Esqueça os filmes hollywoodianos. Se um impacto semelhante estivesse se aproximando novamente do planeta azul, a melhor arma seria algo já bastante conhecido dos terráqueos: a tecnologia nuclear.
“Asteróides vão atingir a Terra. Muitos podem ser pequenos, mas o que nos preocupa é o que faremos em situações consideradas extremas, mas reais”, diz o físico David Dearborn, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, um centro de pesquisa comandado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos. “No caso de algo maior, temos que ter uma opção para agirmos e, se um asteróide for grande, a explosão nuclear é a única opção que tem a capacidade de evitar o impacto”, diz.
Desde 2002, Dearborn é o responsável por um projeto cuja missão é entender justamente a reação dos asteróides às explosões nucleares. Com supercomputadores, ele simula diversos cenários usando os dados do Near Earth Object Project, um projeto da NASA que monitora objetos próximos à Terra.
“Seria um erro dizer que explosões nucleares são a solução para tudo. Para objetos pequenos, missões como a Deep Impact poderiam dar conta”, diz o pesquisador, se referindo ao programa da NASA que, como o nome diz, causa impactos em corpos celestes. “No entanto, para qualquer corpo acima de 500 metros de diâmetro, ainda não existe outra tecnologia que não a nuclear”.
Quem assistiu ao filme Armageddon talvez se preocupe com esta possibilidade. Afinal, os detritos da explosão de um corpo celeste em alta velocidade do espaço poderiam muito bem atingir a Terra e causar grandes danos.... Certo?
Errado. Ao contrário do imaginário popular, a solução para a vinda de um asteróide não seria explodi-lo, mas sim mudar a sua trajetória. “Um dos argumentos contra o uso da energia nuclear nestes casos seria o de que necessariamente ela fragmentaria o asteróide, mas isso não acontece”, garante Dearborn.
Isso porque os explosivos seriam detonados ao lado do objeto, dando impulso para desviá-lo. “As pessoas geralmente pensam nos efeitos de uma bomba atômica na Terra, mas um explosivo liberado no vácuo é diferente. Ele libera muita energia em pouca massa”, explica ele.
O resultado é que são gerados pulsos de raios-X, raios gama e nêutrons. Bastaria combinar os diferentes tipos de explosivos nucleares para otimizar o efeito desejado no asteróide. “Essa energia liberada será absorvida na atmosfera próxima do asteróide. Basta vaporizar entre 10 e 20 cm de sua superfície, formando um gás que, expandido, dá um impulso que muda a velocidade do asteróide”, explica.
Quanto mais longe estiver o asteróide, menor a mudança de velocidade necessária para fazê-lo alterar sua rota. Se a descoberta for feita com uma década de antecedência, por exemplo, bastaria alterar a velocidade em 1 cm por segundo.
Quando tamanho é documento
Os modelos do pesquisador David Dearborn consideram apenas asteróides de até 1 km de diâmetro. Para desviá-lo, seria necessário utilizar 900 toneladas de explosivo. “ Mas apenas 15 ou 16 toneladas atingem sua superfície, sendo que somente 10 são absorvidas”, diz ele. A maioria da energia vai para o espaço, mas o que é absorvido é suficiente para aquecer quatro ou cinco toneladas em gás. “Parece muito, mas um corpo de 1 km de diâmetro possui uma massa de um bilhão de toneladas”.
O motivo para a equipe de Dearborn não realizar projeções com corpos maiores do que 1km é que eles simplesmente não são uma ameaça iminente. “Felizmente, o programa Near Earth, que observa os corpos próximos à Terra, não detectou nada maior do que estas medidas”, diz.
Críticas
O monitoramento feito pela NASA classifica os objetos dentro ou fora da zona de perigo e, conforme mais observações são feita, eles acabam sendo descartados porque prova-se que não são uma ameaça. “Muito provavelmente, eles descobririam algum objeto que atingiria a Terra com 60 anos de antecedência”, diz o professor Dearbonr, alertando que isto é tempo mais do que suficiente para se programar e enviar a solução mais alequeada.
“Você pode estudar o objeto e chegar a uma solução otimizada. Se for grande, teremos que considerar explosões nucleares porque simplesmente não temos uma outra tecnologia que dê o impulso necessário para alterar a rota de colisão”, diz.
No entanto, a tecnologia nuclear enfrenta diversas críticas. “Há uma certa relutância a explosivos nucleares porque as pessoas não os vêem como ferramenta, e sim como arma, pois esta é a maneira como mais foram utilizados”, diz. “No entanto, dizer que a ameaça de asteróides é uma maneira de legitimar esses armamentos é uma falácia”.
No pior dos casos....
Mas e pensando novamente no filme Armageddon, no qual a humanidade tem pouco tempo para destruir um asteróide, o que seria possível fazer? E no caso de um corpo gigante, como o que causou a extinção dos dinossauros e possuía 10 km de diâmetro, existe solução?
“Uma missão tripulada não é uma possibilidade. Neste cenário de descoberta atrasada, uma solução seria colocar um explosivo nuclear na superfície do próprio asteróide – mas não com a finalidade de explodi-lo, e sim para gerar força o suficiente para desviar sua rota”, diz.
No pior dos casos, Dearborn diz que a explosão poderia ser realizada para “trocar a certeza de que tudo nos atingirá pela possibilidade de que apenas alguns detritos cheguem até nós”.
O professor diz, no entanto, que não adianta tentar alterar rotas com previsão de choque de mais de 100 anos simplesmente porque elas ainda são muito imprecisas. “A coisa mais perigosa a se fazer é começar a mexer em asteróides que não temos certeza ainda se colidiriam com a Terra...”, alerta.
Fonte: Paula Rothman (INFO Online) - Imagem: Wiki Commons - Noticias Sobre Aviação
Uma pequena e relativamente desconhecida empresa holandesa, a ASML, fabrica
talvez o dispositivo não militar...
O post ASML: A empresa holandesa por trás...
Há 15 horas
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