Missão humanitária portuguesa no Haiti regressou a Lisboa

Já estão em Lisboa os 30 elementos da Força Operacional Conjunta Portuguesa (FOCON) que esteve no Haiti. Os elementos da Protecção Civil, INEM, da Medicina Legal e Bombeiros foram recebidos ontem à noite pelo Ministro da Administração Interna.

Fonte: SIC

O Hércules C-130 da Força Aérea Portuguesa que transportou a missão humanitária portuguesa do Haiti para Lisboa, aterrou ontem pelas 22h30 no aeródromo de Figo Maduro, onde a esperavam familiares e um grupo de jornalistas.

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, falou com os elementos da Força Operacional Conjunta (FOCON) composta por elementos da Autoridade Nacional da Protecção Civil, do Instituto Nacional de Emergência Médica, do Instituto Nacional de Medicina Legal e da Força Especial de Bombeiros "Canarinhos".

Governo pondera enviar força conjunta com União Europeia

Rui Pereira disse que o Governo está a ponderar enviar uma equipa portuguesa para integrar a força que a União Europeia anunciou que irá mandar para o Haiti.

"Ainda estamos a ponderar", disse o ministro, explicando que no dia 2 de Fevereiro haverá uma reunião europeia para decidir os moldes da missão. "Estamos à espera para ver o que é que sai dessa reunião e só depois tomaremos uma decisão sobre isso. Estamos a ponderar ainda", respondeu Rui Pereira.

Questionado sobre se a força portuguesa será da GNR, como tem acontecido em outros cenários, o ministro da Administração Interna disse que "não vale a pena estar a especular".

Missão de 15 dias no Haiti

De sorriso nos lábios e visivelmente bronzeados, os jornalistas e os elementos da força conjunta foram saindo do avião e sendo cumprimentados, afirmando Rui Pereira que lhes desejou um bom regresso e lhes agradeceu pelo "trabalho notável" que fizeram.

"É comovente ver que numa situação tão trágica como é aquela que o Haiti vive há forças para reconstruir, para renascer, para apoiar as pessoas que estão desalojadas, numa situação de grave carência e sobretudo também as crianças", declarou.

O responsável pela pasta da Administração Interna, sublinhou que ajuda portuguesa no Haiti se "revelou muito adequada" já que naquele que é o primeiro acampamento montado no terreno, em Delmas, arredores de Port-au-Prince, "estão a ser diretamente apoiadas 615 pessoas, 20 das quais crianças, e mais mil indirectamente, fora do campo".

Rui Pereira explicou que o acampamento está a ser agora gerido pela Assistência Médica Internacional (AMI) e garantiu que o Governo continuará a dar todo o "apoio necessário" àquela Organização Não Governamental.

Logo de seguida, num palanque improvisado num dos hangares de Figo Maduro, o ministro voltou a agradecer aos elementos da FOCON o seu empenho no Haiti.

"Acompanhamos no dia a dia o vosso esforço e soubemos com muito orgulho que foram os primeiros a montar um acampamento organizado no Haiti. Soubemos que deram o vosso melhor no apoio àquela população vítima de uma tragédia devastadora", disse.

"Essa é uma ajuda que vale a pena, uma ajuda que salva vidas, uma ajuda que vale a pessoas numa situação de grande debilidade, de grande carência", prosseguiu.

Orgulho pela missão cumprida manifestou também o responsável pela missão conjunta, comandante Elísio Oliveira.

"O sentimento de todos os elementos que participaram nesta força conjunta é de missão cumprida, saímos daqui com uma missão e o voto de confiança de Portugal e dos portugueses, que ajudaram de várias formas, e portanto cumprimos o nosso dever e é com muita satisfação que estamos de regresso", concluiu.

A missão portuguesa deixa no Haiti um campo de desalojados composto por 65 tendas para alojamento temporário, onde foram montados dois depósitos com água com uma capacidade de 20 mil litros, 30 latrinas, redes eléctricas e de drenagem pluvial, uma estação de purificação de água, um infantário e um posto de assistência médica, entre outras valências.