Interromper a web dos Estados Unidos seria prejudicial a hospitais e outras instituições básicas, segundo relatório da OCDE.

A proposta norte-americana de uma ferramenta para desligar toda a Internet do país em um caso de ciberguerra poderia causar mais problemas do que impedi-los, de acordo com um relatório divulgado, recentemente, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O estudo, realizado pela London School of Economics e pela Universidade de Oxford, analisou o potencial de possíveis atos "terroristas" na web, que poderiam causar grandes danos nacionais. Os pesquisadores afirmam que, atualmente, existe um conceito exagerado sobre segurança, incluindo também uma dependência excessiva de conceitos militares de guerra e de defesa, e por último uma série de pensamentos distorcidos sobre a questão.

Segundo o estudo, as chances são pequenas de que um problema de cibersegurança cause um grande problema global, como também foi considerado pouco provável que ocorra uma guerra, exclusivamente pela web, conforme pregam os pessimistas.

Por outro lado, o mais provável é que a infra-estrutura eletrônica básica do país atingirdo sofra um colapso em casos de desastres naturais ou que ela seja atacada como extensão de um ataque militar fí­sico e não, exclusivamente, online.

Além disso, também foi constatado que há uma tendência de que governos invistam em cibersegurança usando práticas militares, o que é ruim, segundo o estudo, principalmente, porque os principais alvos são privados.

"A maioria dos alvos na infra-estrutura crítica do país nas áreas de comunicações, energia, finanças, alimentação, governo, saúde, transportes e água, estão no setor privado. Por isso, acreditamos que apenas a abordagem militar sobre o assunto é um grande erro", disse o co-autor do relatório, Dr. Ian Brown, da Oxford Internet Institute da Universidade de Oxford.

Quanto à proposta de uma ferramenta para desligar a Internet, os autores do relatório são totalmente contra.

"Em uma situação de emergência você gostaria de pelo menos dar prioridade aos hospitais e como a maioria dos centros médicos ou consultórios usam a mesma infra-estrutura de web que a maior parte da população, não haveria maneira fácil de identificá-los. Assim, desligar a Internet traria mais consequências negativas do que positivas", indicou o estudo.

Os autores recomendam que os governos zelem pelos cidadãos e seus bens e não apenas pela a própria estrutura governamental. Além disso, eles defendem que seja criado um grupo para ajudar em problemas de computação em âmbito internacional, que possa ter uma visão melhor sobre estes acontecimentos que a maioria das agências nacionais.

E deixam claro que catástrofes futuras se tornarão ainda mais graves se os sistemas de informação forem impedidos de funcionar

Fonte: IDGNow