Helibras investe para fabricar super-helicóptero de R$ 100 mi
A fabricante de helicópteros brasileira Helibras, subsidiária do grupo Eurocopter, deu início nesta sexta-feira as obras de ampliação de sua fábrica em Itajubá, no sul de Minas Gerais. Com investimento estimado em US$ 450 milhões, a empresa vai criar uma nova linha de montagem para atender um contrato de R$ 5,2 bilhões assinado com as Forças Armadas, no final de 2008, para o fornecimento de 50 unidades do EC 725, um super-helicóptero que pode transportar até 29 pessoas e dois pilotos. A pedra fundamental da obra será lançada nesta tarde com a presença dos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).
Concebido para auxiliar em buscas durante combates e missões de resgate, a aeronave tem peso máximo de decolagem de 11 t, é equipado com duas turbinas que permitem velocidade de cruzeiro rápido de 261,5 km/h. Devido ao tanque de combustível de grande capacidade, o modelo tem alcance máximo de 1.282 km. Cada unidade do helicóptero demora cerca de um ano meio para ficar pronta.
A ampliação da Helibras na cidade mineira vai adicionar mais 11 mil m² de área aos 14 mil m² já existentes na fábrica, além de dobrar o número de empregos diretos de 300 para 600. As três primeiras unidades do EC 725 deverão ser entregues às Forças Armadas no final de 2010, ainda com apenas 3% de valor agregado produzido no Brasil. Por força contratual, este percentual terá que subir até 50% na entrega das últimas aeronaves, o que deve acontecer em 2016, segundo previsão do presidente da empresa, Eduardo Marson Ferreira.
A expectativa da empresa, segundo ele, é de que o aumento gradativo desta transferência de tecnologia para fornecedores brasileiros gere mais 300 empregos diretos. Estes parceiros, segundo Marson, ainda estão sendo selecionadas por uma comissão comandada pelas Forças Armadas, já que o tema é sensível para os interesses nacionais.
De acordo com o presidente mundial da Eurocopter, Lutz Bertling, a intenção do grupo não é vir ao Brasil para apenas cumprir o contrato com o governo e depois deixar o País, embora ele tenha admitido que o negócio tenha sido o "empurrão" que faltava para a ampliação dos negócios no País.
Segundo ele, a fábrica brasileira, a única de helicópteros sediada na América Latina, deve se tornar, em um horizonte de cinco a seis anos, no terceiro pólo do conglomerado que é capaz de participar do processo de desenvolvimento de novos produtos. Atualmente, a Eurocopter possui fábricas na Alemanha, França e Espanha.
Entre os segmentos que podem ser aproveitados após o término da entrega das aeronaves às Forças Armadas, Lutz destacou o de óleo e gás offshore (no mar), que deve ter sua demanda impulsionada pela exploração da camada pré-sal. Com a transferência de tecnologia, a Helibras também poderá fabricar no País o EC 225 - "irmão" civil do EC 725.
Além do segmento offshore, Bertling destacou também que a Eurocopter vê no Brasil potencial para os segmentos corporativo, segurança pública (polícia e bombeiros), além do setor de controle de fronteiras. Segundo o presidente da Helibras, com os modelos Esquilo, que já são feitos por aqui, a empresa tem uma participação de 81% no mercado policial brasileiro.
A companhia brasileira atualmente fabrica os modelos AS 350 B2 e B4 (os chamados Esquilo) e entregou 31 aeronaves em 2009, obtendo um faturamento de R$ 357 milhões, 19,23% maior do que em 2008. Já a Eurocopter entregou 558 unidades no ano passado, com faturamento de 4,6 bilhões de euros.
Fonte: Terra - Por: Fabiano Klostermann
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