O militar era Adolf Hitler, veterano da I Guerra Mundial, e a decisão acabaria por influenciar o curso da História.

O movimento em causa, o Partido dos Trabalhadores Alemães, foi fundado a 5 de Janeiro de 1919, em Munique, pelo serralheiro Anton Drexler e pelo jornalista Karl Harrer, entre outros.

A Alemanha vivia tempos difíceis. Tinha perdido a I Guerra Mundial e assinado o Tratado de Versailhes, que impôs o pagamento de pesadas indemnizações. Ao nível político, o regime monárquico, dirigido pelo Kaiser Guilherme II, tinha dado lugar à chamada República de Weimar.

Adolf Hitler, na altura com 30 anos, reviu-se nas ideias defendidas pelo Partido dos Trabalhadores Alemães, que se opunha ao Tratado de Versailhes, era anti-semita, anti-marxista e defendia a superioridade dos alemães, membros da raça ariana.

O futuro líder da Alemanha tornou-se no militante número 55 do movimento extremista e logo se destacou, graças às suas intervenções e discursos inflamados.

Em 1920, o partido muda de nome para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido por Partido Nazi, a abreviatura de nacional e socialista.

As mudanças não ficam por aqui. No ano seguinte, Hitler ascende à liderança, torna-se o "fuhrer" do partido, que passa a ter a cruz suástica como simbolo e mais tarde adopta a saudação romana, inspirada nos fascistas italianos de Benito Mussolini.

O número de apoiantes do movimento aumenta e são criadas várias estruturas de apoio, como o grupo paramilitar "Sturmabteilung", também conhecido por "camisas castanhas", e a Juventude Hitleriana. Para divulgar a sua mensagem, o Partido Nazi utiliza como veículos o tabloid "Der Sturmer" e o jornal oficial "Volkischer Beobachter".

No rescaldo do "Golpe da Cervejaria", uma tentativa falhada para tomar o poder pela força, em 1923, Hitler é preso e condenado. Durante os meses que passa no cárcere, escreve a primeira parte de "Mein Kampf" (A minha luta), a obra de referência da ideologia Nazi.

Quando acaba de cumprir a pena, Hitler reorganiza o Partido Nazi, expande a sua base de apoio e cria sedes por todo o país, com o apoio de Rudolf Hess, Himmler, Goebbels e Goring. Em 1929 o movimento chega aos 120 mil militantes, mas com fracos resultados nas eleições parlamentares.

Os efeitos da “Grande Depressão” fazem-se sentir na Alemanha, provocando a falência de empresas e uma onda de desemprego. Os nazis capitalizam a crise e nas eleições de Setembro de 1930 conquistam 18,3% dos votos e tornam-se na segunda força política.

O ano de 1933 assinala a ascensão de Adolf Hitler ao poder. Primeiro, é nomeado para chefiar um Governo de coligação e, depois, aproveita o episódio do incêndio no “Reichtag”, o parlamento do país, para convocar novas eleições. Com os comunistas – acusados da autoria do ataque - fora de cena, Hitler vence as eleições e consegue a maioria.

Fonte: Radio Renascença - Editado por Ricardo Vieira