Rafale F-3 Dassault (França)
Raio de combate 1.800 km
Velocidade máxima 2.100 km/h
Motores 2 (sNeCMa M882)
Peso máximo de armamentos 8 toneladas
Ponto forte: Foi muito usado no Afeganistão, além disso o Brasil já tem aliança na área com a França: está comprando helicópteros e submarinos e o avião possui versão naval capaz de ser usada pela marinha no porta aviões São Paulo. Ponto fraco: É apontado por especialistas como o mais caro e só a França usa o equipamento. A venda representará um alívio financeiro para a Dassault que enfrentava os efeitos da crise do setor aeronáutico militar. Em abril, a companhia reconheceu que em caso de persistência da recessão seria obrigada a implantar um plano de demissões voluntárias a partir de setembro, reduzindo seu efetivo de 8,2 mil funcionários - pela primeira vez desde 1990.


Anúncio sobre caças depende da acertos finais com a França


Agência Estado - Via Jornal do Comércio

O relatório final da Aeronáutica sobre o projeto FX-2, que envolve a compra de 36 caças para a frota da Força Aérea Brasileira (FAB), servirá como instrumento de barganha entre o governo brasileiro e a companhia francesa Dassault, fabricante do caça Rafale. Não mudará a opção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por esses jatos, tomada em setembro passado. Mas o conteúdo desse documento, que permanece sob estudo do ministro da Defesa, Nelson Jobim, detalha se a França cumpriu todas as suas promessas de custo dos jatos Rafale e de transferência "irrestrita" de tecnologia ao Brasil.

Fontes do governo informaram que a data do anúncio final da vitória do Rafale no projeto FX-2, um negócio estimado em US$ 10 bilhões, depende desse tópico do relatório. Se a Dassault tiver cumprido todos os quesitos, como é esperado pelo governo, a decisão será divulgada em curto prazo e abrirá a fase restante de negociação sobre o contrato, incluindo os valores dos caças e sua manutenção. Caso contrário, o governo terá na análise técnica da Aeronáutica seu instrumento para pressionar a Dassault e a administração de Nicolas Sarkozy a arrematar suas promessas.

"O presidente Lula espera apenas a avaliação do ministro Jobim para anunciar a vitória da Dassault", afirmou uma autoridade do Palácio do Planalto. "A decisão de compra dos caças já está tomada", completou.

Jobim está "trancado" em seu gabinete, mergulhado no estudo do relatório, desde segunda-feira, quando retornou de férias. Segundo sua assessoria, não há previsão de data de conclusão dessa análise nem audiência previamente marcada com o presidente Lula para tratar do assunto.

Como meio de acalmar a Aeronáutica, que apontara sua preferência pelo caça Gripen, da sueca Saab, em um relatório anterior, a Presidência afastou a possibilidade de punição à FAB pelo vazamento à imprensa desse documento. O Palácio do Planalto defende que o caso não se caracterizou como insubordinação e reitera sua confiança no brigadeiro Juniti Saito, comandante da Aeronáutica.

A preocupação com a política industrial, presente sobretudo no primeiro relatório da FAB, acabou diluída ao longo do processo de concorrência. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) chegou a participar das primeiras discussões sobre essa concorrência, embora de maneira coadjuvante. Mas não foi chamado a opinar. Ligada ao MDIC, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) está empenhada em projetos de internacionalização do setor fornecedor de partes e peças aeronáuticas.

Segundo o diretor da ABDI, Reginaldo Arcuri, a agência atua no segmento produtor de partes e peças para os 51 helicópteros militares franceses que serão fabricados no Brasil - uma das vertentes da parceria estratégica entre os dois países na área de Defesa. Neste momento, aguarda a decisão oficial e um chamado do MDIC para iniciar trabalho equivalente no processo de produção dos caças.