História do Dinheiro no Brasil
Durante o período colonial, as atividades comerciais eram baseadas principalmente no sistema de troca, ou escambo.
Moeda do Brasil, cunhada em 1695 - reinado de D. Pedro II de Portugal - onde aparece representada a esfera armilar assente sobre a cruz da Ordem de Cristo
Com o início da ocupação das terras brasileiras, a circulação de moedas aumentou. Além das moedas portuguesas, circulavam moedas de diversos países, trazidas pelos colonizadores, invasores, comerciantes e piratas.
Moeda de prata hispano-americana que começou a circular no Brasil graças à União Ibérica. Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
As moedas portuguesas, cunhadas em ouro, prata e cobre, eram provenientes de diversos reinados. Por essa razão, recebiam vários nomes como: Português, Cruzado, São Vicente, Tostão e Vintém. O sistema monetário era o real. Os valores eram estabelecidos em réis.Em 1580, com a União Ibérica, que anexava Portugal à Espanha, houve crescente aumento da circulação de moedas de prata espanholas, denominadas reales. Os reales tinham como principal origem o Peru, em razão do comércio realizado por meio do Rio Prata.
Fim da União Ibérica
Após a restauração da independência de Portugal, em 1640, ocorreram sucessivas alterações no padrão monetário. As moedas tiveram seu peso reduzido e valor ampliado. Em alguns casos, novas moedas foram fabricadas, ou alteradas por meio do “carimbo coroado”. Mas houve, também, aumento do valor monetário sem alteração das moedas.
O Zimbo ou Cauri era usado como “dinheiro da terra” entre algumas povoações da costa de Angola e do Brasil. Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
Mais de um século depois de existência da colônia brasileira, o sistema monetário continuava insuficiente. A quantidade de moedas em circulação não atendia as demandas locais. Assim, outras mercadorias como açúcar, algodão, fumo, ferro, cacau, cravo, couro e aguardente eram utilizados como forma de pagamento. O zimbro, concha encontrada nas praias brasileiras era a forma de troca entre os escravos. A concha circulou, também, no Congo e na Angola.Em 1614, o Governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, estabeleceu o açúcar como moeda legal, obrigando a aceitação do produto como forma de pagamento pelos comerciantes. No Maranhão, a principal moeda era o algodão, legalmente estabelecida, em 1712.
A primeira cunhagem de moedas em território brasileiro foi feita pelos holandeses, em Pernambuco, de forma bastante rudimentar.
Moeda de cobre cunhada em Lisboa, utilizada no Brasil e Angola. Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
Ficaram conhecidas como “moedas obsidionais”, “moedas de cerco” ou de emergência. Foram as primeiras a trazerem o nome do Brasil. Essas moedas eram feitas em ouro, tinham formato retangular e apresentavam a inscrição G.W.C que corresponde às iniciais de “Companhia das Índias Ocidentais”, em holandês.
Primeira Casa da Moeda Com a crescente insuficiência do sistema monetário da colônia brasileira, o rei de Portugal, Dom Pedro II, determinou, em 1694, a criação da primeira Casa da Moeda no Brasil, na Bahia, que tinha como objetivo aproveitar as moedas existentes para cunhagem de novas moedas.Em seguida, a Casa da Moeda foi transferida para o Rio de Janeiro, em razão da dificuldade e perigo no transporte das moedas existentes à Casa da Moeda. Houve ainda a transferência da sede para Pernambuco, e finalmente o estabelecimento no Rio de Janeiro, em 1702, com a descoberta de ouro na região central do Brasil.
À esquerda, moeda de prata, popularmente chamada de "Patacão" por equivaler a três patacas de 320 réis. À direita, moeda de cobre conhecida como "Macuta", cunhada na Casa da Moeda do Rio de Janeiro para circular em Moçambique e São Tomé e Príncipe, colônias Portuguesas na África. Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
Entre 1695 e 1698, foram cunhadas moedas de ouro, de uso exclusivo da Colônia, nos valores de 4.000, 2.000 e 1.000 réis. E moedas de prata, nos valores de 640, 320, 160, 80, 40 e 20 réis. A moeda de 320 réis ficou conhecida como "pataca".
