Em fevereiro de 2009, em plena crise mundial - que nem o Governo acreditava -, a Embraer anunciou a demissão de pessoal em virtude da queda do crédito e de mercado. "O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com indignação", segundo relato do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, na saída do Gabinete Presidencial. "E vai chamar o dirigente da empresa para esclarecimentos", completou.
Passados 10 meses, uma pergunta: O que o Governo fez para criar o mercado para a Embraer? Não deve ter feito nada.
Conforme notícia publicada no jornal Valor Online do último dia 14, a Embraer anunciou aos fornecedores, em encontro anual em suas instalações, uma redução de 23% nos planos de produção para 2010, que toma como base os níveis de setembro de 2009. A empresa já havia anunciado uma queda de 41% em relação ao mesmo período de 2008, quando se iniciou a crise econômica mundial.
O presidente da Embraer, Frederico Curado, disse, em entrevista na quarta-feira (16 de dezembro), que 2010 será um ano tão ou mais difícil que 2009 para o setor mundialmente, com uma demanda por novas aeronaves ainda bastante baixa.
Cabe aqui mais uma chamada de atenção ao nosso Presidente. Não adianta tomar medidas pontuais para resolver a crise. O que precisamos fazer é tomar medidas para criar mercados para as nossas empresas. E a maior oportunidade está na mensagem da senhora Ellen Tauscher, subsecretária de Estado para o Controle de Armas e Segurança Internacional dos EUA, em sua entrevista concedida à repórter Patrícia Campos Mello, correspondente em Washington de "O Estado de S. Paulo", publicada no dia 2 de novembro. De acordo com ela, a venda dos 36 caças F-18 pelos EUA ajudaria no aprofundamento das relações do país com o Brasil, uma oportunidade de estreitar o relacionamento entre os países, "mais profundo e mais dinâmico".
Além disso, com a compra dos aviões da Boeing para a Força Área Brasileira (FAB), o Brasil ganharia automaticamente um contrato para fazer a montagem das asas dos 58 caças Super Hornet da Marinha Americana, e, entre os 36 caças F-18, 24 seriam montados no Brasil. Por aí se verifica que a Embraer pode ganhar este mercado, aumentando a sua exportação e conhecimento tecnológico.
O nosso Governo deve entender que, aumentando o nosso relacionamento com os EUA, o Brasil pode participar com mais intensidade do mercado americano, que compra do exterior mais de dois trilhões de dólares e importa atualmente do Brasil apenas cerca de 1,5%.
Outro mercado que pode se beneficiar com o aumento de relacionamento com os EUA é o das empresas do setor sucroalcooleiro - o mercado de etanol americano é de 100 bilhões de litros.
Sendo assim, o Governo deve estreitar o relacionamento com os EUA, para que seja mais profundo e mais dinâmico, beneficiando diretamente as nossas empresas com um mercado de mais de dois trilhões de dólares.
Tarcisio Angelo Mascarim é presidente do Simespi/Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras
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"Os oficiais da FAB, inclusive, sequer consideraram os russos na rodada de visitas e testes que iniciaram para verificar os caças restantes na disputa.
A Rússia acenou com uma participação da Embraer no desenvolvimento de um caça de quinta geração. "Estamos estudando com a Embraer questões de troca de tecnologias, da criação, na base dessa empresa, de áreas para a montagem e a produção, segundo licenças russas, de aviões no futuro", disse na semana passada, à agência RIA Novosti, Alexander Fomin, vice-diretor do Serviço Federal para a Cooperação Técnico-Militar.
"Trata-se de uma direção promissora. Por enquanto, isso está na fase inicial, mas admitimos isso", complementou o dirigente do departamento que controla a exportação de armamentos russos.
A Sukhoi está desenvolvendo um caça com características de alta manobrabilidade e baixa detecção por radar para garantir a superioridade aérea e a precisão na destruição de alvos terrestres e marítimos."
"...outro mercado que pode se beneficiar com o aumento de relacionamento com os EUA é o das empresas do setor sucroalcooleiro - o mercado de etanol americano é de 100 bilhões de litros."
Madame Ellen Tauscher, a Senhora não sabe o que é COSAN, mas sabe o que é a e a SHELL. Este teu comércio interno, metade, já é meu!!! Estes US$ 0,14 por litro são irregulares, e vai ser tua cria quem vai quebrar!! Mas, teu F-15 Silent Eagle é até interessante, com repasse, lógico, o problema é que é o preço do SU-50, aí não dá.