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Presidente líbio propõe criação de uma Otan do sul

Fonte: Lusa

O presidente da Líbia, Muammar Kadhafi, propôs a criação de uma nova entidade que agrupe os países da América do Sul e da África, assim como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

"Temos que criar uma Otan para o sul e isso não é uma ação terrorista. Temos o direito de criar as nossas organizações para o nosso desenvolvimento, para garantir os nossos serviços", disse.

Muammar Kadhafi falava durante a 2ª Cúpula América do Sul-África, na ilha venezuelana de Margarita, um evento que conta com a presença de 28 chefes de Estado e de Governo - oito da América do Sul e 20 de países africanos.

Exibindo um mapa, fez um apelo aos presentes para olharem "para o Atlântico Norte" e ressaltou que "não há uma separação, não há um abismo, mas sim que a América do Norte está vinculada deste ponto de vista, através das comunicações, das frotas, de tudo, com a Europa".

"No sul, vemos que há um vazio que temos que encher. Da mesma maneira que existe uma Otan no norte, temos que criar uma Otan no sul, temos que terminar com esse vazio, com esse abismo que estamos sofrendo no Atlântico Sul e criar uma aliança para poder garantir uma ação histórica, estratégica que beneficie o turismo, a comunicação marítima, aérea, gasodutos, oleodutos de maneira que o sul também se interligue", disse.

Relação norte-sul

Segundo o líder da Revolução Verde, que o levou ao poder em 1º de setembro de 1969, há 38 anos, no "norte sentem-se fortes e são inclementes, pensam que o planeta se divide em duas partes, senhores e escravos".

"No norte estão os senhores e no sul os escravos, e [pensam] que no mundo há duas partes, uma que produz e outra que consome", disse. No entanto, segundo Muammar Kadhafi, "no sul estão as riquezas, as minas" de que o "norte se aproveita".

Os países do sul, afirmou, são "uma força essencial" que pode "transformar o mundo, garantir a preservação da paz internacional e a transformação da economia mundial".

Por outro lado, o líder líbio ressaltou que a situação dos países africanos com o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas "é insustentável, desde há muito tempo eles [países do norte] desfrutam do direito ao veto". "São os únicos que podem vetar e nós não temos nenhum direito".

Durante a sua intervenção sublinhou ainda que o Conselho de Segurança "deve estar conformado por assentos permanentes de todas as nossas organizações, somos maioria, somos os que devemos impor as resoluções vinculantes e eles têm que submeter-se às nossas vontades".

"Devemos tratar de diminuir este vazio que se criou na representação do nosso continente, temos que estar representados como a União Europeia, como a Rússia, a Otan, como todos eles, temos o direito", concluiu.