Ciclo do ouroO período do reinado de Dom João V, entre 1706 e 1750, foi reconhecido pelo aumento da produção de ouro no Brasil. A exploração do ouro era tamanha, que funcionaram três casas da moeda simultaneamente. As moedas eram produzidas também para Portugal, e por isso, eram idênticas às do reino português.
Moeda de 20 mil réis, da série "dobrões". Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
As moedas de ouro cunhadas durante o reinado de D. Maria I registraram diferentes momentos da vida da rainha. De 1777 a 1786, apareceu retratada ao lado de seu marido, D. Pedro III. Após a morte do esposo, foi retratada sozinha, portanto véu de noiva. A partir de 1789, terminado o luto, passou a ser representada com um toucado ornado de jóias e fitas.
As mudanças com a vinda da Corte
A manutenção da família real portuguesa no Brasil gerou considerável aumento dos gastos. Logo, em 12 de outubro de 1808, foi criado o Banco do Brasil, com o objetivo de levantar os recursos necessários à manutenção da corte e as despesas do governo. Em 1810, o Banco do Brasil iniciou a emissão de bilhetes com valores a partir de 30.000 réis que poderiam ser resgatados no Banco.
Moedas de ouro de 6.400 e 4.000 réis de série especial, em comemoração à derrocada de Napoleão. Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
Mas após a queda do império de Napoleão, todas as moedas, metais e jóias foram resgatadas por Dom João VI, pouco antes de seu retorno à Portugal, em 1821.
Há 200 anos, o mundo passava por grandes transformações. O fim da Revolução Francesa, alterou o quadro político-social da França, iniciando a Idade Contemporânea. Napoleão, imperador da França, iniciava uma expansão territorial por todo o continente europeu.
Naquele período, Portugal estava sob muitas pressões. De um lado, os franceses ameaçavam invadir o território daquele país, caso não cumprissem com a determinação do Bloqueio Continental contra os ingleses. Do outro, a interrupção do comércio com a Inglaterra resultaria no colapso da economia portuguesa e represálias dos ingleses.
A invasão francesa era iminente. As tropas francesas comandadas por Jean-Andoche Junot já estavam se aproximando de Lisboa quando D. João e a Corte portuguesa bateram em retirada rumo ao Brasil. O dia era chuvoso e frio. Uma multidão de lisboetas acompanhou o carregamento da gigantesca carga da família real, que chegou ao País em 22 de janeiro de 1808. A esquadra portuguesa veio protegida pela marinha de guerra inglesa. Trazia entre 10 mil e 15 mil pessoas: fidalgos, funcionários públicos, militares e eclesiásticos, além da Rainha D. Maria I e do Príncipe-Regente D. João, com sua esposa, D. Carlota Joaquina, seus filhos, D. Pedro, então com nove anos de idade, D. Miguel e as cinco princesas.
Na fuga, trouxeram a metade do dinheitro circulante no Reino, algo como 22 milhões de libras, o que é um montante elevado mesmo para padrões atuais. D. Maria I havia sido declarada louca, razão pela qual D. João era o Príncipe-Regente – ele passaria a ser D. João VI após a morte da mãe. A chegada repentina dessa leva ao Rio de Janeiro, com cerca de 50 mil habitantes, criou problemas de todo tipo. Estima-se que rapidamente a cidade dobrou de tamanho.
