O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que não acredita em um acordo de paz no Oriente Médio enquanto o principal mediador for os Estados Unidos. "Estou convencido que não haverá paz no Oriente Médio enquanto os Estados Unidos forem o tutor da paz", disse Lula, durante encontro de final de ano de oficiais das Forças Armadas, em Brasília. "É preciso envolver outros agentes, outros países para poder negociar a questão da paz no Oriente Médio. Não é uma questão dos Estados Unidos", disse.
As negociações diretas de paz entre Israel e palestinos tinham sido retomadas em 2 de setembro, geridas pelos EUA, após 20 meses de interrupção. Porém, as conversas foram paralisadas novamente, após expirar a moratória de Israel para construção de assentamentos em territórios ocupados. Os palestinos pedem um novo congelamento das construções em territórios onde pretendem fundar seu Estado, mas Israel resiste ao pedido e já liberou diversos novos assentamentos ilegais na Palestina ocupada.
"Antes de viajar, nós recebemos uma carta do presidente Obama que colocava algumas condições (para um acordo internacional)", disse Lula. "O presidente Ahmadinejad aceitou exatamente o termo que levamos e por isso assinou que estava disposto a sentar na mesa na comissão em Genebra", declarou.
O Brasil e a Turquia tentaram mediar um acordo de troca de combustível nuclear com o Irã. No entanto, o acordo não impediu que as potências ocidentais seguissem pressionando por novas sanções ao país. Lula argumentou que o único motivo para que o acordo não fosse aceito pela comunidade internacional é porque Brasil e Turquia estariam interferindo em um assunto que não caberia a países emergentes. "A única explicação é que era preciso punir o Irã porque o Brasil e a Turquia tinham se metido numa seara que não era a de país considerado emergente", afirmou.
Helicópteros
Lula falou sobre a questão do Oriente Médio em evento de entrega dos três primeiros helicópteros de transporte EC-725 da Eurocopter às Forças Armadas. O total de aparelhos encomendados chega a 50, sendo 16 para cada uma das três forças militares e mais dois para uso da Presidência da República. a construção dos helicópteros ´ficará a cargo da Helibras, em Itajubá (MG), num esquema de transferência de tecnologia da francesa Eurocopter para o Brasil.
Fonte: Jornal Agora
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