O ministro russo da Energia, Serguei Chmatko, anunciou nesta segunda-feira que a usina nuclear de Busher, no Irã, não irá entrar em funcionamento até ao fim do ano devido a razões tecnológicas.
"Esperamos resultados sérios até ao fim do ano, mas a central não entrará em funcionamento", disse Chmatko, frisando que "a Rússia continua a cumprir os seus compromissos perante o Irã".
Segundo ele, os prazos de construção da usina são determinados pelas condições tecnológicas e a entrada em funcionamento deve ser ligada à garantia de segurança.
"Os iranianos vêem como a construção avança e não nos fazem perguntas", declarou o ministro.
No final de outubro foi anunciado que a usina poderia entrar em funcionamento até ao fim do ano corrente. A agência iraniana IRNA, citando Ali Akbar Salehi, vice-presidente do Irã, noticiou que 96% da central estava pronta e que os testes de funcionamento iriam começar em breve.
A usina começou a ser construída em 1975 por empresas alemãs, que suspenderam os trabalhos devido às sanções impostas ao Irã pelos Estados Unidos depois da embaixada norte-americana em Teerã ter sido tomada por manifestantes iranianos.
A empresa russa Atomstroieksport retomou os trabalhos e a central deveria entrar em funcionamento em 1999, mas a inauguração foi adiada várias vezes.
Em janeiro deste ano, a Rússia anunciou ter fornecido o combustível para a central, o que, normalmente, é feito meio ano antes da entrada em funcionamento. Já em outubro, foi divulgado que estavam perto do fim os últimos testes.
Analistas russos consideram que estes adiamentos têm origem política e são provocados pelo fato de as autoridades iranianas não pretenderem colaborar com a comunidade internacional em relação ao seu programa nuclear.
Num encontro com o presidente norte-americano, Barack Obama, realizado em Cingapura no fim-de-semana, o chefe de Estado russo, Dmitri Medvedev, destacou que Moscou e Washington não estavam satisfeitos com os ritmos das conversações com Teerã.
As autoridades iranianas responderam com a ameaça de criarem o seu próprio sistema de defesa antiaéreo se a Rússia não fornecer ao Irã os mísseis S-300, que já deviam ter sido entregues há seis meses.
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