O Brasil teve avanços importantes com a vinda da família real. Houve a abertura dos portos à “nações amigas”, a rigor, uma atitude pragmática de legalização do imenso contrabando que havia entre a colônia e a Inglaterra, com a conseqüente arrecadação de impostos. O País deixou de ser vice-reino e passou a ser a sede da monarquia luso-brasileira. O Rio de Janeiro transormou-se em Corte e recebeu em curto período de tempo várias melhorias: Jardim Botânico, Biblioteca, tipografia, seu primeiro jornal, uma companhia de seguros, uma fábrica de pólvora e a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.
Devido à queda na produção de ouro e ao crescimento dos gastos com a implantação da administração no Rio de Janeiro, a quantidade de moedas em circulação tornou-se insuficiente. Assim, em 1808, D. João VI criou o Banco do Brasil, o primeiro banco da América do Sul e o quarto do mundo.
A elevação do Brasil à categoria de Reino Unido, em 1815, foi comemorada com a cunhagem de uma série especial de moedas. As peças em ouro, prata e cobre traziam gravada a legenda “Joannes. D. G. Port. Brás. Et. Alg. P. Reg.” – “João, por graça de Deus, Príncipe Regente de Portugal, Brasil e Algarves’.
Moeda de XX réis, cunhada em: 1821.
Anverso: JOANNES.VI.D.G.PORT.BRAS.ET.ALG.REX.1821.R.
Reverso: PECUNIA.TOTUM CIRCUMIT.ORBEM. Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
Moeda de D. João VI, com as Armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
Primeiras moedas do Brasil Independente
Logo após a Independência, as moedas mantiveram o mesmo padrão das moedas do período colonial, sofrendo pequenas alterações para se adequar à nova situação política. Nas moedas de ouro e prata, as Armas de Portugal foram substituídas pelas do Império e acrescentou-se a frase “In hoc signo vinces” – “Com este sinal vencerás”.
Moeda do Brasil Independente: In hoc signo vinces. Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
As moedas cunhadas durante os quase 60 anos do reinado de D. Pedro II mostram o imperador em diferentes fases de sua vida; na infância, na idade adulta e na velhice. A efígie de D. Pedro II foi a mais representada no dinheiro brasileiro.
Casa da Moeda do Rio de Janeiro - 1868/1880 Moeda de 20 réis de 1869.Anverso: PETRUS II D.G.C.IMP.ET PERP.BRAS.DEF.Ü1869ÜReverso: 20 Rs. Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
Moeda de 40 réis de 1879. Anverso: PETRUS II D.G.C.IMP.ET PERP.BRAS.DEF.Ü1879Ü (Pedro II, Imperador do Brasil, data 1879) Reverso: 40 Rs (40 Réis) . Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
Para uniformizar as cédulas em circulação e acabar com as falsificações, em 1835 as antigas notas do extinto Banco do Brasil e as cédulas para o troco do cobre foram substituídas por cédulas do Tesouro Nacional, fabricadas por Perkins, Bacon & Petch (Inglaterra). Essas cédulas possuíam certas características que dificultavam a falsificação. Foi a primeira vez que o Tesouro Nacional assumiu o monopólio das emissões.
Com o aumento da população e o alto custo dos metais preciosos utilizados na fabricação de moedas, as cédulas tornaram-se cada vez mais necessárias no decorrer do século XIX. Como a extensão do território brasileiro dificultava a distribuição de cédulas, entre 1836 e 1854, o governo autorizou bancos particulares a emitirem juntamente com o Tesouro Nacional.
O segundo Banco do Brasil
O segundo Banco do Brasil, criado pelo Visconde de Mauá, formado pela fusão do antigo Banco do Brasil com o Banco Comercial do Rio de Janeiro, iniciou suas atividades em 1854, na condição de único emissor. Em 1857, para atender às exigências do crescimento econômico, foi autorizada a constituição de novos bancos emissores. O Banco do Brasil voltou a assumir a responsabilidade pelas emissões durante alguns períodos entre 1862 e 1930, quando emitiu papel-moeda pela última vez.
