chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, indicou nesta quarta-feira (23), em Washington, que os Estados Unidos não devem dar apoio ao Brasil para um assento permanente no Conselho de Segurança na ONU, a exemplo do que fez para a Índia.

A secretária de Estado saiu pela tangente ao ser questionada por uma jornalista, durante coletiva de imprensa ao lado do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. O chanceler brasileiro foi a Washington para preparar a visita do presidente Barack Obama ao Brasil, no próximo mês.

Hillary disse que “admira muito a liderança do Brasil” e que “há muitos campos para a liderança” brasileira, citando os fóruns multilaterais.

A falta de apoio dos EUA já era esperada, apesar do suporte americano a um assento para a Índia (durante a visita de Obama ao país no ano passado) – que gerou expectativas de que os EUA apoiassem o Brasil. Veja abaixo quem é quem na briga pela reforma da ONU.

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Patriota disse durante encontro com Hillary, em Washington, que o Brasil está "ansioso" para receber Obama, que virá ao país em março - Nota: Na foto Hillary de saída alegando mais uma vez estar atrasada como na posse de Dilma (conhecidência ou descaso?)

A busca por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (controlado na prática por cinco grandes potências – EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) é uma das prioridades da diplomacia brasileira. Veja abaixo como funciona o conselho.

Aproximação com o Irã irritou os EUA

Para a maioria dos especialistas, a aproximação do Brasil com o regime islâmico do Irã afastou de vez, no curto prazo, qualquer apoio dos EUA a um assento permanente ao Brasil.

No ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo da Turquia mediaram um acordo nuclear com o líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o que irritou os EUA.

Ao lado de Patriota, Hillary disse que tanto os EUA quanto o Brasil trabalham para que o Irã “não se torne um Estado de armas nucleares”.

“Ansiosos para receber Obama”

O ministro Patriota disse que no Brasil estamos “ansiosos para receber Obama”.

O presidente fará sua primeira visita ao país nos próximos dias 19 e 20 de março. Ao lado da mulher, Michelle, e talvez com a presença das filhas Sasha e Malia, Obama será recebido pela presidente Dilma Rousseff em Brasília antes de seguir para o Rio de Janeiro, onde deve visitar uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Patriota e Hillary ainda falaram sobre a cooperação entre os dois países na reconstrução do Haiti.

Fonte: R7