A Presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil quer ser mais que um parceiro comercial da China e defendeu um salto de qualidade no modelo de cooperação entre os dois países, em seu discurso em um seminário de ciência e tecnologia, em seu segundo dia da visita oficial ao país.
"Mais que parceiros comerciais, queremos ser parceiros em pesquisa, tecnologia, inovação e desenvolvimento de produtos com tecnologia verdadeiramente binacionais", afirmou Dilma, na cerimônia de abertura do Diálogo de Alto Nível Brasil - China em Ciência, Tecnologia e Inovação, que ocorreu no Complexo Diaoyutai, em Pequim.
"É certo que o Brasil é um dos grandes países produtores de alimento no mundo. É certo que não somos apenas produtores de recursos naturais." Ainda nesta terça-feira, após um seminário com empresários, ela se reunirá com o presidente chinês, Hu Jintao, no Grande Palácio do Povo.
Durante o seminário, Dilma destacou também o caráter estratégico da parceria com a China.
"Nossas relações são sólidas e alcançamos, de certa forma, maturidade. No entanto, o Brasil, e tenho certeza também a China, vai inaugurar uma nova etapa nessas relações, um salto de qualidade num modelo de cooperação que tivemos até agora." Ela defendeu ainda um respaldo institucional para a parceria sino-brasileira, para que se dê expressão máxima ao caráter estratégica das nossas relações.
No fim do discurso, ela afirmou que o futuro dos dois países é promissor e elogiou o valor dado pela China à Ciência e Tecnologia durante o 12º Plano Quinquenal.
'Melhor momento'
A presidente também destacou a situação favorável do país. "O Brasil atravessa o melhor momento de sua história, uma economia pujante, um povo criativo e confiante e uma sociedade democrática." "Fizemos, estamos fazendo e faremos todo possível para transformar o Brasil em uma sociedade desenvolvida e justa" Dilma citou ainda uma série de acordos que foram firmados com a China, como a criação de um centro conjunto de nanotecnologia e outro para o desenvolvimento da tecnologia para o uso de fibras de bambu em indústrias como a construção civil.
O lado chinês aproveitou o momento para tratar do avanço do país nos últimos anos, citando dados como as 815 mil patentes concedidas no país desde o ano passado - um aumento de 360% em relação ao ano de 2005. Citou ainda os 156 parques de alta tecnologia existentes no país.
"A China adotou a estratégia de absorver, recriar, e recompor", disse o vice-ministro da Ciência e Tecnologia, Cao Jianlin.
'Reciprocidade'
Dilma chegou na segunda-feira a Pequim para uma visita de seis dias, cujo objetivo é tentar aprimorar a relação do Brasil com a China.
Quando ainda estava no Brasil, a presidente disse à agência estatal chinesa de notícias Xinhua que em sua reunião com o presidente Hu pretendia discutir o "aprofundamento da parceria estratégica sino-brasileira". Uma relação que deveria, segundo ela, ser baseada na "reciprocidade".
Seu grande desafio nesta primeira viagem oficial à China é conseguir diversificar as exportações brasileiras.
Em um dos primeiros resultados, o Ministério da Agricultura anunciou nesta segunda-feira que a China autorizou três frigoríficos brasileiros a exportar carne de porco para o mercado chinês. Leia mais na BBC Brasil: Além disso, também foi anunciado que a empresa chinesa Huawei vai investir cerca de US$ 300 milhões na construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento em Campinas, interior de São Paulo.
E a visita de Dilma começou com o anúncio de um possível acordo que pode evitar o fechamento da fábrica da Embraer em Harbin, um dos pontos mais polêmicos da relação entre os dois países. A fábrica corria o risco de ficar ociosa e fechar as portas em breve.
Na quarta-feira, a presidente se reunirá com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Wu Bangguo, e com o premiê chinês, Wen Jiabao.
Fonte: UOL
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Com um dos maiores contingentes militares do mundo, mais de 2 milhões de soldados nas Forças Armadas, a China firmou nesta terça-feira (12) parceria com o Brasil para que os dois países façam treinamentos conjuntos e troquem experiências referentes a ações e a tecnologia de defesa. O objetivo é que o acordo comece a vigorar o mais rápido possível.
O ato foi firmado durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Pequim, na presença do presidente chinês, Hu Jintao. Pelo texto, que reúne dez artigos, a cooperação engloba também visitas mútuas das delegações brasileira e chinesa e a autorização para o fluxo de navios e aeronaves militares.
Criado no ano passado, o Comitê Conjunto de Defesa Brasil-China será a entidade responsável pela execução desse acordo. De acordo com o documento, os governos dos dois países se comprometem a respeitar os princípios de igualdade e soberania, assim como a integridade e a inviolabilidade territorial e a não intervenção nos assuntos internos.
Apesar de ser uma parceria, cada governo será responsável pelas despesas de sua área. As informações serão compartilhadas de forma limitada entre pessoas que tenham "a necessidade de conhecer" e classificadas como "confidencial ou superior".
Neste segundo dia da viagem de Dilma à China, ela e Hu Jintao anunciaram um comunicado conjunto com 29 pontos. A expectativa é que, no total, os governos da China e do Brasil firmem pelo menos 20 acordos. Dilma faz a sua primeira viagem como presidente à Ásia e retorna ao Brasil no próximo dia 18.
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=151758&id_secao=9
Viva o POVO braSileiro. Viva a Classe Operária!!!!