O acordo militar assinado por Rússia e Venezuela em agosto será mantido em segredo, segundo uma decisão adotada pela unicameral Assembleia Nacional (AN) venezuelana divulgada hoje.
A confidencialidade decidida pela maioria parlamentar aliada ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, ficará em vigor pelo menos durante os próximos cinco anos, mas pode ser prorrogada.
"A decisão nasce da necessidade de proteger todo tipo de informação classificada, que seja transmitida, recebida e gerada no desenvolvimento da cooperação técnico-militar bilateral", diz o texto parlamentar, aprovado na noite da última quinta-feira em segunda e definitiva discussão.
O acordo militar foi assinado em 15 de agosto na Rússia pelo subdiretor do Serviço Federal de Segurança russo, Vyacheslav Ushakov, e pelo vice-presidente e ministro da Defesa da Venezuela, Ramón Carrizález, em uma visita anterior à realizada por Chávez em setembro.
Quando voltou da Rússia para a Venezuela, Chávez informou que o Governo russo tinha liberado um crédito de US$ 2,2 bilhões para a compra de armamento de empresas russas.
O novo arsenal inclui 92 tanques T-72 e "um poderoso sistema antiaéreo" com um número não revelado de foguetes "reativos", segundo o presidente venezuelano.
Nos últimos anos, Chávez já efetuou grandes compras de equipamento militar russo, como a de 24 caças-bombardeiros Sukhoi-30, 50 helicópteros MI-17, M-26 e M-35 e 100 mil fuzis AK, tudo isso por mais de US$ 3 bilhões, segundo fontes russas.
Depois de decidida a confidencialidade do acordo da Venezuela com a Rússia, o deputado opositor Juan José Molina disse que Chávez "critica a falta de clareza do acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos, enquanto aqui se fazem acordos secretos com a Rússia".
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