Ahmadinejad diz apoiar plano do Brasil mediar impasse nuclear
Acordo sugerido pela AIEA prevê troca de urânio enriquecido do Irã com o exterior
Acordo sugerido pela AIEA prevê troca de urânio enriquecido do Irã com o exterior
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, aprovou um plano brasileiro para encerrar o impasse entre o país e a Organização das Nações Unidas (ONU) em torno da troca de combustível nuclear. A informação foi divulgada hoje pelo site do presidente iraniano. Teerã diz que seu programa nuclear tem apenas fins pacíficos, mas os Estados Unidos e outras nações temem que o país busque secretamente uma bomba.
As potências mundiais e o Irã mantêm há meses divergências sobre o acordo, que busca garantir combustível nuclear para um reator de pesquisas em Teerã. Em troca, os iranianos enviariam urânio pouco enriquecido ao exterior. Com isso, aumentaria o controle internacional, diminuindo a chance de um programa nuclear com fins secretos, como a produção de armas nucleares.
As negociações por um acordo estavam paralisadas após o Irã insistir que os materiais deveriam ser trocados simultaneamente, dentro de suas fronteiras. As potências rejeitam essa condição. Antes de insistir na condição de que o combustível fosse trocado no Irã, Teerã afirmou que poderia considerar trocar o combustível no Japão, no Brasil, na Turquia ou na iraniana ilha Kish.
Em abril, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse durante visita a Teerã que o País iria "examinar" se poderia ocorrer no território brasileiro a troca de combustível, caso isso fosse pedido pelo Irã. Porém, no fim do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou que o Brasil possa ser depositário do urânio. Segundo Lula, essa tarefa deve estar a cargo de países mais próximos do Irã.
Discussão com Chávez
Segundo o site president.ir, Ahmadinejad discutiu ontem a proposta brasileira em um telefonema com o presidente venezuelano, Hugo Chávez. "O principal tema nas conversas entre Ahmadinejad e Chávez foi a proposta do presidente do Brasil sobre a proposta de troca de combustível, e Ahmadinejad declarou sua aprovação a essa proposta". O site não fornece detalhes sobre quais seriam os pontos contidos no plano brasileiro.
O impasse sobre a questão levou Washington a pressionar por uma quarta rodada de sanções ao Irã no Conselho de Segurança (CS) da ONU. O Brasil é um membro temporário do CS, que tem 15 países, sendo cinco deles permanentes e com direito de veto (China, Grã-Bretanha, França, Estados Unidos e Rússia). O governo brasileiro tem defendido mais negociações com o Irã antes de ser adotada qualquer sanção. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agência Estado
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