"Bruno Senna é opção para curto prazo", diz chefe da Lotus

A equipe Lotus-Renault deve escolher um piloto experiente para ocupar o lugar de Robert Kubica, que sofreu grave acidente neste domingo e não poderá competir na temporada de 2011 da Fórmula 1. O brasileiro Bruno Senna é o terceiro piloto da equipe, mas deve continuar como reserva no decorrer do Mundial.

Senna e Lotus. A ironia do destino no drama de Kubica: Quando foi anunciado como terceiro piloto da Lotus Renault, há uma semana, o jovem Bruno Senna estaria longe de imaginar que poderia - em breve - correr na Fórmula 1 com as cores do carro com que o tio Ayrton venceu a sua primeira prova, no Estoril, em 1985. Bruno chegou a ter a oportunidade de experimentar esse monolugar. E agora é ele o maior candidato ao lugar de Kubica. Éric Boullier, director da Lotus Renault, já apontou nesse sentido. Mas a falta de experiência do brasileiro - e do russo Vitaly Petrov - pode levar a uma outra alternativa.

"Já estamos pensando em um plano de contingência, porque Kubica está definitivamente fora da Fórmula 1 por um período longo. Se for uma substituição a curto prazo, usaremos um de nossos reservas. Se for por mais tempo, temos que pensar em opções diferentes", disse o chefe da equipe, Eric Boullier.

A imprensa europeia especula que o finlandês Kimmi Raikkonen, o alemão Nick Heidfeld e o espanhol Pedro de la Rosa sejam os favoritos para assumir a vaga. Segundo Boullier, um piloto experiente seria importante no desenvolvimento do R-31, modelo da escuderia para o Mundial 2011.

Esta não foi a primeira incursão de Robert Kubica no mundo dos ralis. A paixão pela modalidade levou-o a comprar o Skoda que ontem desfez. "Há muitos pilotos que respeito muito. Sei que é preciso ter grandes tomates para andar no meio das árvores, a lutar por décimos de segundo", disse numa entrevista. O contrato com a Lotus Renault até inclui uma cláusula que lhe permite correr em ralis - algo que não acontecia na anterior equipa, a BMW Sauber. No entanto, foi-lhe negada a participação no rali de Monte Carlo, em Janeiro, porque ia conduzir um carro de outro construtor. Por outro lado, este também não foi o primeiro grande acidente da carreira de Kubica. Em 2007, apenas sobrou a célula de sobrevivência do seu BMW no GP do Canadá. Temeu-se o pior, mas o piloto escapou apenas com uma entorse no tornozelo. Obra de João Paulo II - cujo nome levava gravado no capacete -, acreditaram então os polacos. Um ano depois, Robert Kubica voltou a Montreal para vencer a corrida. Agora os polacos esperam não precisar de novo milagre para o homem da Lotus Renault voltar à F1.

Kubica acidentou-se neste domingo quando disputava uma prova de rali na Itália. Ele perdeu o controle de seu carro e se chocou em alta velocidade contra o muro de uma igreja. O piloto ficou mais de uma hora preso nas ferragens antes de ser resgatado e sofreu múltiplas fraturas na mão direita.

O polonês foi submetido neste domingo a uma cirurgia de sete horas para afastar o risco de amputação de sua mão direita. Os médicos estimam que Kubica, que está em coma induzido, demore cerca de um ano para recuperar a funcionalidade total da mão.

Fonte: Terra