Com a generalização do uso de cédulas, a cunhagem de moedas direcionou-se para a produção de valores destinados ao troco. O cobre foi sendo substituído por ligas modernas, mais duráveis, de modo a suportar a circulação do dinheiro de mão em mão. A partir de 1868, foram introduzidas moedas de bronze e, a partir de 1870, moedas de cuproníquel.
Primeiras moedas da República
Após a Proclamação da República, em 1889, foi mantido o padrão Réis. As moedas de ouro e prata receberam gravação da alegoria da República no lugar da imagem do imperador. A utilização do ouro, na cunhagem de moedas de circulação, foi interrompida em 1922, devido ao alto custo do metal.
Em 1896, o Tesouro Nacional passou a ser o único responsável pela emissão das cédulas e substituiu todas por cédulas do Tesouro. Em 1964, a função foi designada ao Banco Central.
Por ocasião do 4º Centenário do Descobrimento do Brasil, em 1900, foi lançada a primeira série de moedas comemorativas da República. A série era composta de moedas de prata nos valores de 400, 1.000, 2.000 e 4.000 réis.
Moeda comemorativa do Descobrimento do Brasil, 4.000 Réis. Imagem extraída do livro "A moeda no Brasil: na coleção do Centro Cultural do Brasil".
Em 1918 e 1935, com a finalidade de facilitar o troco, foi cunhada uma nova série de moedas em cuproníquel que substituíram cédulas de valores pequenos e moedas antigas. A moeda de 100 réis, dessa série, ficou conhecida como tostão.
Moeda de 100 Réis, o "tostão". Imagem extraída da internet.
O antigo Real (Réis) circulou no Brasil até 1942, quando, através do Decreto-Lei nº 4.791, de 05/10/42 foi implantado o Cruzeiro (Cr$) com a paridade de 1.000 réis = 1,00 cruzeiro.
Existe uma variação muito grande das cédulas do Cruzeiro antigo, pois essa moeda vigorou muito tempo. As que estão abaixo são as primeiras.
Imagem extraída do sítio eletrônico do Banco Central.
Por causa da inflação gerada durante a 2ª Guerra, no ano de 1942, o Real (Réis) vira Cruzeiro e 3 últimos zeros são cortados. Em 1 de Novembro de 1942, foi introduzido pela primeira vez, cuja denominação se baseava na constelação do
Cruzeiro do Sul, escolhido como símbolo da pátria.
Em 1964 a fração centesimal do Cr$, denominada centavo foi extinta pela Lei 4.511 de 01/12/64. Em 13 de fevereiro de 1967, o Cruzeiro foi substituído pelo padrão transitório Cruzeiro Novo (NCr$) por conta do aumento da inflação.
Com a inflação, o poder de compra do Cruzeiro foi corroído, mais 3 zeros finais são cortados. Em 1967 com base do Decreto-Lei nº 1 de 13/11/65 e Resolução do Banco Central nº 47, de 13/02/67 foi criado o Cruzeiro Novo (NCr$) com a paridade de 1.000 cruzeiros = 1,00 cruzeiro novo.
O cruzeiro novo (NCr$) foi uma moeda do Brasil que circulou transitoriamente no Brasil no período entre 13 de fevereiro de 1967 e 14 de maio de 1970.
Se trata de um padrão que foi criado em virtude da perda de valor do
Cruzeiro, moeda que estava em vigor desde 1942 e que sofreu enorme depreciação por conta do aumento da inflação ocorrido por conta da instabilidade política e das contas públicas em descontrole.
Em virtude disso, foi preparada uma reforma monetária, na qual a nova moeda recebeu o nome de Cruzeiro Novo, para se evitar que houvesse confusão de valores entre as cédulas que seriam preparadas para o novo padrão com as do padrão então existente.
Um Cruzeiro novo era o equivalente a mil cruzeiros do padrão então circulante, sendo que as cédulas remanescentes do padrão antigo foram carimbadas com valores entre 1 centavo e 10 Cruzeiros novos.
