F-15C modernizados para proteção dos F-22

Que tal você ter o mais caro caça do mundo, e precisar utilizar como “escolta” dele exatamente o modelo que deveria ser substituído!? Este é exatamente o dilema enfrentado hoje na Força Aérea norte-americana (USAF), onde os exemplares do veterano F-15C Eagle em melhor estado serão modernizados, recebendo novos radares de longo alcance, para incrementar a capacidade de superioridade aérea da força de caças. Com a produção do sofisticado (e caríssimo) “caça invisível” F-22 Raptor encerrada por cortes orçamentários e ficando então limitada a 187 exemplares, o Eagle (que deveria ser totalmente substituído pelo F-22) ganhou uma inusitada sobrevida.

Podendo receber um radar de maior tamanho e tendo mais autonomia que o F-22, o F-15C deverá inclusive servir como jato de ataque e de “defesa eletrônica”, integrado à nova força composta de domínio aéreo – da qual também fazem parte os F-22 baseados em Langley, na Virgínia. Nessa perspectiva, a missão de superioridade aérea ficará dividida em 50% para o F-15C e 50% para seu “substituto” F-22. Para cumprir tais tarefas, os F-15C selecionados receberão, entre outras melhorias, os radares de varredura eletrônica ativa (AESA, Active Electronically Scanned Array) Raytheon APG-63(V)3. Com este, os F-15C protegerão os F-22, que poderão manter seus próprios radares inativos por boa parte da missão, minimizando as chances de serem detectados eletronicamente.

“Nosso objetivo (com o F-15C) é voar na vanguarda (de qualquer força de ataque), com o F-22, e ter a capacidade de persistir na área (por causa da maior capacidade de combustível) enquanto eles (os F-22) realizam suas missões em baixa detecção pelos radares”, explicou o maj. Todd Giggy, chefe de armas e táticas do esquadrão de Eagle da Guarda Aérea Nacional da Flórida (a primeira a receber os Eagle modernizados).

Além disso, os “novos” F-15C deverão prover proteção eletrônica (por interferência) e autodefesa da força de ataque, contra mísseis e aeronaves inimigas, abatendo estas além do alcance visual (BVR, Beyond Visual Range), assim compensando o limitado número de mísseis levado pelos F-22.

Fonte: Revista Asas