Disputa por aviões cisterna entre EUA e França poderá ter consequências
A França advertiu nesta terça-feira que a Europa examinará as "possíveis consequências" da decisão do Pentágono de lançar uma nova licitação para o fornecimento de aviões cisterna que favoreceria a americana Boeing em detrimento da europeia Airbus.
"A França, com a Comissão Europeia e seus sócios europeus envolvidos, vai examinar este novo acontecimento e suas possíveis implicações", declarou à imprensa o porta-voz do ministério, Bernard Valero.
"Constatamos com grande decepção que a licitação apresentada pelo Pentágono no dia 25 de fevereiro de fato promove um diálogo das autoridades americanas com apenas um fornecedor, em detrimento de um processo competitivo que garanta a aquisição das melhores capacidades pelo melhor preço", indicou.
A Comissão Europeia, por sua vez, considerou "lamentável" que a construtora aeronáutica EADS tenha desistido de um processo de licitação para o fornecimento de aviões-tanque aos Estados Unidos, e manifestou preocupação com as modificações no contrato para prejudicar a empresa.
"É muito lamentável que uma potência se sinta incapaz de apresentar sua candidatura para um contrato deste tipo", comentou o comissário europeu do Comércio, Karel De Gucht, em referência a EADS, fabricante do Airbus.
"A Comissão Europeia ficaria extremamente preocupada se os termos da licitação estivessem formulados de tal modo para impedir uma concorrência aberta pelo contrato", completou.
O Executivo europeu, que representa os 27 países da União Europeia (UE) em questões comerciais, advertiu que acompanhará de perto os futuros passos do caso.
A Airbus, filial do grupo EADS, anunciou que desistia de uma licitação para um grande contrato para o fornecimento de aviões cisterna para a Força Aérea americana em colaboração com seu sócio americano Northrop Grumman.
A decisão da Airbus deixa o caminho livre para a sua rival americana Boeing para que obtenha esse contrato de cerca de 35 bilhões de dólares.
A EADS anunciou nesta terça-feira um prejuízo de 763 milhões de euros (1,03 bilhão de dólares) em 2009, após um lucro de 1,5 bilhão um ano antes, em consequência principalmente das medidas para cobrir os problemas com o avião militar A400M e com o Airbus A380.
Fonte: AFP - Via Noticias sobre Aviação
2 Comentários
Eles não vão bancar os laranjas, p/ a Airbus faturar um contrato do Pentágono e ainda por cima bancarem o desenvolvimento da aeronave.