A Rússia sofre com a escassez de candidatos a cosmonauta, pois um número cada vez menor de russos demonstra interesse em visitar o espaço, informaram fontes oficiais à imprensa russa.
Módulo de treinamento na Cidade das Estrelas
Seguir os passos de ícones como Yuri Gagarin sempre foi um antigo sonho dos jovens russos, mas agora este interesse está diminuindo, reclama Sergei Krikalyev, diretor do centro de treinamento de cosmonautas, situado na Cidade das Estrelas, arredores de Moscou.
"Agora, temos cerca de 40 cosmonautas nas fileiras russas. Planejamos recrutar novos candidatos, mas há menos gente interessada do que gostaríamos", afirma Krikalyev, citado pela agência de notícias Interfax.
Krikalyev lamenta que o interesse diminuiu nas duas décadas que se seguiram à derrocada da União Soviética e também se mostra preocupado de que entre todos os cosmonautas russos haja apenas uma mulher.
De acordo com o especialista, isto contrasta com o número de mulheres trabalhando como astronautas na Nasa (agência espacial americana).
Krikalyev também reclama de que o financiamento para o centro de treinamento - uma instalação lendária, da época do início da era espacial - precisa ser "dobrado para poder continuar funcionando adequadamente".
"Para que o centro se desenvolva, ele precisa ser ampliado", explica, em declarações à agência RIA Novosti.
O financiamento, acrescenta, se faz necessário para fazer reparos no centro, onde algumas partes "não passaram por reformas em 20 anos, dando a impressão de que foram bombardeadas".
Os jovens também se esquivam de trabalhar no centro, um lugar onde "muitos trabalham mais por idealismo do que pelo dinheiro", acrescenta.
O programa espacial russo tem visto seu financiamento minguar desde o fim da União Soviética, que no início da era espacial lançou o primeiro satélite na órbita terrestre e enviou o primeiro homem ao espaço.
Para sobreviver, tem levado turistas espaciais dispostos a pagar milhões de dólares para passar curtas estadas na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
Mas com o ônibus espacial prestes a se aposentar, a Nasa dependerá, nos próximos anos, das naves russas Soyuz para manter funcionando seu próprio programa espacial tripulado.
Krikalyev é, ele próprio, uma lenda entre os cosmonautas. Veterano com seis voos espaciais no currículo, ele ficou famoso em 1991, quando a União Soviética ruiu, ao retornar à Terra no ano seguinte como cidadão da nova Rússia, após concluir uma longa missão espacial.
Fonte: AFP - NOTÍCIAS SOBRE AVIAÇÃO
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PARTE DE: RELAÇÕES MILITARES BRASIL-RÚSSIA
Após muitas incertezas e indecisões, se a Rússia estaria ou não no Programa F-X2, e também a questão da transferência de tecnologia por parte dos russos, as relações Tecnico-Militares-Industrias Brasil-Rússia avançam.
A Câmara dos Deputados aprovou quinta-feira (04 Março) o texto do acordo de cooperação Técnico-Militar firmado entre Brasil e Rússia em 2008, no Rio de Janeiro, quando da visita do Presidente da Federação Russa Dmitri Medvedev ao Brasil. O texto foi finalmente aprovado após ter ido ao Plenário por mais de 15 vezes.
O texto do acordo de cooperação Técnico-Militar abre caminho para outros assuntos, inclusive na área espacial, pois o jornal Valor menciona o desenvolvimento do VLS-4, Cruzeiro do Sul, com auxilio de cientistas russos.
O acordo prevê promover a cooperação nos campos da pesquisa e desenvolvimento; apoio logístico; aquisição de produtos e serviços de defesa; treinamento profissional; intercâmbio de pessoal docente e discente; realização de visitas recíprocas e encontros voltados para a realização de programas conjuntos; e outras áreas técnico-militares de interesse para ambas as partes.
O ministério da Defesa e o Serviço Federal de Cooperação Técnico-Militar da Rússia serão responsáveis pela coordenação e execução do acordo e uma Comissão Intergovernamental brasileiro-russa de cooperação técnico-militar será criada para implementar os termos negociados.
FONTE: Nelson Düring DefesaNet
http://democraciapolitica.blogspot.com/2010/03/relacoes-militares-brasil-russia.html