O governo britânico não confirmou neste domingo (1) notícias de que um dos filhos do ditador líbio Muamar Kadhafi foi morto em um ataque aéreo da Organização do Tratato do Atlântico Norte (Otan). No sábado (30), um porta-voz do regime em Trípoli havia anunciado que o filho mais novo do líder líbio Muamar Kadhafi, Saif al-Arab Kadhafi, e três netos do ditador, que também estavam no lugar alvejado, morreram.

"Nós ainda não temos verificações para comentar. São ainda notícias não confirmadas. Eu estou com medo de que nós não podemos ainda confirmar nem uma nem outra notícia", disse o ministro de relações exteriores da Inglaterra, Alistair Burt.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, negou-se a comentar a possível morte do filho de Kadhafi. "A ação da Otan na Líbia não tem como alvo indivíduos em particular", disse Cameron. "Os objetivos da política da Otan e da aliança são absolutamente claros. Estamos cumprindo a resolução 1973 da ONU para prevenir a perda de vidas de civis inocentes que são atacados pela máquina de guerra de Kadhafi", disse Cameron.

Saif al-Arab tinha 29 anos de idade, era civil e estudava Alemanha. Autoridades líbias levaram jornalistas à casa que foi atingida por pelo menos três mísseis. O telhado desabou completamente em algumas áreas.

De acordo com jornalistas que foram levados ao local do ataque, o edifício foi muito danificado e uma bomba ainda não detonada permanece no local. O porta-voz do governo, Moussa Ibrahim, disse que a vila foi atacada "com força total".

"O líder Kadhafi e sua esposa estavam na casa com outros amigos e familiares. O líder está em boa saúde, não foi ferido", disse.

Comandante da Otan lamenta 'qualquer perda'

Ainda no sábado, a Otan confirmou um bombardeio contra Bab Al Aziziya, mas não confirmou a morte Saif Al Arab Kadhafi. "A Otan deu prosseguimento aos ataques de precisão contra as instalações militares do regime de Kadhafi em Trípoli esta noite, incluindo ataques contra um conhecido edifício de comando e controle na zona de Bab Al Aziziya, pouco depois das 18H00 GMT (15H00 de Brasília) de sábado", afirma um comunicado.

"Estou a par de informações não confirmadas dos meios de comunicação de que alguns membros da família Kadhafi podem ter falecido", disse o general Charles Bouchard, comandante da operação "Protetor unificado". "Nós lamentamos qualquer perda de vida, em particular as de civis inocentes", completou.

Todos os objetivos da Otan, no entanto, são de caráter militar e estão claramente vinculados aos ataques sistemáticos do regime de Kadhafi contra a população líbia e as zonas povoadas. Nós não apontamos contra os indivíduos", destacou Bouchard.

O presidente venezuelano Hugo Chávez denunciou o "assassinato" do filho de Kadhafi e três netos. Ele pediu o fim dos ataque e o envio de uma missão de mediação ao conflito.

Chávez afirmou que Estados Unidos e Otan têm uma "loucura napoleônica e fascista". Também criticou os governos da Espanha, França e Itália, que participam na operação militar internacional na Líbia.

"Eles estão muito felizes que Kadhafi tenha perdido seu filho em um ataque aéreo e atiram para comemorar" sua morte, declarou o porta-voz militar do Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político da rebelião), coronel Ahmed Omar Bani, em Benghazi.

Em nota oficial, Otan informa que busca atingir alvos militares, não pessoas. Um comandante das forças da Organização disse que soube dos "relatos não confirmados da mídia" de que o filho de Kadhafi teria morrido e que lamenta por qualquer vida perdida.

Fonte: G1