve de modo sem igual os momentos finais do ditador, desde o seu derrame fatal no dia 1 de março, ate a sua morte no dia 5 de março de 1953. Mostrando inclusive, as divergências sobre uma possível morte natural, conseqüência da arteriosclerose cerebral. Ou de um possível assassinato por parte dos membros da “corte” de Stalin. E impossível entender o modo de vida de Stalin e seu modo de pensar sem ler Stalin a corte do czar vermelho ,
As duas obras de Montefiore, formão a melhor. Maior e mais completa biografia já escrita de Josef Stalin!!!!

Tiago Rodrigues Carvalho

SAIU NA IMPRENSA

“O JOVEM STALIN”Época / Data: 23/6/2008
Mente Aberta
Paulo Moreira Leite
Retrato do déspota quando jovem
Armado de documentos só abertos ao público após o colapso do regime comunista, diários mantidos em segredo por décadas e outros depoimentos preciosos, o historiador Simon Sebag Montefiore tem construído uma obra dedicada a retratar a vida real na União Soviética - sem condescendência moral nem dívidas ideológicas. Depois de produzir um livro indispensável para o entendimento do regime comunista (Stálin: a Corte do Czar Vermelho), ele retorna às livrarias com um novo trabalho de fôlego: O Jovem Stalin (Cia. das Letras, 536 págs.).
Debruçado sobre o arquiteto de uma das mais cruéis e influentes tiranias de qualquer tempo, O Jovem Stalin acompanha o personagem-título desde o nascimento até a tomada do poder pelo Partido Bolchevique, em 1917. Montefiore reconstrói a infância, insegura e miserável. Retrata o pai sapateiro, alcoólatra e quase sempre desempregado, e também a mãe, bonita, infeliz, desamparada, que costumava aceitar favores suspeitos de senhores de boa fortuna.
O livro se inicia em 1907, com a descrição de um violento assalto a banco que gerou um caixa milionário de US$ 3,4 milhões, produziu 40 mortos, dezenas de feridos e foi manchete em jornais de Londres e Paris. Organizado por Stálin e determinado por Lênin, líder máximo do Partido Bolchevique, o assalto foi uma típica operação clandestina dentro da clandestinidade. Um pouco antes, os próprios boIcheviques tinham votado uma resolução solene na qual condenavam esse tipo de ação. Pura hipocrisia ¬ como Stálin iria demonstrar, uma pistola Mauser e granadas na mão.
Sem psicologia de botequim, a obra expõe contradições, descreve conflitos e se esforça para jogar luzes sobre um personagem sempre muito estranho. Autodidata e inteligentíssimo, mas incapaz de travar uma luta política com brilho próprio, sempre pronto para agir nos bastidores, Stálin construiu seu método de ação política - o célebre stalinismo - como um sistema de relações pessoais e interesses que formavam uma cultura política perversa. Ensinou a duvidar da democracia e a zombar das próprias convicções. Enxergava sua chegada ao poder como um evento indispensável ao progresso humano. Conforme essa visão, sua tirania pessoal não representa¬va erro nem desvio, mas um mal necessário.
Com rara competência para acrescentar fatos novos e decisivos à eterna narrativa da história dos homens, vez por outra Montefiore desliza quando tenta trazer o passado para os dias de hoje. Num exercício superficial de análise política, o livro compara o radicalismo feroz de Lênin, adepto das táticas de insurreição de massa, com organizações pós-modernas como o Ira, o Hamas e o Hezbollah, adeptas do terrorismo puro e duro.
Embora tenha deixado um desastre de proporções históricas como herança, Stálin foi eficaz na construção de seu próprio sistema de poder. Produziu frases e lugares¬comuns que costumavam ser repetidos em círculos de admiradores como se fossem pequenos momentos de alta sabedoria política. Até hoje costuma ser venerado por uma parcela da população soviética. Mesmo intelectuais de prestígio participaram do culto stalinista.
A grande contribuição de O Jovem Stalin ao entendimento de seu protagonista é demonstrar a absoluta desimportância daquilo que ele dizia, escreveu e por acaso pensou. Montefiore define Stálin como um político que disputou o poder com métodos de bandoleiro e agressivida de de assaltante, para quem as pa¬lavras não tinham valor, a verdade não se distinguia da mentira. É um retrato devastador - mas indispensável a quem quer entender como o mundo se tornou aquilo que é.
“STALIN, A CORTE DO CZAR VERMELHO”

