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A descontinuidade do projeto de construção do primeiro submarino nuclear brasileiro pelo próximo governo foi descartada hoje (13) pelo comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto. Segundo ele, trata-se de um programa de Estado, que deverá ser desenvolvido independentemente de quem ocupe a Presidência da República.

“Isso é um projeto do Estado brasileiro, que quer ter uma Marinha à altura de sua projeção política e estratégica no mundo. Quem quer que seja o presidente vai entender a importância e dará continuidade, apoiando um projeto muito grande e que não pode parar”, afirmou Moura Neto.

O militar lembrou que o programa de desenvolvimento de um reator nuclear da Marinha ficou praticamente parado por 30 anos, de 1979 a 2009, por falta de recursos. O programa só foi retomado recentemente, com a decisão do governo de apoiar a iniciativa. A previsão é de que o submarino nuclear brasileiro seja lançado ao mar até 2020.

Moura Neto participou no Rio de Janeiro da 24ª Conferência Naval Interamericana, que começou hoje (13) e vai até o dia 17, com representantes das marinhas de 17 países. O almirante estimou que o orçamento da Marinha do Brasil para 2011 será de R$ 4,7 bilhões, praticamente o mesmo volume destinado este ano.

Ele fez uma avaliação positiva dos oito anos de administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à Marinha. “O governo decidiu fazer os investimentos necessários. Nesses últimos oito anos, tivemos apoio em vários projetos. Estamos construindo navios-patrulha e tivemos aprovadas as construções de quatro submarinos convencionais e um nuclear. A Marinha teve todas suas pretensões de crescimento atendidas. Houve um aumento muito grande no orçamento e no investimento da força”, destacou.

O almirante revelou que o Brasil está mantendo conversas com marinhas de outros países, inclusive a chinesa, envolvendo cooperação tecnológica e construção de equipamentos. Os planos devem ser detalhados com a futura visita do ministro da Marinha da China ao país.

O vice-comandante de Operações Navais da Marinha dos Estados Unidos, almirante Jonathan Greenert, também destacou o desejo de cooperar com o Brasil. Ele apontou a necessidade de se desenvolver ações de paz na região e reforçar a luta contra o terrorismo no Atlântico Sul. “O Brasil é um líder entre as nações sul-americanas e as nossas marinhas podem trabalhar conjuntamente para garantir a liberdade nos mares, contra o contrabando e o terrorismo”, afirmou Greenert, segundo na hierarquia militar da força norte-americana.

Já o comandante da Marinha da Argentina, almirante Jorge Omar Godoy, ressaltou que existe forte vontade política entre os governos brasileiro e argentino para trabalhar de forma integrada, incluindo a troca de informação dos programas nucleares dos dois países. “A complementação entre brasileiros e argentinos dará mais força para nos apresentarmos diante da comunidade internacional. Eu considero fundamental, como mensagem ao mundo, a capacidade de manejarmos este tipo de tecnologia [nuclear] em prol da paz”, afirmou o comandante argentino.

Da Agência Brasil - Via Pernambuco.com