Obama quer orçamento de defesa recorde de U$708 bilhões
Reuters/Brasil Online - Reportagem de Andrea Shalal-Esa - O Globo
Reuters/Brasil Online - Reportagem de Andrea Shalal-Esa - O Globo
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ao Congresso na segunda-feira que aprove um valor recorde de 708 bilhões de dólares em gastos com a defesa no ano fiscal 2011, incluindo um aumento de 3,4 por cento no orçamento base do Pentágono e 159 bilhões de dólares para financiar as missões militares dos EUA no Iraque, Afeganistão e Paquistão.
O orçamento pedido pela Casa Branca também inclui 33 bilhões em financiamento adicional para o ano fiscal 2010, para pagar pelas operações militares e de inteligência crescentes no Afeganistão e Paquistão e pela retirada parcial das forças dos EUA no Iraque. Esse valor se soma a 129,6 bilhões de dólares já incluídos no ano fiscal atual, que termina em 30 de setembro.
O orçamento base pedido pelo Pentágono, 549 bilhões, já representa um aumento de 18 bilhões em relação aos 531 bilhões de dólares do ano fiscal 2010 e vai pagar pela continuação das reformas nas aquisições de defesa, no desenvolvimento de um sistema de defesa contra mísseis balísticos e pelo atendimento a soldados feridos.
O orçamento também prevê o cancelamento de vários importantes programas de armas, incluindo o avião de transporte C-17 da Boeing, poupando 2,5 bilhões de dólares, e um segundo motor para o caça-bombardeiro F-35 da Lockheed Martin, poupando 465 milhões de dólares no ano fiscal 2011 e mais de 1 bilhão no longo prazo. A Casa Branca tentou cancelar os dois programas no ano passado, mas parlamentares os reativaram durante o processo de discussão do orçamento.
O segundo motor está sendo desenvolvido pela General Electric e a empresa britânica Rolls-Royce para servir de alternativa ao motor principal fabricado pela Pratt & Whitney, uma unidade da United Technologies Corp.
O orçamento proposto também cancela os planos para o desenvolvimento de um novo navio da Marinha, os planos para a substituição do avião de inteligência EP-3, da Marinha, e suspende os trabalhos sobre um satélite de aviso antecipado de mísseis, optando em lugar disso por modernizar o satélite Sistema Infravermelho Baseado no Espaço, que já está sendo desenvolvido pela Lockheed.
O orçamento proposto também prevê o adiamento para depois de 2015 da substituição de dois novos navios de comando e controle da Marinha, iniciativa que a Casa Branca diz que poderá economizar 3,8 bilhões de dólares no plano quinquenal de defesa do Pentágono. A Marinha tinha planejado comprar um navio de comando em 2012 e um segundo em 2014.
A aquisição de um novo veículo anfíbio que está sendo construído pela General Dynamics Corp. para o corpo de Marines será adiada em um ano, poupando 50 milhões de dólares no ano fiscal 2011 e reduzindo os riscos, ao permitir mais tempo para a realização de testes.
O Pentágono disse que também vai reduzir em 17 por cento até o final de 2011 seu uso de contratos de alto risco em áreas relacionadas a tempo, materiais e horas de mão-de-obra.
O orçamento ressalta o compromisso da administração com "uma defesa forte contra ameaças emergentes de mísseis", dizendo que pagará pelo uso de interceptores cada vez mais eficazes de mísseis baseados em terra e mar e para uma nova linha de sensores na Europa.
O orçamento do Pentágono continua a financiar novas armas que já se encontram em desenvolvimento, incluindo o caça F-35, um novo submarino com mísseis balísticos, uma nova família de veículos terrestres e o avião espião P-8 que está sendo construído pela Boeing.
Também vai pagar por mais aviões não tripulados, helicópteros, capacidades de guerra eletrônica e medidas de cyber-segurança.
Ao todo, o orçamento inclui 112,8 bilhões de dólares para a aquisição de armas, um aumento em relação aos 104,8 bilhões do ano fiscal 2010, e 76 bilhões para pesquisas e desenvolvimento, contra 80 bilhões no ano fiscal anterior.
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