O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, inicia nesta quarta-feira uma visita oficial de três dias à Índia, na qual espera assinar com seu vizinho e antigo rival diversos acordos sobre energias renováveis, comércio, infraestruturas e finanças.

A visita da delegação de Wen, com 400 pessoas entre elas representantes de companhias chinesas, é a primeira de um premier chinês à Índia em quatro anos e logo após a visita do presidente americano, Barack Obama.

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O subdiretor do departamento de assuntos asiáticos do Ministério de Comércio chinês, Liang Wenzhao, não anunciou o número de acordos que serão assinados na Índia nem o valor das negociações, enquanto a imprensa indiana afirmasse que serão mais de 45 tratados calculados em US$ 20 bilhões.

Entre janeiro e setembro de 2010, o comércio entre os dois países, os mais povoados do planeta, cresceu 46,7% em comparação ao ano anterior até alcançar os US$ 45 bilhões, dos quais US$ 13,7 bilhões correspondem ao déficit comercial da Índia.

Segundo as estatísticas oficiais de Pequim, China é o maior parceiro da Índia com acordos comerciais que ultrapassaram a marca de US$ 18,7 bilhões em 2005 para US$ 51,8 bilhões em 2008, embora em 2009 sofreram uma contração até chegar a US$ 42 bilhões.

O regime chinês espera que o volume de comércio bilateral entre os países alcance os US$ 60 bilhões este ano.

Liang apontou que o desequilíbrio comercial foi um "feito" nas relações bilaterais, mas acrescentou que China nunca exerceu um superávit comercial e que o problema é o tipo de estruturas econômicas e a orientação das exportações dos países.

Outro dos temas a tratar durante a visita de Wen será o livre-comércio, não estabelecido ainda entre os dois países.

Em maio, a presidente indiana, Pratibha Patil, foi à China para se reunir com seu colega, Hu Jintao, em um encontro de grande importância simbólica porque foi o primeiro a dez anos entre os chefes de Estado dos dois países e no qual estacionaram suas diferenças para consolidarem-se como potências emergentes.

Os dois países buscam atualmente maior cooperação, já que são antigos rivais enfrentados por problemas fronteiriços, que em 1962 lhes levaram a uma breve guerra, e que mantêm diferenças respeito à figura do Dalai Lama, refugiado na cidade indiana de Dharamsala desde 1959, e da postura da China com a Caxemira.

Wen sairá na sexta-feira da Índia com destino ao Paquistão, onde permanecerá até o domingo, em uma visita centrada na cooperação energética.

Além disso, cumprirá a promessa de entregar US$ 200 milhões ao Paquistão para apoiar a reconstrução das zonas danificadas pelas inundações que sofreu faz cinco meses, que causaram 21 milhões de desabrigados e quase US$ 10 bilhões em perdas econômicas.

Fonte: Bol