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Chefes militares fazem contas à vida depois de saber dos cortes de 40% na Defesa anunciados hoje por Teixeira dos Santos.

Qual dos três ramos das Forças Armadas vai sofrer mais cortes é a pergunta do bilião de dólares que fazem hoje os respectivos chefes, depois de Teixeira dos Santos ter anunciado uma diminuição de 40% nas verbas previstas para a Lei de Programação Militar (LPM).

Esta Lei, que faz a programação do investimento no que diz respeito a forças, equipamentos e armamentos das FA, ainda não está em vigor. A anterior terminou a 31 de Dezembro e não há ainda uma nova, porque o Governo passado transferiu o encargo da sua revisão para o futuro Executivo - coisa que Augusto Santos Silva ainda não anunciou ter feito.

Curiosamente, em Janeiro, quando foi apresentado o Orçamento de Estado, ficou a saber-se que a Defesa ia ter um crescimento da ordem dos 6,5%, precisamente devido ao aumento em 60,7% das verbas canalizadas para a LPM.

Disse então Santos Silva que era preciso continuar o "esforço de modernização" e que a LPM tinha inscrito um valor "que ronda os 400 milhões de euros". Já da nova? A que agora vai sofrer cortes de 40%?Confuso? Também eu.

Há muito tempo que todos os anos as verbas da LPM são logo cativadas (cortadas) à cabeça. No ano passado foi em 30%, mas antes tinham sido 35%. O próprio OE para 2010 previa já essa cativação.
Chefes militares inquietos

Tal sistema torna as contas da Defesa um pouco virtuais e obriga a que muitos programas sejam adiados de ano para ano. Mas, agora, o problema é saber quais. E os chefes fazem contas à vida.

Exemplo: na Marinha, todos os grandes programas estão já contratualizados e em execução: submarinos, modernização das fragatas Vasco da Gama, patrulhas oceânicos (estes a ser construídos em Viana do Castelo, ou seja, equivalem a postos de trabalho). Só o contrato do navio polivalente logístico ainda não foi assinado... Mas será que chega?

Na Força Aérea, idem. É o ramo, aliás, que tem uma execução da LPM de quase 100%. Os contratos estão todos assinados: helicópteros EH101 (e sua manutenção), aviões C295, radar na Madeira, modernização dos F-16 (e aqui há muitos empregos em jogo).

Resta o Exército. Garantidos, porque os compromissos estão já assumidos, as viaturas blindadas de rodas Pandur (faltam metade), os Leopard. Mas a sempre prometida arma ligeira? E as viaturas 4x4 que o ramo está a usar no Afeganistão? E os helicópteros NH90, que deviam começar a chegar em 2012? Chegarão mesmo? E quanto aos sempre adiados helicópteros ligeiros? Pois...

Entre os cortes e os contratos, vai ter de haver ponderação. Percebe-se por que os chefes estão inquietos. Santos Silva vai mesmo ter de fazer jus às suas capacidades políticas para escolher... sem ofender.

Fonte: Jornal Expresso - Portugal por: Luísa Meireles