Mantega defende somar recursos do pré-sal às reservas internacionais
Fonte: Valor Online - Via: O Globo
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu hoje que os recursos do pré-sal sejam aplicados no exterior para proteger o câmbio no Brasil. Segundo ele, inicialmente o dinheiro poderia ir para as reservas internacionais brasileiras.
"Essas reservas com os recursos do pré-sal no futuro superarão os US$ 500 bilhões, com certeza " , afirmou o ministro.
Posteriormente, os recursos podem ser aplicados no Fundo Social e no Fundo Soberano, desde que com aplicações externas para não afetar a economia do país. A mesma regra valeria para os recursos da capitalização da Petrobras, que representará um montante menor.
"Aquele perigo que a gente imagina de valorizar demais o Real não existe, porque o recurso será retirado do mercado assim que ele entrar, então ele não vai pressionar o câmbio", afirmou o ministro.
Sobre a capitalização da Petrobras, Mantega disse que não há risco de a União sair prejudicada na transação, que irá aumentar o tamanho da empresa e lançar mais ações no mercado.
Segundo ele, numa estimativa de capitalização de US$ 50 bilhões, é difícil que os chamados acionistas minoritários, que detêm cerca de 60% do capital da empresa e têm preferência na compra de ações, consigam aportar os US$ 30 bilhões referentes à parte deles.
Mesmo assim, se isso acontecer, a União irá aportar os US$ 20 bilhões para a sua integralização e a proporção de ações continuará a mesma, com o Estado brasileiro sendo dono sozinho de aproximadamente 40% da empresa.
"Acho muito difícil que os minoritários consigam aportar US$ 30 bilhões. Não existe no mundo atualmente esse tipo de transação. Mas, na pior das hipóteses, a União também irá aportar os seus US$ 20 bilhões e continuará a mesma proporção".
Mantega esclareceu que a avaliação dos 5 bilhões de barris que serão concedidos para a estatal será feita pela própria Petrobras e pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), para dar mais certificação à transação. A Petrobras irá incluir esse petróleo em seu capital e pagará à União o valor acordado, numa operação que ele classificou de "ganha-ganha".
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