Afastado por um golpe de Estado no dia 28 de junho passado, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, enfim deixará a embaixada do Brasil em Tegucigalpa, 128 dias depois de ter entrado no prédio, em 21 de setembro. Graças a um acordo anunciado na semana passada, o novo presidente do país centro-americano, Porfirio Lobo, assinará um salvo-conduto assim que tomar posse, hoje, permitindo a viagem de Zelaya para a República Dominicana, sem o risco de ser preso no trajeto até o aeroporto – ele é réu em uma série de processos na Justiça hondurenha. Zelaya irá para Santo Domingo junto com o presidente dominicano, Leonel Fernández, e ganhará a condição de hóspede na nação caribenha.
Também partirão para a Republica Dominicana a mulher e a filha de Zelaya, respectivamente Xiomara e Hortensia, assim como o assessor Rasel Tomei. Conforme o presidente deposto – acusado de tentar mudar a Constituição para se reeleger –, seria “ridículo” submeter-se a um julgamento em Honduras “enquanto não houver uma Justiça independente no país”.
– Minha ideia é retornar um dia. Não sei quanto tempo se passará, mas quero voltar um dia, sou um hondurenho de verdade – declarou ontem Zelaya à rádio local Globo, de dentro da embaixada.
No aeroporto de Tegucigalpa, antes de embarcar para Santo Domingo, o líder deposto deve ser recebido com uma grande manifestação de apoio de seus seguidores, reunidos na Frente de Resistência contra o Golpe de Estado em Honduras.
– Não é uma despedida, porque isso implicaria dizer que ele não voltará. Então, o que vamos fazer é cumprimentá-lo – declarou Rafael Alegría, um dos líderes do grupo.
Também ontem, a Suprema Corte de Honduras declarou inocentes seis generais acusados de expulsar Zelaya do país logo após o golpe de Estado. Ele foi mandado de pijama para a Costa Rica.
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