Apresentação: Pilotado por Marcos Geraldi, o CEA-309 Mehari decola do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica, no aeroporto da Pampulha - FOTO: Alexandre Guzanshe
Projeto de extensão da UFMG produz avião de acrobacias
O CEA-309 Mehari foi apresentado ao público em voo ontem na Pampulha
O CEA-309 Mehari foi apresentado ao público em voo ontem na Pampulha
Fonte: O Tempo OnLine Por: Marcelo Fiuza
Às 16h15 de ontem, decolou do aeroporto da Pampulha o CEA-309 Mehari, primeiro avião de acrobacias brasileiro, criado e construído no Centro de Estudos Aeronáuticos (CEA) da UFMG. Foram cerca de dez minutos de piruetas e rasantes, em solenidade que tinha como objetivo apresentar a aeronave ao público.
"O Mehari correspondeu às expectativas na íntegra. Ele está apto para participar da mais alta categoria da aviação acrobática", diz o piloto Marcos Geraldi, 37, também principal financiador do projeto orçado em cerca de US$ 300 mil e que teve ainda patrocínio de empresas privadas nacionais e estrangeiras.
Segundo o professor Paulo Iscold, responsável pelo projeto, o lançamento do Mehari é fato digno de nota, uma vez que o aparelho atingiu eficiência igual aos similares russos e alemães, porém com custos de operação e de fabricação bem menores.
"O nosso grande desafio era reduzir os custos. Por isso fizemos um avião menor, mais leve, com motor também menor, de quatro cilindros, mas com o mesmo desempenho dos estrangeiros", diz Iscaldi, que teve que desenvolver materiais inovadores para a tarefa, como aço cromolibdênio e madeira freijó.
"Como resultado, o Mehari consome 50% menos combustível que os concorrentes", conta o professor, lembrando que mais testes serão realizados até dezembro, quando o Mehari será utilizado em 100% de sua capacidade.
Geraldi, que há dez anos é piloto de acrobacias, diz que pretende competir com o Mehari. "Nossa ideia é ter um avião competitivo em nível mundial. Vamos levá-lo para provas de acrobacias pelo mundo", diz.
Segundo Geraldi, já há fabricantes estrangeiros interessados na aeronave. Como trata-se de um projeto de extensão e, não, de pesquisa da UFMG, Geraldi detém os direitos de produção da aeronave, que custa cerca de US$ 250 mil. "Isso é algo em torno de dois terços do que custam os russos e alemães", afirma Iscoldi.
F-1
Categoria. Por sua versatilidade e dimensões, o Mehari está na chamada classe ilimitada, a categoria mais elevada das competições de acrobacias aéreas, algo similar à F-1 para o automobilismo.
0 Comentários