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A Força Aérea coordenou um exercício internacional de prevenção contra a pirataria aérea.
Texto Ricardo Fonseca Fotos José Carlos Carvalho - Do Visão
O avião C295 português levantou voo da base militar de Porto Santo, na Madeira, e, durante quase seis horas, sobrevoou os espaços aéreos de Marrocos e Espanha.
Ao longo da viagem o piloto Paulo Martins, 30 anos, alterou constantemente a rota que estava prevista e não respondeu aos diversos contactos efectuados pelas torres de controlo. A aeronave portuguesa desempenhou o papel de avião inimigo para testar a resposta dos sistemas de defesa.
"Desde os ataques terroristas do 11 de Setembro que se tornaram mais frequentes exercícios deste género", explica o tenente-coronel Paulo Gonçalves, porta-voz da Força Aérea. "Os militares têm de estar preparados para actuar rapidamente caso se verifique um comportamento suspeito no seu espaço aéreo."
A iniciativa "5 + 5" envolve a participação de Portugal, Espanha, França, Itália, Malta, Marrocos, Tunísia, Argélia, Mauritânia e Líbia.
As forças aéreas marroquinas e espanhola responderam à ameaça de forma célere. O avião português foi sempre vigiado de perto por caças devidamente equipados com canhão e mísseis. Os F5 e Mirage F1 marroquinos voaram a menos de 20 metros de distância da asa do C295 português. Tal proximidade até permitiu que os pilotos tirassem fotografias ao avião nacional.
Após quase seis horas de voo, o piloto Paulo Martins recebe instruções para apontar o nariz do avião em direcção ao Algarve. Assim que o aparelho entra em espaço aéreo português é de imediato escoltado por dois F16 equipados com uma câmara de filmar, que naquele momento transmitia imagens em directo para o posto de comando em Monsanto, Lisboa.
O caça nacional aproximou-se o mais possível do cockpit onde se encontrava Paulo Martins, e abanou as asas. O piloto português forçou o C295 a descrever o mesmo movimento. O bailado em linguagem aérea significa qualquer coisa como: "Siga-me até à pista de aterragem"; "Ok".
Alguns minutos depois o avião aterrou na base aérea do Montijo.
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