O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que está concluindo a elaboração da exposição de motivos que encaminhará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontando o modelo do caça supersônico que melhor atende ao Brasil, dentro da Estratégia Nacional de Defesa. Jobim não falou, mas a preferência é pelo francês Rafale. O ministro afirmou que Lula "deseja tomar a decisão" ainda em seu mandato, que termina em 31 de dezembro próximo. Só que a demora na apresentação da exposição de motivos de Jobim e a consequente convocação do Conselho de Defesa Nacional, que vai apreciar e aprovar a compra, está preocupando os militares da Força Aérea, que temem pela proximidade com as eleições e as dificuldades naturais que surgem neste período, para que se concluam as negociações e se fechem contratos do porte do FX-2 - que pode ultrapassar os US$ 6 bilhões. Jobim justificou a demora na solução do caso por desajustes entre as agendas dele e do presidente, embora acredite que, antes do início da Copa do Mundo, em 11 de junho, seja possível que tudo esteja pronto para a convocação do Conselho de Defesa Nacional. "Mas aviso que isso depende exclusivamente do presidente."
Jobim diz que está em fase final relatório sobre caças
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que está em fase final de elaboração da exposição de motivos que irá encaminhar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontando o modelo do caça que considera que seja o que melhor atenderá ao Brasil, dentro da Estratégia Nacional de Defesa. A preferência é pelo caça francês Rafale.
O ministro da Defesa afirmou que Lula "deseja tomar a decisão" ainda em seu mandato. Só que a demora na apresentação da exposição de motivos de Jobim e a consequente convocação do Conselho de Defesa Nacional, que irá apreciar e aprovar a compra, está preocupando os militares da Aeronáutica, que temem pela proximidade com as eleições e as dificuldades naturais que surgem neste período, para que se concluam as negociações e se fechem contratos do porte do FX-2, que pode ultrapassar os US$ 6 bilhões.
Jobim justificou a demora na solução do caso por desajustes entre as agendas dele e do presidente, embora acredite que, antes do início da Copa do Mundo seja possível que tudo esteja pronto para a convocação do Conselho de Defesa Nacional. "Mas aviso que isso depende exclusivamente do presidente", disse.
"Espero que na semana que vem possamos ter um diálogo completo sobre o assunto", comentou o ministro, após participar da cerimônia do dia internacional dos mantenedores da paz da ONU, os chamados boinas azuis, na Base Aérea de Brasília.
Questionado se o tema não estava sofrendo muitos atrasos e poderia ser prejudicado por causa da chegada da Copa e das eleições, o ministro Jobim ironizou: "Copa e eleição não tem nada a ver com compra de avião. Ao que eu saiba avião não joga futebol". Para ele, "a questão é a necessidade". E afirmou: "temos de lembrar que a Defesa se desloca destas questões políticas". Ao ressaltar que o presidente deseja tomar a decisão ainda em seu governo, o ministro Jobim lembrou que "o problema todo é que vamos começar a ter uma defasagem na defesa aérea em 2015 e precisamos ter o encaminhamento dessa questão e não temos muito tempo pra brincar com isso".
Segundo Jobim, "o presidente Lula só tomará uma decisão depois de manifestação do Conselho de Defesa". Para ele, "antes, não toma decisão alguma". Ele reconheceu que o processo se arrasta desde 1995, mas que espera poder encerrar o assunto. "Vai dar tempo de terminar. Só que, como estamos tratando de uma compra que diz respeito a um período de 20 anos, não se pode pretender que se resolva em uma semana, um dia".
Jobim observou ainda que, mesmo depois da decisão tomada pelo presidente, com a escolha do modelo, ainda terá início "um longo processo de negociação dos contratos comerciais e financeiros" com o escolhido. Estão na fase final de disputa o francês Rafale, da Dassault, o sueco Gripen, da Saab, e o norte-americano F-18 Super Hornet, da Boeing.
Jobim reiterou que o governo quer que um dos requisitos do offset, compensação pela compra dos caças, seja a encomenda, à Embraer, de 12 cargueiros KC-390. Os três concorrentes acenaram com o interesse de adquirir os aviões brasileiros para transportes de carga. O ministro lembrou que o KC 390 estará pronto exatamente quando os aviões Hércules C-130 estarão no final de sua vida útil, por volta de 2015, e que o Brasil quer aproveitar a oportunidade neste mercado, já que hoje circulam 1600 Hércules pelo mundo.
TÂNIA MONTEIRO - Agência Estado
3 Comentários
O que significa que o Rafale venceu. Por enquanto os franceses estão todos "macios" com o Irã, segurando a onda, para que o Brasil não invente de misturar as coisas e cancelar a compra dos rafale, arrastando a disputa.
Agora a decisão tá no tapetão da diplomacia.
Antes de qualquer análise e fosse quem fosse os concorrentes, quanto menos dependência dos EUA melhor para o BRASIL. Isto significa menos ingerência militar, liberdade de negociação e mais desenvolvimento tecnológico em todos os setores estratégicos.