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Síria teria recebido radar para alertar sobre ataque de Israel
Segundo 'Wall Street Journal', Teerã enviou a Damasco equipamento que também beneficiaria o Hezbollah

O Irã supostamente forneceu à Síria um sistema de radar que pode prejudicar uma ação militar israelense contra instalações nucleares iranianas. A informação, não confirmada, foi publicada ontem pelo Wall Street Journal, citando fontes de Israel e dos EUA. Os governos de Damasco e Teerã negaram a acusação.

De acordo com o jornal americano, a transferência do sistema teria ocorrido em meados de 2009. Os israelenses afirmam ainda que o grupo libanês Hezbollah também poderia obter vantagem com os radares em uma nova guerra contra Israel.

Diplomatas sírios e iranianos disseram que a reportagem é uma tática israelense para justificar um possível ataque no futuro. Israel não descarta a possibilidade de lançar uma ação militar contra o Irã para tentar evitar que o regime de Teerã desenvolva uma bomba atômica, apesar de os iranianos dizerem que seu programa nuclear tem fins civis.

Há menos de um mês, autoridades israelenses também afirmaram que a Síria teria transferido mísseis Scuds para o Hezbollah. Em entrevista ao Estado, o presidente da Síria, Bashar Assad, disse que Israel busca "desviar a atenção" com as acusações.

Israel ocupa as Colinas do Golan desde 1967 e os dois países estão tecnicamente em guerra. Mas a Síria não comete agressões diretas contra os israelenses desde 1974, quando houve um armistício. Israel bombardeou em 2007 uma instalação síria que supostamente teria fins nucleares. Segundo Damasco, o local era uma simples base militar do Exército sírio.

Ao mesmo tempo em que existem iniciativas para os dois países negociar um acordo, a possibilidade de uma guerra é real, alerta Assad. Pesquisa do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, de Washington, demonstra que a capacidade militar da Síria, no contexto de uma guerra convencional, reduziu-se nos últimos anos. A de Israel, do outro lado, foi ampliada. O problema é que os israelenses têm enfrentado confrontos contra milícias como o Hezbollah e o Hamas, não Exércitos.

Os EUA manifestaram ontem sua preocupação com os laços entre Irã e Síria após a reportagem do Wall Street Journal. Os EUA criticam a Síria por dar suporte às organizações libanesa e palestina, consideradas terroristas pelo Departamento de Estado. Mas a administração de Barack Obama tem tentado retirar os sírios do isolamento, nomeando um embaixador para Damasco e enviando autoridades para conversar diretamente com o presidente Assad. / G. C.


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