“A diplomacia americana [fortemente impulsionada pelo poderoso lobby judeu] encarava com desprezo as tentativas do Brasil de conquistar mais influência no Oriente Médio, segundo telegramas diplomáticos agora vazados pelo WikiLeaks.

Em despachos enviados a Washington entre abril de 2004 e dezembro de 2009, a embaixada americana caracterizou a política brasileira para a região como "mão pesada", "desajeitada", cheia de "generalidades anódinas" e "sem profundidade" [Tal política brasileira assim menosprezada estava atrapalhando a farsa dos EUA, Inglaterra e Israel, utilizada no caso do Iraque e agora do Irã, de inventar mentiras para invadí-los militarmente e controlar a produção e a exportação de petróleo].

Os telegramas menosprezam a eficácia das duas cúpulas ‘América do Sul-Países Árabes’ já realizadas.

A terceira aconteceria no dia 12 de fevereiro [deste ano], no Peru, mas deve ser adiada por causa das turbulências no Egito.

"Até agora, as iniciativas do Brasil para o Oriente Médio são, na melhor das hipóteses, desajeitadas, e as declarações do governo brasileiro sobre questões-chave para a região atrapalham as ‘negociações’"

Essa análise, de julho de 2008, consta em um despacho do então embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel.

[Isto é, as iniciativas do Brasil atrapalham as ‘negociações’ entre os países aliados dos EUA visando a impor ao Irã sanções cada vez mais duras, com o objetivo de enfraquecê-lo e, assim, diminuir sua resistência e o ‘custo’ para os EUA e aliados da iminente invasão militar daquele país. Tal estratégia também foi empregada pelos EUA com êxito no caso do Iraque].

No mesmo telegrama, os americanos listam iniciativas do governo brasileiro para a região consideradas "prejudiciais". Entre elas estão críticas do ex-chanceler Celso Amorim a Israel e aos EUA e declarações sobre o programa nuclear iraniano.

"As políticas prejudiciais e declarações equivocadas do Brasil sobre a região atrapalham a política dos EUA no Oriente Médio", diz o texto.

O documento diz ainda que o Itamaraty "subestimou as sensibilidades feridas [nos EUA e Israel] por sua diplomacia mão pesada, mas não quer admitir que a cúpula e a visita de Amorim à região podem minar o processo de paz".

Outro despacho descreve uma conversa do atual chanceler Antonio Patriota, então chefe de gabinete de Amorim, com Sobel.

O embaixador americano pediu que o Brasil discutisse com os EUA suas iniciativas para a região. A resposta de Patriota teria sido que o Brasil "não precisa de permissão" dos EUA para conduzir sua política externa.

RABINO


Às vésperas de uma das cúpulas, o embaixador americano se reuniu com o rabino Henry Sobel [representante do lobby judeu no Brasil]. O rabino teria dito na ocasião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva era "antissemita".

[Relembrando: Sobel é aquele rabino que foi detido na cidade de Palm Beach, nos Estados Unidos, acusado de furtar gravatas de uma loja da rede Louis Vuitton. Ele foi preso em 23 de março de 2007, e, após passar uma noite sob custódia, pagou fiança de 3 680 dólares e foi liberado. De acordo com o boletim de ocorrência, Sobel foi flagrado por câmeras de segurança da loja cometendo o crime; em seu carro a polícia encontrou outras quatro gravatas, das marcas Louis Vuitton, Giorgio's, Gucci e Giorgio Armani. As cinco gravatas juntas tinham valor estimado de 680 dólares.

Henry Sobel negou ter a intenção de praticar furtos [!?!], e fez um apelo para que não sejam desqualificados seus "valores morais" [sic]. Ao chegar ao Brasil, [como estratégia para justificar os furtos] Sobel foi internado, devido a "transtornos de humor", no Hospital Albert Einstein. Em entrevista coletiva na sala de imprensa do hospital, o rabino pediu "desculpas a todos pelo transtorno", admitiu ter cometido o delito, e revelou fazer uso de medicamentos psiquiátricos por conta própria. Sobel pediu afastamento temporário da Congregação Israelita Paulista (CIP). Depois, deixou definitivamente de ser presidente do Rabinato, para se tornar “Rabino Emérito” [sic]"
(fonte: Wikipedia)].

Em outros telegramas recentemente vazados pelo WikiLeaks, diplomatas americanos dizem que "as banalidades cheias de clichês do governo brasileiro mostram que eles [diplomatas brasileiros] não entendem [os interesses de expansão e domínio de Israel na região e o enorme interesse petrolífero dos EUA no] Oriente Médio. Só engrossam o coro anti-Israel".

Os americanos também relatam ceticismo na diplomacia árabe. Segundo um diplomata egípcio, as cúpulas “América do Sul-Países Árabes” e o envolvimento brasileiro no processo de paz "são tentativas transparentes do Brasil de fortalecer sua candidatura ao Conselho de Segurança da ONU".

Propostas tucanas de Serra atendem aos interesses de Israel e dos EUA


FONTE: reportagem de Patrícia Campos Mello. Colaborou Fernando Rodrigues. Publicado no jornal tucano Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/mundo/871410-brasil-atrapalha-no-oriente-medio-diz-relatorio-dos-eua.shtml).
[A ‘Folha’ e outros seis jornais do mundo têm acesso aos telegramas do WikiLeaks. Sobre os telegramas referentes ao Brasil, a ‘Folha’ e “O Globo” são os únicos que têm o direito de, previamente, “filtrar” os assuntos, obviamente considerando os seus já tradicionais interesses de favorecer a direita voltar ao poder com os tucanos, bem como os referidos jornais têm o direito de definir se haverá a divulgação no site da organização http://www.wikileaks.ch/].
[Duas primeiras imagens são do google; última imagem obtida no portal "Conversa Afiada" e trechos entre colchetes e título adicionados pelo blog Democracia & Politica].