Cédulas do Cruzeiro, as cédulas do Cruzeiro Novo foram as mesmas, porém com o carimbo do Banco Central, atualizando o nome da cédula. Imagem extraída do sítio eletrônico do Banco Central.
Estas cédulas foram sendo gradualmente substituídas pelas novas cédulas que foram colocadas em circulação em 1970, com a retomada da denominação Cruzeiro e foram retiradas de circulação entre 1972 e 1975, quando apenas as cédulas do novo padrão passaram a ter valor legal. Além disso, foram emitidas moedas de aço inoxidável com os valores de 1, 2 e 5 centavos, bem como moedas de cuproníquel nos valores de 10 e 20 centavos e de níquel no valor de 50 centavos, sendo que essas moedas continuaram em circulação depois que o novo padrão entrou em vigor.
Assim, em 1970, o Cruzeiro Novo voltou a ser chamado de Cruzeiro. Com base na Resolução do Banco Central nº 144, de 31/03/70 o Cruzeiro Novo passou a denominar-se Cruzeiro (Cr$).
Em 1984 a fração centesimal (centavos) do Cr$ criado em 31/03/70, foi extinta a partir de 16/08/84 com a promulgação da Lei nº 7.214 de 25/08/84.
Cruzado
Em 28/02/86 o Plano Cruzado corta 3 zeros da moeda, que passa a se chamar Cruzado. Em 1986 com base no foi criado
Cruzado foi a moeda criada no Brasil pelo Plano Cruzado em 28 de Fevereiro de 1986, através do Decreto-Lei nº 2.283 de 27/02/86, como parte de um pacote de medidas para tentar conter a inflação. O Cruzado (Cz$) tinha a paridade de 1.000 cruzeiros = 1,00 cruzado.
Cédula de 500 Cruzados. Imagem extraída da internet.
O nome foi inspirado no de uma antiga moeda portuguesa de ouro, que tinha o valor aproximado de 400 réis e que circulou nos tempos em que o Brasil ainda era uma colônia de Portugal.
A partir de meados da década de 1970, houve um intenso processo inflacionário que atingiu o seu cume no início dos anos 1980, sendo que este desajuste acabou prevalecendo durante a curta existência do Cruzado, contribuindo para que a década de 1980 ficasse conhecida no Brasil como a "Década Perdida".
1 cruzado equivalia a 1.000 cruzeiros (novos). Foi marcante pela volta dos "centavos" como subdivisão da moeda, visto que tinham sido abolidos em 1984, devido a desvalorização do cruzeiro.
Cruzado Novo
O cruzado novo (NCz$) foi a moeda brasileira de 16 de janeiro de 1989 a 15 de março de 1990. Foi conseqüência da reforma monetária promovida pelo Plano Verão, instituído pelo ministro Maílson da Nóbrega, em 1989, através da Medida provisória nº 32, de 15/01/89, convertida na Lei nº 7.730, de 31/01/89 foi criado o Cruzado Novo (NCz$) com a paridade de 1.000 cruzados = 1,00 cruzado novo. O cruzado novo correspondia a mil cruzados, ou seja houve um corte de três zeros na data de 16 de janeiro de 1989. Cédulas do Cruzado Novo, foram utilizadas as mesmas cédulas do Cruzado, porém com o carimbo do novo valor. Imagem extraída da internet.
