A convocatória do protesto paulista do Dia Internacional da Mulher deu ênfase ao papel deletério dos meios privados de comunicação.
Num dos trechos, o texto critica o “oligopólio da mídia, que colabora na criminalização dos movimentos sociais... Os grandes jornais e os programas de TV omitem as ações dos que lutam para melhorar as condições de vida da população pobre, omitem a participação das mulheres, jovens e negros, as suas formas de ver a vida e a política, ao mesmo tempo em que fazem a propaganda dos valores capitalistas e dos políticos que os defendem”.
A manipulação midiática é bastante sentida pelos movimentos feministas. Tanto que as mulheres se destacaram na preparação da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), elegendo o maior número de delegadas e liderando os debates nos estados.
Elas sentem na carne e na alma o papel regressivo da mídia privada, que estigmatiza as mulheres, tratando-as como mercadorias. Nas vésperas da comemoração do Dia Internacional da Mulher, um anúncio publicitário da indústria de cerveja Schincariol confirmou esta visão distorcida. Coincidência ou provocação?
A mulher como mercadoria
Para divulgar seu novo produto, a cerveja Devassa, a empresa contratou a modelo Paris Hilton, socialite decadente, que recebeu US$ 800 mil para gravar uma peça de 60 segundos num estúdio de Los Angeles. A Schincariol investiu cerca de R$ 100 milhões no lançamento da mercadoria.
A modelo virou, inclusive, a atração principal do camarote da empresa nos desfiles das escolas de samba na Sapucaí, numa estratégia ousada para dar visibilidade ao produto. Em poucos dias, a nova marca já deu lucros de R$ 10 milhões para a empresa, explorando a imagem da mulher.
O anúncio é um desrespeito às mulheres, que são exibidas como devassas. Pai de três meninas, o blogueiro Eduardo Guimarães se indignou. “Particularmente, sou contra o moralismo... Contudo, é escandalosamente claro que a propaganda da Schincariol é inaceitável”.
Ele também criticou a mídia, que utilizou o episódio da proibição do anúncio para atacar o governo Lula. “Essa gritaria midiática contra uma medida correta de proteção à imagem da mulher e contrária ao estímulo de comportamentos degradantes como a devassidão pode até ser prestação de serviço à cervejaria que fez a propaganda... Convenhamos: se existe alguma devassa nessa história é essa mídia”.
A gritaria dos mercenários da mídia
O próprio Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), sempre tão submisso aos abusos da mídia, considerou a propaganda abusiva. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres também condenou o anúncio, criticando seu “conteúdo sexista e desrespeito à mulher”. Diante das ásperas críticas, o Conar vetou a publicidade.
De imediato, os barões da mídia e seus colunistas de aluguel vieram à tona para denunciar a “censura”. O jornal O Estado de S.Paulo divulgou texto irônico, intitulado "Tempestade em lata de cerveja", para desqualificar a decisão.
Para os barões da mídia, preocupados unicamente com seus lucros em publicidade, a proibição do anúncio da Devassa é um ato autoritário e antimercado. “A publicidade sempre trabalhou e continuará trabalhando com símbolos e estereótipos”, justifica o articulista do Estadão.
Para os donos da mídia, a mulher é objeto vendável, uma mercadoria lucrativa, e assim deve continuar a ser exibida nas emissoras de televisão, nos jornalões e revistas. Para eles, a comemoração do Dia Internacional da Mulher deve ser um entrave aos seus lucrativos negócios. Viva o 8 de Março!
Por Altamiro Borges, em seu blog - Via Terror do Nordeste
A manipulação midiática é bastante sentida pelos movimentos feministas. Tanto que as mulheres se destacaram na preparação da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), elegendo o maior número de delegadas e liderando os debates nos estados.
Elas sentem na carne e na alma o papel regressivo da mídia privada, que estigmatiza as mulheres, tratando-as como mercadorias. Nas vésperas da comemoração do Dia Internacional da Mulher, um anúncio publicitário da indústria de cerveja Schincariol confirmou esta visão distorcida. Coincidência ou provocação?
A mulher como mercadoria
Para divulgar seu novo produto, a cerveja Devassa, a empresa contratou a modelo Paris Hilton, socialite decadente, que recebeu US$ 800 mil para gravar uma peça de 60 segundos num estúdio de Los Angeles. A Schincariol investiu cerca de R$ 100 milhões no lançamento da mercadoria.
A modelo virou, inclusive, a atração principal do camarote da empresa nos desfiles das escolas de samba na Sapucaí, numa estratégia ousada para dar visibilidade ao produto. Em poucos dias, a nova marca já deu lucros de R$ 10 milhões para a empresa, explorando a imagem da mulher.