Carta Capital / Data: 12/4/2006
Romance sombrio
A biografia de Stalin busca mostrar o enlace perigoso entre crime, poder e mistificação
Por Márcia Mendes de Almeida
Ancorado em rigorosa pesquisa histórica, Simon Sebag Montefiore envolve o leitor nesta fantástica crônica sobre a personalidade de Stalin, de 1929 até sua terrível morte, e sobre seus asseclas e as respectivas famílias. O tom ficcional da narrativa de Stálin - A Corte do Czar Vermelho é muito atraente, parecendo um macabro romance, por vezes de dar engulhos, melodramático como a vida, irônico, cruel. Daí que se lê sem tédio esta velha moral da história, a da abjeta união entre crime, poder e mistificação.
Apesar de tratar-se de uma biografia em que 'o Supremo', o camarada Stalin, nunca sai de cena, a indicar a distorção de um só tirano responsável, fonte satânica de todos os crimes, as lutas ferozes entre seus oligarcas são impiedosamente desveladas. São definidos o papel, o perfil e a carreira dos mais perfeitos mandantes, 'favoritos duradouros', os chamados quatro - Béria, Molotov, Malenkov, Mikoian e mais o sucessor de fato, Kruchev.
A série interminável de montagens dos complôs começa com quatro julgamentos públicos e secretos (1936-1938), em que a maioria dos membros do Politburo de Lenin é esmigalhada (Zinoviev, Kamenev, Piatakov, Tukachevski, Rikov, Bukharin, Iagoda), com uma exceção - Karl Radek, um protegido de Stalin, premiado com dez anos de prisão.
Esse banho de sangue se fecha em 1940, com o assassinato de Trotski. Segue-se o desenrolar de um sem-número de intrigas palacianas, fabricação de processos e bodes expiatórios, sucessivas degolas, prisões, suicídios políticos, envenenamentos, obscuros assassinatos, expurgos de mais inocentes que culpados, confissões incriminadoras (repugnantes) sob tortura, deportações e as quedas em desgraça dos aliados, íntimos até ontem.
Tudo de tirar o fôlego, como o aniquilamento de Kirov, Lakoba, Camarada Sergo, Pauker, Gorki, Iejov, Jdanov, e os expurgas em massa no Exército Vermelho, pouco antes da invasão alemã (1941), para citar apenas alguns episódios do Terror permanente, comandado de perto pelo Czar Vermelho.
Ao tentar esquadrinhar o inexplicável, por que a morte como instrumento político foi a diretriz crucial do stalinismo, o autor faz uma afirmação desconcertante sobre o 'guia genial dos povos' e o séqüito de sicofantas - 'Stalin era um homem de seu tempo, assim como seus auxiliares'.
A grandeza de tal incrível passado, Montefiore admite, está expressa em 20 milhões de mortos (talvez), 28 milhões de deportados, dos quais 18 milhões foram escravizados. Questões como os recorrentes períodos de fome na União Soviética sob o jugo de Stalin, atingindo milhões de vítimas e chegando ao paroxismo dos casos de canibalismo, o autor registra, mas não se propõe esmiuçar. O trabalho escravo, se e quando organizado nos campos de deportação, ou seja, a brutal 'acumulação primitiva', também não merece mais que rápidas passagens.
Onde Montefiore não economiza é na descrição do cerimonial de importantes cortesãos do generalíssimo super-homem proletário. Estão aí incluídos a família, secretários, criados, guarda-costas, os chefões da onipresente polícia secreta que faziam obsessivos relatórios ao todo-poderoso, bem como agentes e torturadores especializados.
Tais homens, essenciais na engrenagem dos mefistofélicos Iagoda, Iejov, Beria, Abakumov, são nomeados e seus métodos, bem explicados. Expostas são também as jactâncias, poderes, ostentação de riqueza, além da inaudita corrupção. Quem se interpunha entre o genial Stalin e o Sol era uma ameaça. Ninguém era intocável. Logo, o círculo familiar do ditador e potentados não escapou da espionagem, das prisões e mortes, humilhações públicas, torturas e deportações, do pânico, em resumo.
Os rituais e o aparato da mais vil subserviência asseguraram ao nicho restrito de sobreviventes da paranóia avassaladora do ditador os privilégios de uma principesca vida de estufa, de que fazem prova as biografias paralelas de dois dos filhos de Stalin, Svetlana e Vassili Stalin - este último, uma exuberante vergonha nacional.
Convém ler aos poucos tantas lições de miséria humana e, assim, reavivar a memória do massacre de um povo que, como os ingleses, resistiu primeiro aos nazistas e abreviou o fim de Hitler.


