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Pentágono admite adiar concurso se EADS participar

O Pentágono manifestou-se disponível para adiar por 60 dias, até 9 de Julho, o encerramento do concurso para os seus aviões de reabastecimento, na condição de a empresa europeia EADS manifestar formalmente a intenção de concorrer.

Se a EADS aceitar os termos do adiamento, ficará a concorrer com a norte-americana Boeing.

"O Departamento da Defesa informou a EADS e a Boeing que, se receber uma notificação formal da parte da EADS, a exprimir a sua intenção de apresentar uma proposta, então adiará a data de encerramento [do período de aceitação de propostas] de 10 de Maio para 9 de Julho", anunciou o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, durante uma conferência de imprensa.

O adiamento proposto pelo Pentágono é inferior aos 90 dias pretendidos pela EADS para apresentar uma proposta a este concurso, cujo valor está calculado em 35 mil milhões de dólares (26 mil milhões de euros).

"Estimamos que 60 dias constituem um prolongamento razoável do prazo", sublinhou Morrell.

Este anúncio ocorre no dia seguinte a um encontro entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o seu homólogo francês, Nicolas Sarkozy, durante o qual Obama prometeu que o processo de selecção dos aviões seria "livre e justo".

O concurso para o fornecimento dos 170 aviões ao exército americano resultou numa primeira atribuição à Boeing, em 2003, e numa segundo ocasião, em 2008, à EADS e ao seu aliado norte-americano Northrop Grumman, sendo anulado em ambas as vezes.

No início de Março a Airbus decidiu renunciar à participação no concurso, depois da retirada do seu parceiro Northrop, com base na alegação de que a disputa estava enviesada em favor da Boeing. Este abandono, que deixou então o fabricante de Chicago sozinho na liça por este super contrato, levou a diplomacia europeia a denunciar as "tentações proteccionistas" norte-americanas.

Fonte: Diário Digital/Lusa - Via: Dinheiro Digital