EUA investigam vínculo de suspeito de bomba em NY com o exterior

Investigadores interrogaram o suspeito de ter deixado explosivos na Times Square, esperando esclarecer eventuais ligações dele com grupos militantes no exterior, e a mídia dos EUA disse que ele pode comparecer na quarta-feira a um tribunal.

Faisal Shahzad, 30 anos, que nasceu no Paquistão e se naturalizou norte-americano no ano passado, é acusado de tentar ferir e mutilar pessoas com um carro-bomba no centro de Manhattan, no sábado à noite. Ele pode ser condenado à prisão perpétua.

Os promotores dizem que Shahzad, filho de um vice-brigadeiro paquistanês, levou uma bomba caseira feita de gasolina, gás propano, rojões, fertilizantes e despertadores até a Times Square, de onde fugiu. As autoridades desativaram a bomba e mais tarde prenderam Shahzad.

A CBS News disse que ele vai comparecer na quarta-feira a uma corte federal de Nova York.

Ray Kelly, comissário da polícia de Nova York, disse na noite de terça-feira que Shahzad admitiu que tentou detonar a bomba e que foi treinado num reduto do Taliban e Al Qaeda no Paquistão.

"Ele está nos dando informações significativas", disse Kelly a uma TV local. "Queremos aprender o máximo que pudermos com ele, queremos aprender sobre o treinamento, quem deu o treinamento, onde aconteceu."

Shahzad foi preso a bordo de um avião prestes a decolar para Dubai, na noite de segunda-feira. Um porta-voz da empresa aérea Emirates disse na quarta-feira que o destino final dele era Islamabad. Vários parentes de Shahzad foram presos no Paquistão horas depois de ele ser retirado do avião, segundo fontes de segurança.

Kelly disse que esse foi o 11o atentado evitado na cidade de Nova York desde os ataques de 11 de setembro de 2001 contra o World Trade Center, que mataram mais de 2.600 pessoas.

O presidente Barack Obama disse que a investigação vai buscar determinar se Shahzad tinha alguma ligação com grupos extremistas estrangeiros.

O Taliban paquistanês reivindicou no domingo a autoria pelo atentado frustrado, que seria uma vingança pela morte de dois dirigentes da Al Qaeda no Iraque e pelo envolvimento dos EUA em vários países islâmicos.

Alguns funcionários dos EUA duvidaram da declaração, mas Mehmood Qureshi, chanceler paquistanês, disse à CBS News que se tratou de "uma retaliação".

"Não sejamos ingênuos. Eles não vão ficar sentados elogiando que você os elimine. Eles vão lutar de volta. E temos de estar prontos para essa luta."


Fonte: O Globo - Por Michelle Nichols (Reportagem adicional de Daniel Trotta em Nova York; Jeremy Pelofsky, Jeff Mason, JoAnne Allen e Jim Vicini em Washington; e William Maclean em Londres)