Veja / Data: 15/3/2006
A confraria dos assassinos
Com base em arquivos secretos recentemente abertos, duas obras mostram por dentro a corte de Stalin
Jerônimo Teixeira
Uma piada soviética do fim dos anos 40 contava que, certa vez, o ditador Josef Stalin perdeu seu cachimbo favorito. Alguns dias depois, Lavrenti Beria – o chefe da polícia secreta que às vezes torturava pessoalmente seus prisioneiros para fazê-los admitir crimes que não cometeram – perguntou sobre o cachimbo sumido. "Já o encontrei. Estava embaixo do sofá", disse Stalin. "Não é possível!", replicou Beria. "Três pessoas já confessaram esse crime." O próprio Stalin costumava contar essa piada para seus colaboradores próximos – e todos riam. Esse monstruoso cinismo dos círculos mais elevados da tirania comunista ganha um retrato vigoroso em dois livros: Stalin – A Corte do Czar Vermelho (tradução de Pedro Maia Soares; Companhia das Letras; 864 páginas), do historiador inglês Simon Sebag Montefiore, e Um Stalin Desconhecido (tradução de Clóvis Marques; Record), dos historiadores georgianos Roy e Zhores Medvedev.

Os dois livros estão entre os primeiros a valer-se da abertura de arquivos que permaneciam secretos até o colapso da União Soviética. Com base em cartas, bilhetes e documentos inéditos, traçam um retrato íntimo do stalinismo. Montefiore conta sua história de forma seqüencial, da consagração de Stalin como líder supremo em 1929 à sua morte, em 1953. O livro dos Medvedev – dois irmãos gêmeos que, nos anos 70, se tornaram dissidentes soviéticos – é uma coletânea de ensaios sobre temas mais especializados: a corrida atômica, o expurgo do líder comunista Bukharin, o obscurantismo na ciência soviética. De certo modo, as duas obras são complementares: dão ao leitor uma visada interna do exclusivo clube bolchevique – um pequeno grupo de mandantes que exerciam poder de vida e morte sobre regiões inteiras.

Os líderes revolucionários eram todos vizinhos em apartamentos no Kremlin e também costumavam passar as férias juntos. Até pelo menos o início dos anos 30, adotavam um estilo austero, vivendo de magros estipêndios do partido. Nos últimos anos de Stalin, porém, as reuniões do grupo dirigente começavam em sessões de cinema (às vezes com um bangue-bangue americano) e estendiam-se em madrugadas alcoólicas nas dachas (casas de campo). Apesar da proximidade familiar desses bolcheviques e de sua absoluta identidade ideológica – todos, afinal, acreditavam que estavam heroicamente moldando uma nova sociedade e um novo homem –, o clima entre eles nunca foi de camaradagem. Stalin erigiu a paranóia como princípio de governo: qualquer aliança era circunstancial, e todos desconfiavam de todos. Muitos foram os nomes aventados como herdeiros de Stalin que, mais tarde, caíram no ostracismo: o sinistro Beria; Molotov, o ministro do Exterior que negociou um pacto com os nazistas; Jdanov, o intelectual que moldou as diretrizes do "realismo socialista" impostas a todo artista soviético. Esses três tiveram a sorte de ser escanteados por Stalin – e não assassinados (Beria seria, sim, executado, mas já no governo Kruschev). Vários figurões foram consumidos pela autofagia do sistema comunista: Bukharin, Kamenev, Zinoviev, Sergo, Iejov, Iagoda – e, é claro, Trotsky, o mais brilhante opositor de Stalin, assassinado em seu exílio no México, em 1940, em uma operação arquitetada por Beria. A partir de 1937, no auge do Terror stalinista, já nem importava estabelecer quem era amigo ou inimigo do ditador: Stalin, Beria e seus asseclas estabeleciam cotas para cada região, com um número mínimo de execuções a ser realizadas. Entre expurgos, assassinatos e vítimas da fome produzida pela coletivização forçada do campo, calcula-se que os mortos pelo stalinismo estejam em torno de 20 milhões.
O mais assustador era a fidelidade que o stalinismo (termo cunhado por Kaganovich, um dos mais pusilânimes manda-chuvas bolcheviques) inspirava até em suas vítimas. "Sigam Stalin", disse Kamenev aos filhos, depois do julgamento em que foi condenado à morte por acusações falsas. Mas essa lealdade sobrenatural tinha limites: no primeiro ensaio de Um Stalin Desconhecido, Zhores Medvedev examina a hipótese de que Stalin não teria morrido de um derrame, mas sim de envenenamento (Beria, aliás, costumava envenenar inimigos). O historiador conclui que não existe nenhum indício concreto de assassinato – mas que essa não é uma idéia implausível: entre os potentados comunistas, o sentimento diante da morte de Stalin foi de alívio. Muitos anos depois, Molotov, já retirado da vida política, resumiria de forma enigmática a ambivalência da figura de Stalin, como guia carismático e assassino de massas. Em conversa com um jornalista, o ex-ministro do Exterior contou um sonho recorrente de sua velhice: "Estou numa cidade destruída e não consigo encontrar a saída. Depois, encontro Stalin".