A HISTÓRIA DA PIRATARIA

Fonte: Histórias (blog da Professora Tathy)

O termo pirata foi utilizado pela primeira vez por Homero, em sua obra Odisséia. A pirataria marítima foi praticada já na Antiguidade, pelos gregos que roubavam mercadores fenícios e assírios desde pelo menos 735 a.C. A pirataria continuou a causar problemas, atingindo proporções alarmantes no século I d.C., quando uma frota de mil navios de piratas atacou e destruiu uma frota romana e pilhou aldeias no sul da Turquia. Esses piratas são considerados precursores dos conhecimentos de navegação marítima.

Capitão Gancho. Personagem do filme Peter Pan da Dirney

Durante o período medieval, a pirataria passou a ser praticada pelos normandos
(A Normandia é uma região ao norte da França). Os piratas normandos atuavam principalmente nas ilhas britânicas, França e Império Germânico, embora chegassem mesmo ao Mediterrâneo e ao mar Morto. No Mediterrâneo e no mar Morto também existiam piratas Muçulmanos.

Em 1099, alguns mercadores da cidade de Amalfi fundaram, em Jerusalém, uma casa religiosa formada por monges, denominada Santa Maria Latina para recolher e ajudar peregrinos. Anos mais tarde construíram junto da casa um hospital a partir daí, formou uma congregação própria, sob o nome de São João Baptista. Em 1113, o Papa forneceu uma regra própria e acrescentou ao cuidado com os doentes o serviço militar dos monges.

Brasão da Ordem de Malta. Site Oficial: http://osj.st/pages/P2p.htm


Assim surgiu a Ordem dos Hospitalários ou de São João de Jerusalém, designada por Ordem de Malta a partir de 1530. Os Cavaleiros de Malta, a partir do século 15, praticaram a pirataria contra os mercadores muçulmanos além de resgatarem prisioneiros cristãos capturados por piratas muçulmanos.

Mais tarde, em meados do século 16, surgiram piratas de várias nações, agindo pratucamente no Mediterrêneo e no mar Morto. Sendo que havia piratas de origem árabe que agiam no mar Vermelho e no norte do Oceano Indico.

Com a colonização do continente americano, realizada por espanhóis e portugueses, os piratas passaram assaltar os navios que voltavam da América e passaram a organizar saques pelo Caribe espanhol. Assim, do final do século 16 até o século 18 os piratas, corsários, flibusteiros e bucaneiros atuaram principalmente no Atlântico, sendo que esse período é chamado de Época de Ouro da Pirataria.


Na Época Áurea da Pirataria, o Mar do Caribe era o terreno de ação dos piratas que atacavam, primeiramente, os navios espanhóis, e, posteriormente, os navios de todas as nações com colônias e postos avançados de comércio na área. Os grandes tesouros de ouro e prata que a Espanha começou a enviar para a Europa logo chamaram atenção desses piratas. Alguns piratas, os corsários, eram oficialmente patrocinados por nações em guerra com a Espanha, mas diante de uma lenta comunicação e da falta de um patrulhamento internacional eficaz, a diferença entre a pirataria oficial (corsários) e a criminosa era indefinida.

As tripulações de piratas eram formadas por todo tipo de pessoa, mas a maioria era de homens do mar que desejavam obter riquezas e liberdade. Muitos eram escravos fugitivos ou servos sem rumo. As tripulações eram normalmente muito democráticas. O capitão era eleito por ela e podia ser removido a qualquer momento.

Via de regra, os piratas utilizavam navios pequenos e rápidos, que pudessem abordar rapidamente os navios atacados, lutar ou fugir de acordo com a ocasião. Preferiam o método de ataque que consistia em embarcar e realizar o ataque corpo a corpo. Saqueavam navios de mercadores que eram levemente armados, mas as vezes atacavam cidades ou mesmo navios de guerra, caso o risco valesse a pena. Normalmente, não tinham qualquer tipo de disciplina além da “Lei do Mar”, bebiam muito e quase sempre terminavam mortos no mar ou enforcados, depois de uma carreira curta, mas transgressora.

No auge da pirataria, havia cidades controladas por piratas localizadas em ilhas ou baias de difícil acesso. Esses portos piratas eram verdadeiros paraísos onde todo pirata estava livre das perseguições e podiam recrutar tripulações, vender mercadorias capturadas, consertar navios e gastar o que saqueavam. Várias nações faziam vista grossa à pirataria, desde que seus próprios navios não fossem atacados. Quando a colonização do Caribe tornou-se mais efetiva e a região se tornou economicamente mais importante, os piratas gradualmente desapareceram, após terem sido caçados por navios de guerra e suas bases terem sido tomadas.

Bandeira Pirata Tradicional

Desde aí a pirataria vem perdendo importância, embora em 1920 ainda tivesse a sua importância nos mares da China.