Segundo relato de amigos, Lula revelou que foi estimulado por Sarkozy a avançar nas negociações com o Irã para o fechamento do acordo sobre o enriquecimento de urânio daquele país. Em maio, os dois chegaram a se encontrar reservadamente em Madri para tratar do assunto, durante a 6ª Cúpula União Europeia, América Latina e Caribe.
Logo depois, o Irã aceitou os termos do acordo acertado com Brasil e Turquia para o enriquecimento de urânio iraniano em território turco. Mas, para a surpresa de Lula, depois da pressão dos Estados Unidos Sarkozy voltou atrás, e a França votou a favor de sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A adoção de sanções dependia do voto favorável de todos os integrantes permanentes do conselho.
Diante da nova posição de Sarkozy, Lula decidiu empurrar com a barriga a decisão sobre os caças e depois avisou a Dilma que ela ficasse livre de qualquer compromisso político.
Em 2009, Lula recebeu Sarkozy no Brasil e até manifestou simpatia pública pela proposta francesa. Mas, em dezembro passado, quando o negócio parecia próximo de um desfecho, Lula disse que deixaria a decisão final para sua sucessora. Agora, o novo processo de compra deve se arrastar o ano inteiro e só ser concretizado em 2012.
Fonte: O Globo
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