Cruzeiro
Em março/90, O Presidente Collor bloqueia as aplicações financeiras e a moeda volta a ser o Cruzeiro. Em 1990 com base na Medida provisória nº 168 de 15/03/90, convertida na Lei nº 8.024 de 12/04/90 foi criado o Cruzeiro (Cr$) com a paridade de 1,00 cruzado novo = 1,00 cruzeiro. O Cruzeiro (BRE), foi o padrão criado por conta do Plano Collor, sendo que a renomeação da moeda então existente se deu pelo motivo de tentar evitar problema semelhante ao ocorrido quando do Plano Bresser, no qual ações judiciais pediam reparação por perdas na moeda então existente. As primeiras cédulas deste padrão foram cédulas do padrão Cruzado Novo que receberam um carimbo retangular com o valor no novo padrão, além de uma cédula emergencial no valor de 5.000 cruzeiros (Estampa B), cujo anverso mostrava a efige simbólica da República e o reverso as Armas da República. Ainda em 1990, foram emitidas cédulas no novo padrão, com os valores de 100, 200, 500, 1.000 e a cédula permanente de 5.000 cruzeiros, cujo anverso era representado pela figura de Carlos Gomes e o reverso tinha o piano que pertenceu ao maestro.
Cédula de 5.000
Cruzeiros. Imagem extraída da coleção da Profª Tathy.Além disso, as cédulas do padrão cruzado remanescentes em circulação perderam o valor no correr deste mesmo ano.Em 1991, por conta da alta inflação, foram lançadas as cédulas nos valores de 10.000 e de 50.000 cruzeiros, sendo que no ano seguinte por ocasião da Eco 92, foi lançada a nota de 100.000 cruzeiros, sendo que as notas nos valores de 50 e 100 cruzeiros (cédulas em geral com a denominação de "cruzados novos" presentes nas notas) perderam o valor, sendo substituídas por moedas que tiveram vida curta em circulação.Em 1993, foram lançadas as notas de 500.000, 1.000.000 e 5.000.000 de cruzeiros, as últimas cédulas deste padrão, que tiveram, em agosto do mesmo ano, cortados 3 zeros em função da troca de moedas para Cruzeiro Real.Cruzeiro Real
O cruzeiro real (CR$) foi o padrão monetário no Brasil entre 1 de agosto de 1993 a 30 de junho de 1994.
As altas taxas de inflação que marcaram o ano de 1993 levaram o governo Itamar Franco a editar a medida provisória que criou o cruzeiro real, equivalente a mil cruzeiros. Em agosto/93, a moeda fica sem 3 zeros novamente e vira Cruzeiro Real.
Cédula de 5.000 Cruzeiros Reais. Imagem extraída da internet.
Nos 11 meses de sua existência, o cruzeiro real acumulou uma inflação de 3700% Em 1993 com base na Medida Provisória nº 336, de 28/07/93, convertida na Lei nº 8.697 de 27/08/93, e Resolução do Banco Central nº 2.010 de 28/07/93 foi criado o Cruzeiro real (CR$) com a paridade de 1.000,00 cruzeiros = 1,00 cruzeiro real.
Não foram emitidas moedas com valores em centavos nesta moeda, sendo que se consideravam como centavos as cédulas e moedas do padrão anterior na razão de 10 "cruzeiros" por centavo.
Cédulas de Cruzeiro Real, Elas receberam apenas o carimbo certificando o navo valor. Imagem extraída da internet.
Real
O Real é a moeda corrente no Brasil. Após sucessivas trocas monetárias (réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado, cruzado novo, novamente cruzeiro e cruzeiro real), o Brasil adotou o real em 1994, que, aliado à drástica queda das taxas de inflação, constituiu uma moeda estável para o país. Foi implantado no mandato do presidente Itamar Franco, sob o comando do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, depois eleito presidente da República. Assim, em julho/94, o Presidente Itamar Franco cria o Real, cujo plural é Reais. Antes que entrasse em circulação, passou a vigorar uma unidade de conta, não de troca, chamada URV - Unidade Real de Valor, com variação diária. A economia era estimulada a usá-la como referência. Quando a URV chegou a 2750 cruzeiros reais, a nova moeda, REAL, entrou em vigor. Em 1994 com base nas Leis nºs 8.880, de 25/05/94, e 9.069, de 29/06/95 foi criado o Real (R$) com a paridade de 2.750,00 cruzeiros reais = 1,00 real.
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