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A revista britânica The Economist traz uma reportagem na sua edição desta sexta-feira sobre como as aspirações do Brasil de crescer no cenário político mundial ajudaram o país a modernizar o seu Exército.

Segundo a revista, as missões de paz se tornaram um componente importante na política externa de Luiz Inácio Lula da Silva, como parte de uma estratégia para alavancar o status do país no cenário mundial.

A decisão, em 2004, de liderar as operações de paz no Haiti, enviando 13 mil homens ao país, teria sido parte dessa estratégia. A revista cita ainda outra medida mais recente: o anúncio feito no mês passado de que o Brasil assumirá o comando naval da missão da ONU no Líbano.

A The Economist, porém, não entra no mérito do Brasil estar ou não conseguindo galgar posições na política global. Em vez disso, concentra-se em mostrar como esse esforço vem gerando melhorias para o próprio Exército.

Entre elas, estaria uma mudança de atitude entre os militares. Entrevistado pela revista, o cientista político da Universidade Cândido Mendes Clóvis Brigagão, diz que enquanto “a geração antiga (das Forças Armadas) se preocupava mais com guerras e segurança”, uma “próxima geração” estará apresentando “novas ideias sobre prevenção de conflitos, governança e Estado de direito”.

Como exemplo dessa modernização, a matéria cita o fato de que as operações abriram espaço para a criação do Centro de Instrução de Operações de Paz, uma escola sobre missões de paz localizada próxima ao Rio de Janeiro que permite uma maior integração entre militares e policiais que atuam em favelas.

Segundo a Economist, as Forças Armadas são “balcanizadas”, com cada Arma “agindo autonomamente”. Mas há sinais de que isso também pode estar mudando, diz a revista, como a recente nomeação do primeiro chefe do Estados Maior Conjunto das Forças Armadas e a colaboração conjunta em mecanismos como o Centro de Instrução de Operações de Paz (CI Op Paz), criado em 2007 para treinar militares em missões de paz no Haiti.

A The Economist acredita ser “improvável” que o próximo presidente seja tão ativo na política externa quanto Lula. “Nas missões de paz, assim como em outras questões, as ambições globais do Brasil tendem a dar dois passos para frente e um para trás.”