Transferência de tecnologia de caças não seria total

Fonte: Folha de São Paulo - Via Terra

Os representantes das três empresas que disputam a venda de 36 caças ao Brasil disseram na quarta-feira durante audiência na Câmara dos Deputados que a transferência de tecnologia dos aviões ao País terá limites. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com a reportagem, Bob Gower, vice-presidente da Boeing, fabricante do F-18 Super Hornet, disse que a transferência não seria "irrestrita", mas "necessária". "Isso significaria dar acesso a cada pequena peça. Se tivermos um chip Intel, não podemos dar acesso aos senhores. Solicitamos a eles, e eles nos disseram que era simples: 'basta comprar a nossa empresa'", disse o executivo à Folha.

Jean-Louis Montel, representante da francesa Dassault, responsável pelo caça Rafale, também afirmou que a empresa não detém 100% da tecnologia. Contudo, o executivo disse à Folha que esse fato não seria um problema: "os fornecedores podem ser trocados".

Ainda segundo a reportagem, os suecos da Saab, que produz o Gripen, avaliaram que a audiência deixou as três empresas em igualdade na disputa. O jornal afirma que o caça é criticado porque dois terços do avião são feitos fora da Suécia, o que dificultaria a transferência de tecnologia.

A Folha diz também que os suecos e os franceses propuseram novas parcerias com a Embraer e a produção dos caças no Brasil. A Saab afirmou estar disposta a desenvolver o novo Gripen com os brasileiros. A Dassault disse que vai fabricar em conjunto um motor com capacidade para usar biocombustíveis.