Há mais de 3 décadas, após os cientistas concluírem que as missões Viking da NASA para Marte não encontraram evidência conclusiva de existência de compostos orgânicos naquele planeta, um novo estudo diz que não só há compostos orgânicos lá, mas que uma sonda Viking encontrou-os no final da década de 1970, passando despercebido pelos cientistas.
O novo estudo das descobertas do programa Viking foi iniciado depois que a sonda Phoenix em agosto de 2008, detectou que havia perclorato no solo marciano.
Percloratos são sais que têm a capacidade de aumentar o oxigênio, e tendem a causar a combustão de materiais orgânicos.
Na época, a equipe do projeto Viking não tinha razão para pensar que o solo de Marte era rico em perclorato, assim o pequeno traço do químico que encontram no experimento foi ignorado como um contaminante da Terra.
O novo estudo confirma que haviam restos de compostos orgânicos, que seriam as “impressões digitais” deixadas de seu contato com os percloratos no solo.
Para recriar o experimento, os pesquisadores usaram um solo enriquecido com perclorato, proveniente do Deserto do Atacama, no Chile, uma região considerada uma das mais parecidas com o planeta Marte aqui na Terra.
Após o experimento, os mesmos traços de orgânicos ficaram no solo, idêntico ao que foi encontrado com o experimento do Viking, sugerindo que os solo marciano também contem elementos orgânicos.
Porém, os pesquisadores alertam que a existência de material orgânico não quer dizer necessariamente que haja vida em Marte.
A falha da sonda Viking em encontrar compostos orgânicos foi a razão principal do cancelamento do envio de outras missões para Marte, a fim de procurar por estes compostos. Isso causou um atraso de décadas para os pesquisadores.
Felizmente, a procura por compostos orgânicos em Marte não foi completamente abandonada. O Laboratório de Ciência de Marte será lançado em novembro deste ano e seus instrumentos irão dar continuidade ao estudo da química daquele planeta, inclusive dos compostos orgânicos.
Esta nova pesquisa foi publicada no Journal of Geophysical Research, do mês passado.
Fonte: OvniHoje/Discoveryon - Via: Arquivos do Insólito
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