Claramente os projetos tem a mesma genese acima o PAK-FA e abaixo o Su-27

Russos mostram PAK-FA

Avião «Stealth» russo, é derivado do Su-27

Fonte: Area Militar

O primeiro voo do há muito esperado e desenhado caça de quinta geração russo, realizou-se nesta sexta-feira na Russia oriental em Komsomolsk-na-Amur onde foi feita uma demonstração pública do Sukhoi T-50 ou projecto PAK-FA, como também é conhecido.

A aeronave foi concebida pela fábrica KnAAPO, uma das empresas que fabrica aeronaves sob a designação Sukhoi.

Desde que os Estados Unidos lançaram nos anos 80 os seus projectos de aeronave com capacidade para iludir os radares ou pelo menos para aparecer perante os radares inimigos com uma pequena assinatura, que a União Soviética lançou o seu próprio programa de aeronave de quinta geração.

Várias tentativas foram feitas para produzir uma aeronave que fosse superior em termos de mobilidade e que também apresentasse a menor assinatura nos radares que fosse possível.

Várias propostas foram apresentadas e a maioria rejeitada por causa dos enormes recursos necessários para o desenvolvimento.
A imprensa russa demonstrou isso, ao tornar públicas várias fotos e visões artísticas do caça «invisível» da Rússia, que na maioria dos casos eram claramente inspiradas nos seus congéneres norte-americanos.


Em «time» que ganha não se mexe.

Esta frase é provavelmente a mais significativa perante a divulgação pública das características e aspecto exterior do novo caça russo.
Aquilo que há bastante tempo se suspeitava acabou por se confirmar, pois o PAK-FA, sendo uma aeronave com muitas características novas, não tem como esconder a origem da sua estrutura básica, que é para lá de qualquer dúvida razoável, a mesma do caça Su-27 «Flanker» desenvolvido durante os anos 70.

Os rumores de que a aeronave russa de «5ª geração» era apenas uma modificação muito significativa do caça Su-27 já tinham vindo a público há algum tempo, o que levou a especulações sobre algum tipo de relação entre o caça bombardeiro Su-34 (uma outra modificação do Su-27) e um eventual futuro caça «Stealth» russo.

O Su-34 «Platypus» foi radicalmente modificado na parte da frente, já no PAK-FA, as modificações são essencialmente na traseira, onde os enormes lemes verticais – que sempre constituíram um problema porque transformam o Su-27 num alvo fácil – são modificados e colocados em ângulo, de forma a reflectir as ondas de radar.

Ainda que seja uma modificação do caça Su-27 «Flanker» não seria correcto afirmar que se trata da mesma aeronave. Muitos esforços parecem ter sido desenvolvidos para tornar as linhas do «Flanker» mais doces, embora o cockpit e a carlinga se mantenham quase iguais.
A posição dos motores e as enormes entradas de ar continuam quase idênticas às do «Flanker», o que permite concluir que de frente o novo avião não terá melhorado muito a sua performance em termos de ocultação perante os radares inimigos.

Outra característica que os russos introduziram foi a de baías internas para o transporte de armamento, embora não se possa quantificar de forma minimamente fiável a quantidade e a capacidade das armas que poderão ser transportadas.

A industria russa, tem tradicionalmente demonstrado uma grande capacidade para estender a vida útil dos seus projectos por períodos de tempo que seriam impensáveis para os ocidentais. Exemplo disso é a linha de viaturas blindadas, que evoluiu do T-54 para o T-72 e daí para modelos mais recentes que, tendo diferentes designações (T-80, T-90), são claramente resultado de um longo processo evolutivo.
Um caça resultado deste tipo de evolução, tem a vantagem de ter parte da estrutura industrial necessária já montada, reduzindo drasticamente a necessidade de desenvolvimento de novos sistemas.

Ainda que o PAK-FA seja um derivado do Su-27, ele somará às modificações estéticas e aerodinâmicas, novos sistemas de navegação, radares e motores mais modernos.

A integração de sistemas deverá demorar alguns anos e embora a queima de etapas ao manter uma estrutura já conhecida permita tornar a aeronave operacional ainda durante esta década.

Em termos de mercado ele poderá apresentar-se como um rival à altura de qualquer caça europeu, embora partindo de uma aeronave de grandes dimensões como o Flanker (optimizado para a performance mas com uma assinatura-radar do tamanho de uma montanha) seja impossível atingir os níveis de ocultação dos caças norte-americanos.
Os engenheiros russos, podem saber desenhar caças, mas não podem contornar as leis da Física.

Russia's 5th generation fighter (photo : sicqnus)


Duvidas esclarecidas

A ligação agora tornada pública entre o PAK-FA e o Sukhoi Su-27 «Flanker» explica os custos de desenvolvimento que foram divulgados pela imprensa - nomeadamente a imprensa indiana - que colocam os valores em torno dos 4.000 a 5.000 milhões de dólares.
Esses valores seriam absolutamente incompatíveis com uma aeronave completamente nova, mas fazem todo o sentido quando se trata de uma derivação de uma estrutura base já existente.

Problemas para os caças F-22

Muitos analistas não esperavam ser surpreendidos pelo novo caça russo e a verdade é que se confirmaram as reduzidas expectativas.
A divulgação das imagens do novo avião de combate vem suportar as teses daqueles que nos Estados Unidos defendem a redução do número de aeronaves F-22 «Raptor» e F-35 «Lighting», os caças que o PAK-FA deveria ter capacidade para defrontar.
Perante uma aeronave que é claramente um derivado de um modelo com trinta anos de vida, vai ser muito difícil para os generais norte-americanos, defender a atribuição de mais recursos para os caríssimos programas da força aérea norte-americana.