O anúncio é um desrespeito às mulheres, que são exibidas como devassas. Pai de três meninas, o blogueiro Eduardo Guimarães se indignou. “Particularmente, sou contra o moralismo... Contudo, é escandalosamente claro que a propaganda da Schincariol é inaceitável”.
Ele também criticou a mídia, que utilizou o episódio da proibição do anúncio para atacar o governo Lula. “Essa gritaria midiática contra uma medida correta de proteção à imagem da mulher e contrária ao estímulo de comportamentos degradantes como a devassidão pode até ser prestação de serviço à cervejaria que fez a propaganda... Convenhamos: se existe alguma devassa nessa história é essa mídia”.
A gritaria dos mercenários da mídia
O próprio Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), sempre tão submisso aos abusos da mídia, considerou a propaganda abusiva. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres também condenou o anúncio, criticando seu “conteúdo sexista e desrespeito à mulher”. Diante das ásperas críticas, o Conar vetou a publicidade.
De imediato, os barões da mídia e seus colunistas de aluguel vieram à tona para denunciar a “censura”. O jornal O Estado de S.Paulo divulgou texto irônico, intitulado "Tempestade em lata de cerveja", para desqualificar a decisão.
Para os barões da mídia, preocupados unicamente com seus lucros em publicidade, a proibição do anúncio da Devassa é um ato autoritário e antimercado. “A publicidade sempre trabalhou e continuará trabalhando com símbolos e estereótipos”, justifica o articulista do Estadão.
Para os donos da mídia, a mulher é objeto vendável, uma mercadoria lucrativa, e assim deve continuar a ser exibida nas emissoras de televisão, nos jornalões e revistas. Para eles, a comemoração do Dia Internacional da Mulher deve ser um entrave aos seus lucrativos negócios. Viva o 8 de Março!
Por Altamiro Borges, em seu blog - Via Terror do Nordeste
4 Comentários
Me deixou burro
Muito burro demais
Agora as todas coisas
Que eu penso
Me parecem iguais...
Apresentador Willian Waack pilota Mig-29 na Ucrânia
http://www.youtube.com/watch?v=sh_eqSFr1J0
Pena que o piloto não era o Frolov, ou Kvochur, ou Tkatchenko, ou Vlasov, ou Pugachev, ou uma voltinha básica com Eugen Maxin num MiG-21 Fishbed...
Fica para próxima Willian, excluo neste passeio, o jaz Russian Knights Igor Tkatchenko e seu SU-47 Berkut Golden Eagle, mas tem muitas opções.
Garanto Wilian, que você não vai mais esquecer.
Trecho do artigo de Gilberto Maringoni: "O que querem Globo, Folha e Veja?", sobre o "1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão", realizado pelo Instituto Millenium em São Paulo, na segunda-feira, 1º de março. O autor é jornalista e cartunista, doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP).
Foi publicado no site "Carta Maior" e no portal "Vermelho" (ver a íntegra nesses sites em nossa lista "Recomendamos"):
(...) "Articulações desse tipo são geralmente danosas à democracia. Sempre que ficam carentes de representações, as classes dominantes (chamemos as “elites” por seu nome real) entram no jogo institucional de forma truculenta e atabalhoada. Buscam impor sua vontade a ferro e fogo, uma vez que as regras do convívio político não lhes interessam mais. Seus impulsos são sempre pela ruptura dessas regras. Pelo golpe.
http://democraciapolitica.blogspot.com/2010/03/golpe-em-marcha.html
Onde se lê "republicanos" nos EUA, leia-se "demotucanos e grande mídia" no Brasil
"Republicanos pregam medo para levantar novas doações
Estratégia consta de cartilha de campanha de opositores
O Comitê Nacional Republicano pretende usar o medo como principal mote para levantar recursos de campanha. Documento obtido pelo site Politico.com detalha a estratégia de campanha dos republicanos, que prometem salvar o país do caminho rumo ao socialismo.
A apresentação foi feita pelo diretor de Finanças do comitê, Rob Bickhart, a grandes doadores e pessoas responsáveis por levantar recursos em um evento em Boca Grande, na Flórida, em fevereiro.
A estratégia é apresentada da seguinte maneira: "O que você pode vender quando não tem a Casa Branca, a Câmara dos Representantes ou o Senado? Salve o país do caminho rumo ao socialismo!".
http://democraciapolitica.blogspot.com/2010/03/pregacao-do-medo-mesma-cartilha-nos-eua.html